Dream Boy

3

O aniversário de 17 anos de Harry havia passado a pouco tempo. Já faziam 16 anos que ele morava com Inês.
Ele não se lembrava exatamente quando ele foi morar com ela, no meio da floresta Amazônica, mas ele sabia ela havia instalado de um futuro difícil e torturante, e ele era extremamente grato a ela por ter o resgatado.

— Esmeralda? — Ele escutou a voz da entidade o chamando. Harry saiu de seu quarto e foi em direção ao que deveria ser sala, vendo a mulher parada ali.
Eles moravam em um velho barco a beira do Rio Amazonas, no estado da Amazônia, no Brasil.
Inês era uma entidade conhecida como Cuca, e por ser uma entidade tão importante, ela desaparecia as vezes pois precisava desempenhar seu papel como entidade, e Harry entendia isso completamente.

Ela ficou com ele até que ele aprendesse a se virar sozinho. Na primeira vez que ela sumiu, ela ficou dois meses fora. Desde então, ela some por um tempo não determinado e então retorna.

Faziam alguns meses que ela havia sumido, e naquele momento ela havia retornado a sua casa novamente.

— Inês? — Ele perguntou, saindo do quarto e encontrando a entidade abraçada a uma garotinha loira com talvez 11 anos, claramente assustada.

— Senti sua falta, meu amor — Ela disse se aproximando dele e o abraçando.

— Quando você voltou? Quem é ela? — Ele perguntou retribuindo o abraço.

— Essa é Luna, filha de um conhecido meu. — Ela falou e Harry assentiu. Ele se lembrava dela comentar sobre Luna e o problema que ela teve com outra entidade obsessor de corpos, o corpo seco, há alguns meses, quando ela retornou. Ela estava destruída pois Tutu, seu filho de consideração e um irmão para Harry, havia sido morto por esse espírito obsessor. Outras entidades foram mortas também, e isso assustou muito Harry, na época.

— Como vai Luna. — Ele a cumprimentou e a garotinha deu um leve aceno.

— Você é um deles? — Ela perguntou e Harry não sabia o que responder exatamente Ele sabia quem eram Eles, eles eram as entidades. Mas não sabia se poderia se considerar um ou não, pois Inês nunca havia dito nada sobre com ele.

— Ainda não. — Inês respondeu por Harry que a olhou curioso, mas não resolveu questionar.

Ele sabia que tinha poderes. Esses mesmos poderes que Inês o ensinou e que ela o guiou para aprender. Ela era tida como uma bruxa assim como ele, mas, ao contrário dela, Harry não sabia de ele era ou não uma entidade.
Harry viu o olhar conhecedor de Inês, ele havia aprendido a não pressionar ou perguntar coisas indevidas. Existiam coisas na vida que ele não precisava saber, necessariamente, mas Luna não pensava assim e Harry viu um conflito chegar.

— Como ainda não? Ele é como o meu pai? — Ela perguntou e Inês suspirou.

— Existem coisas que nós não precisamos saber, necessariamente, Luna. — A Entidade falou pacientemente, e a garota assentiu, mas ainda teimando.

Inês então viu a garota bocejar de cansaço e então a levou para dentro, num quarto adjacente ao lado do de Harry, e o garoto foi preparar algumas ervas que ele havia aprendido a manusear com Inês. Ele ouviu ela cantar para Luna e sorriu, ela não mudaria nunca, a música de ninar que ele havia ouvido a vida toda ecoando pelo barco.

— O que existe entre vocês duas? — Harry perguntou quando a entidade se aproximou dele, observando ele amassar uma folha para acrescentar a uma poção que ele fazia.

— Ela precisa de aconselhamento, assim como você precisou. — Ela falou e Harry desviou seu olhar para Inês. Ela estava taciturna, mas seus olhos eram inquietos e o brilho deles respondeu uma pergunta que Harry fazia a muito tempo.