Capítulo 4

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Estávamos dentro do barco que os homens atiraram Trumpkin na água. Pedro estava remando e eu observando encantada com a linda natureza a nossa volta

-É bem bonito mesmo não?- respondeu Edmundo me chamando a atenção ao perceber que eu estava admirando a paisagem

-É. Eu nunca tinha visto uma paisagem tão bonita assim- eu o respondi- Mas e as árvores? Não são suas amigas Lu? Eu pensei que elas tivessem vida já que tudo aqui é mágico.

-E é!- exclamou Lúcia- elas estão tão... Paradas

-São árvores. Vocês queriam o que?- respondeu Trumpkin

-Elas dançavam!- Lúcia disse

-Pouco depois que partiram, os telmarinos invadiram. Os sobreviventes se refugiaram nas florestas. E as árvores... Se fecharam tão profundamente que nunca mais foram ouvidas.

-Eu não consigo entender. Como Aslam deixou isso acontecer?- perguntou Lúcia com tristeza

- Aslam? Achei que ele tivesse nos abandonado junto com vocês.- Trumpkin respondeu

-Não era a intenção deles abandonar vocês. Eles não queriam isso. Não tiveram escolha- eu respondi os defendendo fazendo com que sorrissem para mim

-A intenção deles? Irônico não? Você também nos abandonou.

-Como é? Eu nem sabia o que era Nárnia até chegar aqui- respondi com um tom de surpresa e ao mesmo tempo raiva, já que ele estava me acusando de algo que eu nunca fiz e nunca faria

-Mas sua mãe sabia.-ele me respondeu por fim

-O que quer que tenha acontecido, ɴᴜɴᴄᴀ foi o que queríamos- respondeu Pedro

-Não faz diferença agora faz?- perguntou Trumpkin

-Leve-nos até os narnianos... E fará!

Chegamos até terra, e fomos puxar o barco junto a nós.

-Deixa comigo!- Edmundo me respondeu me impedindo de puxar o barco

-Não, tá tudo bem, eu consigo.

-Gente- Pedro disse se referindo a nós dois- Eu gostaria muito de ficar brincando aí com vocês mas dá para andarem logo? Temos mais o que fazer.

- Pode deixar, é sério não tem problema- Edmundo disse olhando para mim

-Como quiser, "Majestade"- eu o respondi largando a corda fazendo uma reverência brincando com ele fazendo o mesmo rir e se colocando na posição para puxar o barco

Eu estava atrás de Lúcia que estava andando na frente olhando ao redor. A mesma se abaixa um pouco para observar melhor algo em sua frente

-O que foi Lu?- eu a pergunto e a mesma continua andando

-Olá senhor urso!- ela exclamou fazendo os outros olharem para ela- Está tudo bem. Somos amigos!- ela disse com um sorriso

-Não se mova Majestade!- gritou Trumpkin fazendo a menina se virar para ele, e em seguida virou para a frente vendo o urso correr para ataca-la

-LÚCIA!- Eu grito correndo até a mesma a puxando para que fique atrás de mim logo correndo em seguida
Um segundo depois Lúcia escorregou na barra de seu vestido caindo logo e voltei para a levantar. Logo percebo que o urso está a nossa frente se preparando para nos atacar

-Fique longe delas!- a mesma grita de volta apontando seu arco para acertar o urso

-ACERTA ELE! SUSANA, ACERTA ELE!- Gritou Edmundo para Susana

Quando percebemos, o urso que estava a nossa frente, estava caído no chão morto com uma flecha. Eu olhei para Susana mas a mesma estava na posição de antes com sua flecha ainda em seu arco. Lúcia coloca a mão em mim para me fazer olhar para Trumpkin que tinha acertado o urso.

-Porquê ele não parou?- perguntou Susana confusa

-Devia estar com fome.- respondeu Trumpkin

Edmundo e Pedro correram em nossa direção. Pedro ajuda Lúcia a levantar e Edmundo faz o mesmo comigo.

-Você tá bem?- o mesmo me pergunta

-Estou

Trumpkin foi mexer no urso para checar se ainda estava vivo. Pedro aponta sua espada para o urso caso ele ainda esteja vivo, e abraça Lúcia como uma forma de proteção. Ele sabia o quão desapontada e preocupada sua irmã estava. Afinal isso nunca aconteceu antes. E Edmundo fez o mesmo que Pedro apontando sua espada para o urso depois de me colocar atrás dele, mas segurando a espada com as duas mãos.

-Obrigada!- agradeceu Lúcia para Trumpkin após salva-la

-É, obrigada Trumpkin- eu agradeci também

Ele olhou para a gente com certa indiferença

-Era selvagem.- Edmundo disse

-Acho que ele nem sabia falar- Pedro ressaltou

-Enquanto for tratado como animal por muito tempo, é assim que ficará.

-Podem descobrir que Nárnia está mais selvagem do que se lembram- ele disse diz enfiando sua faca no urso, fazendo com que Lúcia se vire e eu fazer uma cara de tristeza

As Crônicas de Nárnia: Príncipe CaspianOnde histórias criam vida. Descubra agora