Capítulo 05

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Ser olhado com olhos de desejo é um sentimento único e incrível se surgir vindo da sua pessoa. O olhar pesado de Alan sobre Kaipa fez com suas bochechas corassem e ele pensou em esconder o rosto entre as mãos, mas não o fez, pois não queria perder a visão que tinha do outro.

— Tá tudo bem?

— Eu não sou acostumado com isso... — disse, sincero.

— Não cubra seu rosto e olhe nos meus olhos, baixinho... — pediu docemente e Kaipa o obedeceu — Tá tudo bem... Não precisa ter vergonha de mim... Você me diz se eu posso continuar... — falou e ele assentiu.

Alan era cuidadoso e calmo, e assim tirou o shorts de dormir que Kaipa vestia, logo também tirou o seu. Depois as únicas peças que mantinham seus corpos 'cobertos' foram jogadas de forma desajeitada no chão. O bancário pôs a camisinha em seu membro e antes de tentar qualquer coisa depositou beijos molhados e quentes no pescoço do garoto que arranhava suas costas de forma fraca e suave, deixando ali arranhões vermelhos, mas superficiais. Os lábios de Alan não percorriam apenas o pescoço de Kaipa, mas sim seu peitoral e abdômen e ele estava achando incrível. O mais velho era bom. Seu corpo e seu beijo... Seu gosto.

O quarto era frequentemente iluminado pelos relâmpagos, já que Alan havia desligado a luz e isso o deixava perceptível.

— Tem certeza disso? Eu jamais irei ficar chateado se quiser parar.

— Eu sou o mais velho aqui, eu quem deveria perguntar e você deveria me obedecer. — sorriu maliciosamente e Alan sorriu ladino enquanto negava com a cabeça.

Ele já estava totalmente rendido à Alan, que o beijou com calma enquanto deixava suas mãos estudarem aquele corpo que nunca fora tocado, enquanto mapeava e decorava cada lugar, cada local sensível... Seus lábios exploravam aquela pele cheirosa e macia... Enquanto Alan o tocava suavemente, Kaipa aproveitava para sentir cada toque quente em sua pele. Cada toque que nunca havia sentido antes. Durante o tempo em que sentia o gosto do menor em seus lábios e em sua língua, Alan afastava suas pernas uma da outra. Tudo isso sem que o menor percebesse, pois ele estava aéreo demais para sentir qualquer coisa além das mãos em seu corpo e dos lábios em sua pele. Com movimentos suaves o bancário encaixou-se entre as pernas de Kaipa e cuidado e delicadeza, Alan não o avisou, mas cruzou a linha com o mais baixo. Ele foi cauteloso e devagar, mas ele não deixou de sentir a dor que aquilo o causou; era algo novo para ele.

Kaipa gemeu e inspirou profundamente, apertando seus olhos em seguida. Sua expressão mostrou um certo desconforto, deixando isso nítido para que Alan percebesse. O bancário entrelaçou suas mãos às de Gaipa e as pressionou contra a cama, isso o ajudaria a distrair-se um pouco da dor e fazer com que ele não pensasse nela como uma coisa ruim. Alan não fez movimento algum até o outro ter se acostumado com sua presença.

— Alan...

— Sim? Eu tô aqui... Pode me pedir para parar se não quiser mais...

Sua respiração era falha e pesada, mas a dor de senti-lo dentro de si logo passou e abriu espaço para uma sensação única de prazer diferente de tudo que ele já havia sentido, agora ele ansiava por aquilo. Suas mãos tocaram o pescoço do maior acima de si e o puxaram para mais perto, isso consequentemente fez com que o bancário se movimentasse dentro de si, arrancando-o um gemido arrastado e baixo.

— Tudo bem...?

— Pode continuar...? — perguntou e Alan concordou.

Sua voz era falha e ele podia sentir todos os músculos de seu corpo queimarem. Sentia uma ânsia crescer em seu ventre e sentia como seu corpo reagia à Alan. Seus músculos da mandíbula estavam rígidos e seus dentes estavam trincados para tentar conter suas emoções aceleradas e explosivas. Seu corpo queimava e adormecia. Ele precisava sentir aquilo. Precisava entender as sensações e o porquê de seu corpo ter tais reações quando se tratava do bancário. Ele precisava sentir!

