Harry era um gângster, um puro-sangue imprevisível, nefasto e amaldiçoado. Louis era um ômega rebelde e ousado que se recusou a aceitar que estar juntos era apenas obra do destino.
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Lua de sangue
Foi quando Harry se afastou que Louis conseguiu respirar fundo novamente, o que pareceu aliviar seus pulmões, pois ele não sabia quanto tempo estava prendendo a respiração, quanto mais respirava, mais seus sentidos ficavam nublados, pela forte fragrância de alfa que exalava de Harry.
Pela forma como o estômago de Louis estava revirando e a febre inexistente que ele sentia tomando conta de sua cabeça, ele pensou que poderia começar a flutuar a qualquer momento.
De um segundo para o outro, tudo parecia girar em torno apenas deles. Não havia sons, não havia luzes, não havia nada além do olhar intenso de olhos brilhantes e bochechas coradas que ambos compartilhavam.
Louis seguiu seu alfa quando ele se levantou e olhou para ele de cima do pé da cama. As mãos finas do ômega seguraram os antebraços do mais velho e ele deu um pequeno sorriso quando ele também estava de pé, bem próximo ao seu corpo.
Harry beijou a testa de seu ômega e ficou ali, seus lábios acariciando a pele quente. Logo as grandes mãos dele seguraram sua cintura e ele respirou fundo, enchendo-se de sua suave fragrância tropical. Alguns momentos depois, ele se separou e pegou a mão dele antes de começar seu caminho para o banheiro pessoal do quarto.
O alfa não hesitaria em fazer isso ou aquilo, ele apenas faria. Confiante, determinado a mostrar a Louis que não havia nada a temer ou nada de que se envergonhar. Harry era seu alfa e lhe daria a segurança que Louis precisava, sempre.
Louis seguiu os passos de Harry em silêncio, entrelaçando os dedos e deixando qualquer nervosismo de lado. Não havia tempo para hesitar, não quando ele mesmo havia sugerido isso com tanta confiança.
E algo que era mais do que certo, era que de mãos dadas com Harry, Louis se sentia compreendido, seguro e completo.
Louis manteve uma pequena careta que fingia ser um sorriso até que finalmente entraram no banheiro, que era enorme e com decorações bastante peculiares. O ômega esteve lá dezenas de vezes, mas ele nunca, nunca se preocupou demais com os detalhes ao seu redor. Não até aquele momento, quando seu alfa estava encarregado de fechar a porta atrás dele e suas bochechas estavam muito quentes.
O jovem entrelaçou os dedos à sua frente e observou o alfa passar, que também foi para a área do chuveiro onde se encarregou de passar pela porta de vidro transparente e abrir a chave do chuveiro para que a água começasse a esquentar.
Eles se viram novamente por alguns segundos e depois de trocarem sorrisos tranquilos, foi Harry quem começou a se despir, ou terminou de se despir, já que sua camisa estava meio desabotoada.
Louis naquele momento ficou um pouco parado e logo as palmas de suas mãos ficaram úmidas. Não era a primeira vez que seu alfa se despia na frente dele, mas era a primeira vez que ele se sentia diferente. Em seu estômago havia um pequeno vaivém de sensações e seus joelhos pareciam querer ficar instáveis.
Ele estava nervoso, não ia negar. Havia essa incerteza sobre como fazer isso ou aquilo, sobre o que fazer ou o que dizer.
Louis estava muito ciente de que isso era normal, todo mundo era íntimo de seu parceiro. Especialmente um alfa com seu ômega, e Louis queria que fosse assim. Queria que houvesse confiança em qualquer situação, queria deixar de lado o constrangimento para poder curtir qualquer momento com seu alfa.
Então ele começou a se despir também. Com Harry bem na frente dele, olhando-o bem nos olhos com um sorriso torto.
