DESEJO

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Acordei com Jeyjey escorado em mim e alguns flashs de raios solares batiam em nossos rostos. O avião começou os procedimentos de aterrissagem. O rapaz abriu os olhos bem próximo a mim e segurou forte a minha mão, querendo beijar meus lábios outra vez. E eu senti que aquele garoto queria algo mais que somente a minha companhia naquela viagem. Eu precisava evitar aquela atração e então disse para prepararmos para o desembarque. E ele se aproximou novamente tocando nas minhas costas e antes mesmo do bom dia, disse ao meu ouvido:
"Eu não mordo, só se você quiser."
Arrepiei-me da cabeça aos pés e disse para apressamos, pois Alecsander nos esperava.

Após pegarmos nossas malas. Eu tentava ao máximo manter distância de Jeyjey e ele não conseguia esconder sua cara de satisfação ao me ver tão nervosa.

Ainda de longe, Alecsander gritou: "Mãe!"
Confesso que foi estranho mesmo o amando do fundo coração, porém um homem já crescido e barbado, me envelheceu 500 anos. Nós nos abraçamos forte, que saudades eu sentia daquele garoto!
"Você está muito magra, Kika".
Tá certo que ele eu aceitaria que me chamasse daquela forma.

Jeyjey estava com um sorrisinho de canto já fazia algum tempo e eu o apresentei (como Jeyjey) a Alecsander.
"Nos falamos por telefone. E aí cara, como foi de viagem?"
Jeyjey olhou em minha direção:
"A melhor da minha vida!"
Os dois me olharam e eu dei as costas pedindo ajuda com as malas. No caminho até o carro de Alecsander falou um pouco sobre Aline, sua amiga e como disse a ela que cuidaria do seu namorado. Eu segui a frente dos rapazes porque sobre o assunto não me interessava nem um pouco.

Gold Coast é uma cidade metropolitana linda. Fiquei admirada e aquele sorriso que eu achei ter perdido, brotou naturalmente na minha face.
"Eu sabia que você ficaria feliz!" Alecsander apressou-se em dizer. Abracei ao meu filho mesmo que o atrapalhasse um pouco no trânsito. Jeyjey no banco de trás do carro, sorriu de leve.

Alecsander disse que nos levaria para sua casa para descansarmos da viagem e que teríamos tempo para conhecer lugares lindos. Com muita dedicação Alecsander construiu sua casa próxima do mar e em pouco tempo já tinha também o seu carro próprio para trabalhar. Eu disse que me orgulhava e muito do homem que ele se tornou. Ele pediu que ficassemos a vontade e providenciou o almoço.

Acomodamos as malas em um quarto e disse que precisava tomar um banho. Deixei Alecsander e Jeyjey conversando sobre trabalho e os Pontos turísticos que a cidade oferecia.

Abri o chuveiro e deixei cair a água morna sobre minha cabeça. Não conseguia esquecer aquele beijo. Às vezes penso em ligar o "foda-se" as demais pessoas de minha vida e de Jeyjey e ver até onde iria nossa relação. Porque estou cansada de viver um amor platônico. Quero viver algo de mão de duas vias, o que eu vou entregar também vou receber, mesmo que seja por tempo determinado. Quero me arriscar e foda-se também se não der certo, pelo menos eu tentei.

Tanto é que a atração entre nós, está incontrolável. Creio eu, que não há mais volta. Eu enrolei os meus cabelos com a toalha e saí do box para o quarto, como se estivesse na minha casa. E dei de cara com Jeyjey sentado na cama. Ele correu os olhos em toda a superfície da minha pele e chegou a abrir a boca. Eu achei que o rapaz iria me atacar. Eu tirei a toalha dos cabelos e me enrolei nela. Ele começou a gaguejar e se explicar que tínhamos que usar o mesmo quarto, mas que Alecsander pediu para que ele dormisse no sofá.

Ele me olhava com desejo, porém eu não havia conseguido ligar o Foda-se para o mundo ainda, muito menos para Alecsander que nos aguardava para almoçarmos. Então eu pedi que Jeyjey esperasse do lado de fora do quarto até que eu me vestisse. Ele resistiu não querendo sair e eu o empurrei sussurrando que estávamos na casa do meu filho.

Eu cheguei primeiro a mesa e aguardamos a Jeyjey se sentar. Ele já me "comia" com olhos mesmo com roupas, penso que imaginava eu sem elas. Alecsander estava meio que desconfiado de nós dois e começou a falar de Aline novamente. Jeyjey elogiou muito a namorada e me olhava esperando a minha reação. Eu senti ciúmes, naturalmente, mas fingir sorrir com as histórias dele com ela, foi sacanagem demais da parte dele.