Alan começou a se movimentar devagar dentro de Kaipa e os movimentos foram suaves e repetitivos, mas cautelosos para não machuca-lo, porém Kaipa queria mais que aquilo. Queria sentir mais, ter mais contato, pois aquele não estava sendo suficiente. Suas unhas fincaram-se com força nas costas de Alan e ele soltou um gemido que fora abafado pela pele do menor. Ele entendeu o que o outro queria, então acelerou os movimentos, indo cada vez mais fundo dentro de Kaipa. Seus corpos estavam incrivelmente suados e vermelhos. Suas respirações eram ofegantes e pesadas. O desejo percorria seus corpos como o sangue percorre as veias de todo o corpo, mantendo-o vivo.

Ele sussurrava o nome de Alan em seu ouvido em meio a respiração totalmente falha e isso arrancava sorrisos bobos do bancário. Sorrisos bobos, mas aquilo o enlouquecia de uma forma inexplicável. Kaipa já estava pronto para o bancário. Estava tão... entregue... Respirações ofegantes e altas soavam pelo quarto e eles estavam tão cheios de desejo, tão inteiramente entregues um ao outro, tão excitados e, tão presentes ali... Os gemidos de prazer saíam da boca de Kaipa em meio a respiração desregulada todas as vezes que Alan entrava e saía dele de forma rápida.

— Alan...

A voz trêmula do garoto soou no ouvido de Alan depois que ele chegou ao limite e o líquido manchou os lençóis da cama. Seu corpo adormeceu e suas pernas fraquejaram. O bancário entendeu aquele sussurro fraco e ali mesmo escondeu seu rosto no pescoço suado do garoto.

— Eu entendi...

Alan estava deitado por cima de Kaipa, ambos nus, cansados e com os olhos fechados, apenas ouvindo a respiração um do outro e sentindo o coração do outro bater no peito. A chuva ainda caía lá fora e a noite incrível dos dois havia sido assim, à luz dos relâmpagos e não a luz da lua ou de velas.

A primeira vez de Kaipa não foi com o tio Jim como há algumas semanas atrás esperava que fosse. Foi com aquele cara que ele conheceu no funeral de sua mãe, num dia nada bom, numa situação nada boa, mas que em questão de dias criou uma conexão incrível e que ia além da explicação humana.

— Você está bem com isso?

Perguntou Alan, preocupado, e o garoto lhe respondeu concordando com a cabeça e dando um breve sorriso, mas Alan não podia vê-lo.
O mais alto saiu de onde estava e vestiu um shorts de tecido, estendendo a mão para Kaipa em seguida, que a segurou e levantou, também colocando um shorts.

— Vamos baixinho. Vem tomar banho comigo...

A água do chuveiro tinha voltado a esquentar depois que a energia voltou. Os dois ficaram abraçados e quentes por longos minutos enquanto sentiam a água os aquecer e tirar qualquer espuma de seus corpos.

— Desculpa pelos lençóis...

Falou Kaipa abraçado à Alan e com sua boca colada no ombro do mais alto e o mesmo sorriu tranquilamente.

— Por que está se desculpando? Você confiou em mim, por isso aconteceu aquilo, e eu gosto disso. Posso te pedir uma coisa? — Kaipa assentiu — Não se entregue assim para outras pessoas. Você é puro e não saberia lidar com eles...

— Por que não diz logo que está com ciúmes? — brincou.

— É... estou com ciúmes... — riu e sentiu os lábios de Kaipa se estreitarem em um sorriso contra sua pele.

— Obrigado por hoje... obrigado por ser você...

— Não se entregue assim para outras pessoas, tá bom? Eles não irão saber cuidar de você... Isso não é só ciúme, é cuidado. Não se deixe magoar mais.

Eles permaneceram abraçados por mais alguns minutos e depois voltaram para o quarto com seus shortinhos de tecido. Alan agora vestia um casaco de moletom preto e Kaipa vestia a camisa branca que o bancário usava horas antes. O mais alto trocava os forros e lençóis de cama com um sorriso bobo nos lábios enquanto Kaipa via a tempestade pela janela. Tudo estava tão... calmo...

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