A tempestade daquela noite ainda caía com a mesma intensidade, e com mais um clarão repentino que iluminou todo o quarto, as luzes se apagaram novamente. Isso causaria sérios problemas aos eletrodomésticos que estavam ligados à tomada.
— Isso é um sinal para irmos dormir. — disse Alan. — Vem... Vamos dormir. Se quiser ir embora pela manhã eu o levo. E quero que me abrace forte caso tenha outro pesadelo.
Kaipa estava deitado no peito de Alan e aos poucos foi fechando os olhos. Ele estava cansado e naquela madrugada só havia dormido pouco mais de uma hora. Alan o abraçava e o mantinha bem aquecido com as cobertas e seu calor corporal. Estava tudo tão bom que era impossível alguém querer sair daquele abrace. Daquele lugar. Daquela casa... As vezes, tudo que precisamos é de alguém que alguém o que está acontecendo dentro de nós. Acalme a tempestade que está aqui dentro e não lá fora. Naquela madrugada fria e chuvosa, Alan e Kaipa se entregaram um ao outro. Entregaram tudo que tinham. Todo o carinho. O amor guardado por tanto tempo... Foi bom. Foi verdadeiro. Foi intenso. Foi... único...
Para Kaipa, aquela noite não poderia ter acontecido com outra pessoa, nem mesmo com Jim teria sido tão... incrível.
"Você pode não ter sido meu primeiro amor, mas foi você quem tornou todos os outros irrelevantes."
No dia seguinte a chuva havia passado, mas o céu ainda estava cinza. Kaipa foi o primeiro a acordar e permaneceu deitado ali, ouvindo o som da respiração de Alan. Sentindo o órgão em seu peito bater e olhando para aquele rostinho que ele queria gravar bem em sua mente. Aqueles traços fininhos e delicados... Suas entrelinhas tão perfeitas... Seus olhinhos fechados...
— Eu não sabia que poderia gostar tanto de alguém... — sussurrou.
— Nem eu... — Alan o pegou de surpresa, pois já estava acordada e Kaipa escondeu seu rosto no pescoço do mais alto, ele estava tímido por ter falado sobre como se sentia e Alan tê-lo ouvido — Você deve estar virando agora... — riu — Não podemos simplesmente ficar aqui o dia todo? Lá fora tá gelado, parece até que vai chover se novo...
— Você não tem que trabalhar?
— Eu posso deixar isso pra depois...
— Não, é melhor você se apressar e eu também. Podemos nos ver à noite? — perguntou e sua voz ficou trêmula.
— Você vem?
— Se você for me buscar. — brincou, levantando-se em seguida.
Na verdade, aquele dia os dois tinham que trabalhar, por isso levantaram tão "cedo". Alan tinha pilhas e pilhas de documentos para preencher, assinar, carimbar e mais um monte de coisas típicas de bancários e Kaipa, ele tinha que ajudar Jim no restaurante.
— Se sente bem? — perguntou Alan.
— Você não precisa me perguntar isso sempre, Alan. Eu estou bem, me sinto bem. Não foi como se você tivesse me forçado a alguma coisa, você foi incrível... — respondeu, tímido.
Kaipa se aproximou de Alan e o deu um beijo tranquilizador. Um beijo tímido e calmo que fez as bochechas de Alan corarem e ele o segurou pela cintura. Ele havia conquistado a confiança do rapaz na noite passada. Conquistou com tudo que ele fez e foi.
— O que você vai dizer ao Jim quando ele perguntar onde esteve? Vai dizer que estava comigo?
— Ele não vai perguntar.

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It's You
Fanfiction"Nós nos encontramos no nosso pior momento, e você se tornou o que eu procurei por tanto tempo na pessoa errada. Você se tornou oque eu não quero que seja apenas o meu melhor momento, eu quero que você seja a melhor parte da minha vida." Obs: Essa...