Cap 1 - Imortais

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Alice é uma jovem que tem uma vida... Diferente. Por tempos ela tentou ser alguém comum, longe do que um dia lhe causou sofrimento. Em uma cidade no México, ela tenta se adaptar novamente...

2010 - narrando: Alice Morgan -Puebla México

Estou "encantada" com tudo que acabo de ouvir, pena que não acredito em nada. Consigo ouvir o que todos aqui pensam a respeito e nos meus 310 anos de vida, nunca vi tanta falsidade. Mas não estou surpresa, apenas tentando ignorar tanta falta de inteligência.
-Alice, você está a reunião toda calada. Queremos ouvir seu ponto de vista.
Hipócritas. Não consigo ficar sentada aqui nem mais um minuto.
Me levanto e saio. Preciso pegar um ar puro, que não seja contaminado por balelas. Se há algo que abomino são mentiras, promessas vazias e enganação, mas hoje em dia, parece que é moda.

-Alice? Você está passando mal?
-Não aguento ouvir mais nenhuma palavra, estou certa que logo essa mulher vai falir a empresa, ninguém consegue ver isso Giulia?
-Sim, eu também vejo isso. Mas parece que não temos voz..
-Eu vou pra casa. Diga que estou com mal estar.
-Certo. Me mande mensagem quando chegar!

Pego minha bolsa e as chaves do meu carro. Eu sei que vou ser chamada atenção da minha chefe pela falta, mas.. ah, eu sobrevivi a coisas piores antes, essa eu dou um jeito. A correria é tanta que atravesso a rua quase sem olhar pra os lados, mas por sorte hoje a rua está bem tranquila. Caminho pelo estacionamento até ver meu carro. Vejo uma mulher parada ao lado dele. Está distante, não consigo ver seu rosto direito, parece mais um borrão. Me aproximo e logo a imagem vai sendo processada lentamente.

-Alannis Twell?!

Ela corre até mim e me abraça forte e depois aperta minha bochecha como se eu fosse um bebê.

-Ai minha nossa senhora do carro de picolé, essa cidade é a sua cara! Sabe o quanto foi difícil te achar?
-Não muito, imagino.
-Mais ou menos, mas vai ter que valer a pena hein, gastei uma grana pra chegar aqui.

Ela olha pra meu carro e sorri ao me ver destravar a porta, dando sinal de que não sabia que aquele carro que estava encostada (quase deitada por cima) era de minha pessoa.

-E esse carrão hein? Que legal ver que você conquistou tudo de novo, você se supera todas as vezes que se muda. Suponho que agora está indo para um apê luxuoso no centro da cidade onde você mora com seu namorado bonitão e com seus  dois filhotes de guaxinin.
-De onde você tira essas coisas ein? Minha vida é tudo, menos sua fanfic dona Alannis. - entro no carro e ela entra logo atrás.
-Vai pra onde então?
-Eu estava indo pra casa, você quer vir comigo? - falo e ela dá um gargalhada ao perceber que já está dentro do carro, provavelmente nem percebeu que tinha aceitado antes mesmo de lhe fazer a pergunta.

Alannis. Minha amiga mais antiga. Nos conhecermos é tipo a melhor coisa que me aconteceu. Passamos anos sem nos vermos, mas a amizade continua a mesma, então procuro aproveitar todos os momentos que temos juntas antes que as circunstâncias nos separe de novo.

-Me conta sobre sua missão "Reconquistar meu lugar na família Twell" Alannis, eu tô curiosa.
-Ah, desisti. Meu pai não quer mudar de vida, continua se afundando nas bebidas, drogas, ele prefere fugir das responsabilidades, é mais fácil. E minha mãe, eu achei que pudesse fazê-la se sentir mãe de novo, mas estava errada. Eu sou órfã de pais vivos. Laços familiares saudáveis nem sempre são fáceis de manter.
-Sabe de uma coisa? Você é a pessoa mais resiliente que eu conheço.
-Sou uma resiliente sem saber o que fazer Alice.
-Paciência Alannis, paciência.

Chegamos no meu apartamento. Estaciono o carro, e descemos. Alannis observa tudo com euforia. Ela para. Seu rosto se tensionsa, entrelaça os dedos e olha fixamente pra meu apartamento. Parece preocupada.
Eu faço aquilo. Eu não gosto de fazer isso com amigos, mas faço.

The SI - Em Busca de PoderOnde histórias criam vida. Descubra agora