0.8

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— Eu não vou permitir! Não vou! — diz Melanie, completamente em prantos. — Como você pôde fazer uma coisa dessas, Nanami.

— Mel, por favor, devolva meus manuscritos.

— Não.. — ela lê novamente o mesmo parágrafo. — "E então ele se afundou para a felicidade eterna"? O que significa isso?

— Significa que o Bruno morreu! Apenas isso.

— A-Apenas? — sem perceber, estava fazendo beicinho igual um bebê. — Não vou deixar.

— Você vai fazer o que,meu bem? Jogar os papéis fora?

— Sim!?

Caminhou em passos pesados pela casa até a lixeira do escritório do escritor.

— Isso nunca vai acontecer!

Nanami sorria, e limpava as lágrimas que suas risadas ocasionaram.

— Pode jogar fora, está tudo escrito no computador.

— Então eu apago o computador também! Se possível até atiro ele pela janela. Você não vai matar o Bruno!

— Tudo bem. Mel, me escuta. — se aproximou da menina, e pós suas duas mãos no pequeno rosto da mesma — Você pode jogar os papéis fora,atirar meu laptop pela janela, nada vai mudar o fato de que o Bruno morreu.

— Não…

— Sim!

Ela enfim se rende e abraça o loiro, que aproveita para pegar seus papéis de volta.

— Você é um monstro! — diz, manhosa.

— Não,não sou.

— É sim. Você vai matar meu personagem preferido.

— Todos eles são seus preferidos. — Beijou o topo da cabeça da menor.

— Mas o Bruno era meu quinto preferido..

O escritor sorri, e solta a garota, fazendo seus olhos encontrarem os dela..

— Desculpe, querida,mas eu tive que fazer isso.

Ela enfim cessou seu choro

— Tudo bem,mas me promete que é a última vez?

As sobrancelhas de Kento se juntam, formando uma feição de pena.

— Nanamiiii… — choramingou de novo.

— Oh meu amor.

— Não, nada de meu amor! Estou irritada com você. — se separou dele e caminhou até a porta.

— Não diga isso. — ele ainda sorria,pois achava tudo aquilo uma gracinha.

— Não quero ver você mais. — pegou seu casaco e abriu a porta do aparelho.

— Vai ser meio difícil,já que somos vizinhos e estamos trabalhando juntos por um tempo.

— Não importa, ficarei sem ver você. — bateu a porta com força e gritou do lado de fora — Por tempo indeterminado!

Kento relaxou os ombros e balançou sua cabeça para os lados.

— Essas leitoras. — deu meia volta e foi para o seu escritório. — Cheias de sentimentos por personagens. Personagens!

Do outro lado do corredor, Mel estava cuspindo fogo, de tanta irritação; no fim se enfiou debaixo das cobertas e ficou olhando para o nada,até que esse nada tomou forma e virou uma carta.

A carta que seu pai havia lhe enviado,há algumas semanas atrás, e ela nunca teve coragem para abri-la.

Um miado soou do chão, e assim que olhou deu de cara com o godofredo, a julgando descaradamente.

𝐿𝑜𝑣𝑒 𝑤𝑜𝑟𝑑𝑠 - 𝑁𝑎𝑛𝑎𝑚𝑖 𝐾𝑒𝑛𝑡𝑜 Onde histórias criam vida. Descubra agora