Hinata tinha seus olhos vermelhos pelo pranto reprimido. Seu pai foi envergonhado perante a toda alta sociedade e ela foi o motivo disso.
Arriscou levantar seu olhar e conseguiu encarar os olhos do loiro, agora seu marido. Por que foi vendida? Por que tentou agir contra sua madrasta? Talvez... começar de baixo fosse uma opção melhor do que estar ao lado de alguém tão cruel quanto este imperador.
Mais uma vez humilhada.
Sem se mover, continuou encarando-o. Dirigia a ele seu olhar de toda decepção, ódio e tristeza que sentia naquele momento. O loiro desviou os olhos dela, graças a um chamado de um de seus reis, quebrando o contato.
Antes que precisasse tomar coragem para encarar as pessoas em sua volta, sentiu ser tocada.
— V-Vossa Majestade imperial? — disse uma voz masculina. — Lamento que tenha sido exposta a tudo isso... Minha irmã chegou a ser vitima desses leilões, mas felizmente ela está bem e em casa...
Ao olhar a figura em sua frente, encarou o homem a sua frente. Tinha olhos delineados, e cabelos cor de fogo.
— Hm... Agradeço. — limpou a garganta, armazenando o choro eminente. E respondeu tímida.
O homem a observava bem, mas também notava que estava sendo observado de longe.
— VMI, me permite dar-lhe um conselho? — disse como um sussurro. E logo viu a menina assentir.
— Seu marido não é bem visto pelo povo. É conhecido pela sua brutalidade e crueldade. Esse discurso reforça essa imagem ainda mais. Você será julgada não por onde veio, e sim por onde está. — Disse calmo. — Meu conselho é: lembre-se que existe um povo. Um povo carente de liderança.
A azulada o olhava descrente. Ele tinha razão. Olhou em volta, e todos os que a olhavam, olhavam com compaixão. Pareciam lamentar o ocorrido. Seu coração antes despedaçado, agora juntava os caquinhos. Ela queria se tornar a melhor duquesa que o mundo já viu, tudo para orgulhar seu pai que sempre priorizou o povo. Essa era sua grande chance.
— Tem razão sr...? — disse sorrindo.
— Gaara... Rei da Vila Oculta da Areia. — fez uma pequena reverencia.
— Obrigada pelas palavras Rei Gaara. — o reverenciou também.
Agradecida, segurou a saia do vestido e desviou do homem loiro que se achegava a eles. Fingiu não nota-lo e foi em direção a mesa de jantar destinada a ela.
Naruto a olhou se retirar como se não tivesse o visto ali. Sabia que tinha ido longe demais, mas agora já estava feito. Não iria em hipótese alguma pedir perdão, porém o incomodou ver seus olhos tristonhos.
De qualquer forma, deixou isso de lado. Precisava falar com Gaara. Se ela continuasse chateada, era só liberar mais dinheiro e pronto afinal.
— Gaara. O que estava falando com minha esposa? — disse grosso.
— Que você é desprovido de virilidade. — disse sem emoção. Ele era um dos únicos que tinha esse tipo de liberdade com Naruto.
O imperador bufou e o olhou assassino. O ruivo apenas suspirou de tédio.
— Não estava falando nada demais. Apenas tentando diminuir o impacto ruim sobre ela que aquele seu discursinho egoísta causou. — disse com sinceridade.
— Meu objetivo foi concluído, esse foi apenas um contra-tempo que logo eu resolvo com minha prata. Não se preocupe. — sorriu enquanto pegava uma taça que um garçom carregava. — Quero saber se tem alguma noticia do lado sul... Houve algum ataque?
— Não. O ultimo foi ano passado. — respondeu cansado. — Mas não se preocupe... seguirei de olhos atentos a qualquer sinal de invasão.
— Certo. — alinhou seus cabelos. — Preciso me retirar agora. Até.
O loiro o deixou e caminhou em direção a azulada sentada cutucando sem emoção o pedaço suíno de seu prato. Ele sentou-se ao seu lado e ela o encarou.
— Posso retirar-me para a carruagem VMI? Estou exausta. — afastou o prato de si e limpou-se com o guardanapo aguardando a resposta.
— Sim. Também irei. — Ele deixou a taça intocada na mesa a estendeu uma de suas mãos para auxilia-la.
Negando a mão estendida do loiro, Hinata apenas levantou-se e saiu sem esperar por ele. Natuto por sua vez, bufou em resposta, e a seguiu para enfim voltarem para onde vieram.
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O Segredo Oculto
FanfictionEnvolta em um segredo desde seu nascimento, Hinata é vendida pela madrasta e acaba em uma casa de leilões. Assustada e presa, tudo o que pode fazer é esperar que seu "comprador" não a maltrate tanto. Bem que seu futuro dono poderia sim não maltrata...