Harry era um gângster, um puro-sangue imprevisível, nefasto e amaldiçoado. Louis era um ômega rebelde e ousado que se recusou a aceitar que estar juntos era apenas obra do destino.
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Lua de sangue
Louis nem vacilou ao saber que era um voo em um avião particular, que estavam em um aeroporto meio -clandestino- e que seriam explodidos de forma não tão legal, já que cruzariam o fronteira da Irlanda sem qualquer registro.
O ômega apenas caminhou ao lado de Harry e prestou atenção no que estava acontecendo e no que todos diziam até que finalmente se sentaram em seus respectivos lugares.
Algumas outras pessoas vieram no vôo com eles, guardas, advogados, um médico porque ninguém sabia se eles poderiam precisar de um em caso de emergência, e também Zayn, que se sentou no final dos assentos bem distante de todos.
Depois de decolar e os nervos do momento terem passado, Louis, por algum motivo, sentiu o alfa ao seu lado bastante ausente. Que estava observando vagamente algum ponto no corredor e não falava nada há muito tempo.
Louis gentilmente torceu os lábios e procurou a mão do alfa, ao encontrá-la ele entrelaçou seus dedos e foi o suficiente para Harry se virar para vê-lo. E Louis não entendia porque, só de olhar em seus olhos, ele entendia o que estava acontecendo.
– Preocupado? – ele questionou baixinho.
O alfa soltou um suspiro suave que parecia ser um tanto libertador.
– Um pouco!
– Porque? – Louis uniu a outra mão e cobriu a do alfa, segurando-a entre as suas. – O negócio que você vai fazer na Irlanda?
Harry negou. – Na verdade. Eu venho fazendo isso há algum tempo, então não é o problema – ele explicou suavemente.
– Então o que é? – o ômega questionou novamente, com uma voz baixa e amigável. Incitando o alfa a falar, porque ele certamente se sentiria melhor.
Harry falou baixinho e recostou-se no assento. Ele fez uma careta e olhou para o baú acima dele.
— É sobre Luke – ele admitiu baixinho. – Ele... Está mal e não sei como consertar. Ele ficou muito apegado a Michael e, embora seja possível sobreviver longe de seu ômega destinado quando você já sabe quem ele é, como ele cheira e como ele se parece, Luke simplesmente se recusa. Ele está realmente decepcionando sem nem mesmo tentar nada. Ele é meu parceiro e estou ficando sem opções para ajudá-lo.
Louis sentiu o peso de um pouco de culpa cair sobre ele, mesmo sabendo no fundo que Michael não tinha ido embora por causa dele, mas por escolha própria.
– Se é o destino dele, por que Michael não sente isso? – ele perguntou lentamente.
– Certamente sente sim – Harry respondeu. – Mas ele simplesmente ignora, porque eu pude ver que Michael é esse tipo de pessoa. Numa relação alfa e ômega, após um abandono, morre quem não aceita Lou...
Então Louis teve que engolir em seco. – Morrer? Você está dizendo que Luke... É tão ruim assim?
– Estamos tentando ajudá-lo. – Harry se virou para olhar para ele então, seus olhos brilhantes e velados pela preocupação. – Você realmente não sabe para onde ele foi?
E Louis sentiu algo apertar seu peito. Porque Harry era seu alfa e mentir para ele seria uma tortura, mas Michael era seu amigo e traí-lo seria dizer adeus à forte lealdade que foi construída em seu peito. Porque Louis era leal, e ele nunca iria esquecer isso.
– Eu sei onde é – confessou. – Lembro-me do lugar e também do caminho.
O brilho nos olhos de Harry foi apenas uma pequena pontada no coração do ômega, que franziu os lábios e limpou a garganta.
– Mas você sabe o que significa a palavra de um amigo, alfa? – Louis pergunta.
