Harry era um gângster, um puro-sangue imprevisível, nefasto e amaldiçoado. Louis era um ômega rebelde e ousado que se recusou a aceitar que estar juntos era apenas obra do destino.
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Lua de sangue
O jovem ômega observou pacientemente o alfa em frente ao grande espelho que estava bem em frente à cama. Apesar da estranheza da situação pela qual ele estava passando naquele exato momento, nada seria suficiente para ele parar de admitir que seu alfa era um alfa muito bonito. O preto da jaqueta de couro sempre combinava muito bem com o escuro de seus cabelos e a seriedade de seus olhos.
O jovem também se via no reflexo do espelho do local onde estava, com os cabelos desgrenhados, o pijama bagunçado e ainda bem quentinho e confortável sob os lençóis da enorme cama.
Ele tinha acabado de acordar e estava completamente confuso ao ver seu alfa acordado e se preparando quando eram apenas cinco da manhã. Não houve carícias em seus cabelos e nenhum beijo suave em sua testa para acordá-lo, acrescentando que nunca saiu do quarto tão cedo.
Liam teve que acordar sozinho e só porque o alfa havia se descuidado ao tentar colocar um relógio brilhante que acabou escorregando de suas mãos causando um estrondo perceptível no chão.
A carranca de Liam se devia ao fato de Zayn fingir não tê-lo visto acordado pelo espelho. O alfa ainda estava relaxado e calmo penteando o cabelo e delineando a barba. Destacando também a mala pronta que esperava ao pé da porta.
Foi quando o homem de cabelos negros pareceu terminar e dar uma última olhada em si mesmo que Liam se mexeu e saiu da confusão de lençóis em que estava enrolado. Seus pés tocaram o chão frio e seus braços estavam cruzados sobre o peito. Então Zayn se virou para vê-lo.
Seus olhos escuros de cílios longos pelos quais Liam era tão atraído. O ômega engoliu em seco.
– Você vai viajar, alfa? – ele questionou baixinho.
Zayn nem fez careta, não disse uma palavra. Ele apenas assentiu. Aquilo fez um buraquinho no estômago do ômega, que contraiu delicadamente as feições e olhou novamente para a mala na porta. Ele estava começando a ficar nervoso, pois sabia que há algum tempo as coisas andavam meio estranhas entre eles.
Não parecia que deveria ser. E Liam não entendia por quê.
Ele olhou o homem mais velho nos olhos novamente e ouviu sua voz tremer.
– E você não ia me acordar? para me dizer?
Zayn continuou a encará-lo em silêncio, então Liam se aproximou com dois passos muito pequenos.
– Por que uma mala? Onde você está indo?
Finalmente Zayn suspirou.
– Liam já te disse, tenho de ir para a Irlanda. São negócios.
Então os lábios do mais jovem se abriram suavemente e algo se agitou dentro dele novamente. Por alguma razão, seus lábios queriam tremer e ele quase sentiu seus olhos lacrimejarem.
– Esta viagem onde Harry está indo também? – ele murmurou duvidosamente.
– Sim.
O mais novo engoliu em seco e baixou o olhar. Ele não entendia nada. Ele não sabia o que estava errado, o que fazer para consertar. Sua fragrância emanava e era inevitável não sentir o quão triste ele se encontrava de um momento para o outro.
– Mas Harry vai levar Louis. – Ele deixou escapar muito baixo. – Por que você não me leva? Eu sou seu ômega, devo...
Então Zayn gentilmente o pegou pelos ombros e o empurrou para trás para se sentar na beirada da cama. Ele parou na frente dele e olhou para Liam.
– Porque eu não quero que você venha, Liam. – Ele disse claramente. – É negócio, você está seguro aqui em casa. Aeve e Luke vão ficar. Você vai ficar bem, serão apenas alguns dias.
O ômega nem ergueu os olhos, não conseguiu, ao invés disso observou seus dedos brincarem um com o outro e fez uma careta, pois olhar para Zayn era confirmar no brilho de seus olhos que o estava deixando cada vez mais de lado a cada tempo.
