As lembranças de um momento bom estarão sempre marcadas em algum lugar da nossa mente, ainda que por ora venhamos a esquecê-las. Kaipa lembrava do sussurro baixo que havia deixado escapar depois de sentir os lábios do bancário puxarem a pele de seu pescoço de forma provocante e quente.
"Medo das marcas?"
"Não..."
Kaipa arregalou os olhos e sacudiu a cabeça, saindo do transe e afastando o delirante pensamento que tivera e logo se deu conta daqueles três sorrisos de orelha a orelha que eram direcionados para ele. Atrás dos rapazes, Alan estava parado ao lado de seu carro com um sorriso quase tão bobo quanto o dos três rapazes.
— Ah, é... mosquitos... E eu dormi no sofá, estou com dor no corpo também.
O bancário entrou em seu carro e deu ré no veículo, pois tinha que voltar para trabalhar, já que não teve tempo na noite passada, deixando então os outros rapazes ali. Ambos entraram de volta no restaurante. O céu daquela manhã estava cinzento e com nuvens escuras mesmo depois de toda a chuva que caiu na madrugada. Estava um friozinho adorável para de estar deitado, mas, né, o trabalho chama.
Jim e Wen preparavam uma refeição única, mas que era suficiente para alimentar os dois rapazes famintos, Kaipa e Leng que conversavam sentados numa mesa no canto do restaurante. Eram conversas superficiais e algumas baboseiras, só para matar o tempo. Dias de chuva deveriam ser considerados feriado, ninguém quer levantar cedo todos os dias para encarar um dia longo e frio longe da cama. O clima esfriava cada vez mais a medida que anoitecia e até que passou bem depressa para os rapazes que não pararam nem um pouco durante o dia inteiro.
A busca por um lugar agradável para comer no feriado encheu o restaurante do tio Jim com pessoas novas, deixando assim todos extremamente ocupados. Frio, por que eles não estavam em casa sendo aquecidos pelo ar-condicionado e pela coberta?
Já no final do dia, Kaipa caminhava despreocupado para casa na companhia de Leng quando os faróis de um carro chamou a atenção dos dois, era o carro de Alan, que começou a acompanhá-los desde que os vira caminhar. Leng tentava controlar seu jeito brincalhão para não deixá-los desconfiáveis, mas fora impossível.
— Posso levá-los para casa?
Os dois o encararam e Leng apenas empurrou Kaipa para a frente como se estivesse dando-o de bandeja para assaltantes ou como oferenda para algum deus. Ele simplesmente o empurrou para frente e recuou alguns passos para trás.
— Ele! Pode levar ele!
O mais baixo olhava surpreso para o amigo que também o olhava, mas a diferença é que Leng estava sorrindo e achando divertido o que acabará de fazer. Um belo amigo, não? Com certeza. Seja sempre o primeiro a torcer pelos companheiros, independente do que ele ache sobre isso ou se vai tentar arrancar seu pescoço fora. No fim, ele ainda é seu amigo.
— Me pergunto se você faria isso se viessem nos assaltar...
— Faria sim. Agora vai — disse, empurrando-o. — Cuida dele, em, Alan. Tchau!
Leng falou enquanto se afastava de Kaipa e do carro do bancário e seu olhar sobre eles eram malicioso, mas carregado de diversão e uma loucura engraçada. Vê-los daquele jeito, fingindo não serem nada, era engraçado.
— Você vem? — perguntou, sorrindo abertamente e o outro assentiu, fazendo Alan abrir a porta para ele entrar.
— O que faz por aqui essas horas?

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It's You
Fanfiction"Nós nos encontramos no nosso pior momento, e você se tornou o que eu procurei por tanto tempo na pessoa errada. Você se tornou oque eu não quero que seja apenas o meu melhor momento, eu quero que você seja a melhor parte da minha vida." Obs: Essa...