[XIV] A fofoca

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Leiam os avisos finais!!

❄️

No dia seguinte, acordei contente. Quase como se todo o peso que eu carreguei durante aqueles últimos dias tivesse me deixado. Me sentia leve como uma pluma e pronto para qualquer coisa.

Desci assobiando uma música do The Smiths, aleatório ao ambiente em que eu estava. Coloquei a mochila no sofá e fui para a cozinha. Meu pai estava lendo o jornal sobre a mesa e, minha mãe, terminando de servir o café em sua xícara.

— Bom dia — saudei, voltando a assobiar.

— Bom dia — disse minha mãe.

— Bom dia — resmungou meu pai, atraindo minha atenção. — E pare de fazer barulho.

Me calei na hora, entendendo o porquê de receber o ar da graça de sua voz. Pedi desculpas num tom baixo e me sentei, começando a me servir. Não falei mais nada, ou cantarolei — e nem podia. Bebi meu achocolatado e comi minhas torradas. Levantei da mesa e, sem ao menos me despedir, fui escovar meus dentes em meu quarto.

Terminei de me arrumar, desci, peguei a mochila e saí de casa.

Apesar do mal humor costumeiro de meus pais, eu não ia deixar nada me abalar. O dia seria perfeito. Eu sentia. Por isso, recoloquei meu sorriso no rosto e fui para o ponto de ônibus.

— Bom dia, Duri-ssi.

— Bom dia, Jeongguk-ssi. — O motorista me cumprimentou de volta assim que embarquei.

Fui direto para meu banco, quase roendo as unhas em puro sinal de ansiedade. Mudaria alguma coisa, depois de ontem? Digo... Eu sabia que meus sentimentos e meu relacionamento comigo mesmo iria mudar. Mas e Jimin e eu? Continuaríamos com o mesmo tipo de relacionamento? Só que, agora, com um sentimento mais libertador?

De fato, Taehyung estava certo. Depois que eu cedesse, Jimin quem ditaria as regras. Ele quem controlaria nosso relacionamento.

Em poucos minutos, ele já estava subindo as escadas do ônibus e cumprimentando o motorista. Quando seu olhar se chocou contra o meu, um sorriso lindo foi aberto em seus lábios e, então, me apaixonei ainda mais por ele. Decidi, naquele instante, que não importava o que a vida estivesse preparando para o meu futuro... Eu faria de tudo para sempre receber aquele tipo de sorriso dele e ser olhado daquele jeito único que só Jimin me olhou em toda a minha vida.

— Bom dia, doce — disse ao sentar do meu lado.

— Bom dia, Jiminie — respondi, com um sorriso tão delicado e contente quanto o dele.

— Dormiu bem? — sussurrou sua pergunta, não querendo chamar tanta atenção. Contudo, seus dedos se entrelaçaram nos meus, juntando nossas mãos num aperto carinhoso.

— Sim... E você?

— Como um anjinho.

Soltei uma risada de sua pequena brincadeira, me sentindo levemente envergonhado só por perceber o quão apaixonado por ele eu estava. Céus, eu parecia uma criancinha de onze anos, encantada com sua primeira paixonite.

Bem, eu poderia não ter onze anos... Mas, de fato, Jimin era minha primeira paixão.

— Teve problemas com seus pais? — perguntou ele, me fisgando de volta para a conversa.

— Não... Bem, mais ou menos. Eu disse para minha mãe que tínhamos brigado e que fui fazer as pazes com você. — Ele me olhou cético. — Não foi bem uma mentira, vai!

Jimin riu, os fios de sua franja balançando de um lado para o outro enquanto ele negava com a cabeça.

— De certo modo...

I Still Want You |Jjk+Pjm|Onde histórias criam vida. Descubra agora