Pouco mais tarde, Alecsander pediu para que cuidassemos da casa para ele que mais tarde nos apresentaria a Maitê, sua namorada e se estivéssemos animados poderíamos sair para um passeio a beira mar. Dei um beijo no meu filho e pedi para que se cuidasse também. Jeyjey se despediu de Alecsander e atendeu uma ligação no seu celular e era uma cobrança de Aline por não ter avisado de sua chegada a Gold Coast. Ele virou os olhos e continuou a falar andando rumo a sacada.

Jeyjey voltou a sala com o semblante mais sério e disse que receberiamos a visita de Aline dentro de um mês. Eu apenas acenei com a cabeça e disse:
"Que bom."
Penso que Aline é mimada o suficiente para me irritar e ela também vai ter motivos se perceber que eu quero o "boy" dela. Fiquei pensativa e Jeyjey se aproximou de mim tocando em minha face:
"Isso te chateia"?
Eu o olhei e tive que olhar além dele, porque vi trás dele, uma senhora, parecia que sonhava do tanto que suspirava ao ver nós dois.

De Repente a mulher com sotaque espanhol começou a falar sem parar.
"Eu sou da Colômbia",
"Você deve ser a mãe de Alec, nossa, tão jovem!"
"E trouxe seu marido",
" Não se preocupem comigo, a diária de limpeza é somente hoje".
Ela continuava a falar não nos dando a chance de explicar o mau entendido. Jeyjey ficou rindo da situação e eu preocupada.
"Tudo bem, tudo bem vou deixá-los a sós" e saiu andando. Eu fui atrás dela tentando me explicar.

Não consegui dizer para a Maria que Jeyjey não era meu marido e ele não me ajudou com a questão. Porém, o feitiço se virou contra o feiticeiro, pois enquanto a Maria estivesse por lá, Jeyjey não poderia me tocar, pois ficaria ainda pior nossa situação naquela casa.

A noite, Alec (como meu filho é conhecido por aqui) chegou em casa e trouxe com ele a Maitê. A moça é uma simpatia de pessoa, natural da Austrália e de família importante. Eu amei conhecer minha futura Nora, apesar de ter que treinar melhor o meu inglês para me comunicar com ela. Ela disse que em breve nos levaria para conhecer os familiares dela.

Jeyjey estava meio emburrado, porém falava bem o inglês, interagindo bem com o casal.

Saímos para praia e ela estava linda, com a areia iluminada pela porção de estrelas. Meu filho e Maitê seguiram a frente até um quiosque onde serviam uns quitutes da culinária local. Jeyjey e eu logo atrás, ele vestia camisa e uma bermuda branca onde manteve as mãos no bolso o tempo todo.
"Não está gostando do passeio."
Eu perguntei por vê-lo tão quieto.
"Porque está difícil olhar para sua boca e não poder beijá-la."
"Psiu, seu louco!"
O casal com certa distância nos olhou quando começamos a rir.

Alec perguntou a Jeyjey se havia algo de errado com ele e o rapaz desconversou, dizendo que ainda estava um pouco cansado, mas que estaria amando o passeio. Meu filho insistiu mais um pouco, perguntando se algo deu errado com ligação recebida de mais cedo.
"Tem coisas que não são para ser,"
Ele disse um pouco ainda chateado e cabisbaixo.

Maitê mudou de assunto e acabamos rindo das histórias que Alec e ela enfrentaram para enfim se assumirem como namorados. Jeyjey quando me viu sorrir, enfim sorriu também.

Fomos para casa de Alec para descansar, porque no outro dia já começariamos procurar por emprego, não estávamos de férias, sabíamos bem disso. Meu filho ajeitou um travesseiro e cobertor para Jeyjey dormir no sofá e subiu com Maitê para o seu quarto.

No meu quarto, vesti uma camisola de seda, os bicos dos meus seios chegaram a ficar eriçados de desejo, eu não conseguia dormir. Não tranquei a porta, esperava por Jeyjey para ficar comigo. Resolvi ir até porta para trancá-la e ela se abriu. Ele entrou e me agarrou. Foi com pressa, estavamos explodindo de desejo ao mesmo tempo que não podíamos fazer muito barulho. E foi ali mesmo contra a parede, na cama seria um furacão. Ele me despiu e me consumiu de forma voraz. Acho que nunca tinha sentido uma sensação tão intensa quando o senti dentro de mim. Estavamos grudados de suor, ainda sim nós beijavamos feitos loucos. O prazer final foi juntos e espetacular. Jeyjey demorou um pouco para recuperar o fôlego e depois saiu andando pelo corredor escuro da casa.

Você, Outra vezOnde histórias criam vida. Descubra agora