5. Livro

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A gargalhada sonora de Jongin ecoava pelas paredes do bar enquanto ele tinha a cabeça jogada para trás, moldando um sorriso de canto no rosto de Sehun. Nem o olhar espantado de Junmyeon fazia Jongin tentar se conter e claro que o álcool lhe ajudava naquela decisão.

— Você quebrou o nariz do filho do banqueiro? - O mais velho repetiu aquela informação ainda sem conseguir acreditar.

— Sim. - Respondeu simples, como se não tivesse sido nada. Para Sehun, realmente não foi nada. Ele levou o copo até seus lábios, ingerindo a cerveja sob o olhar atento do amigo.

— Você tem noção do que fez?

Sehun soltou uma risada nasalada, depositando o copo no balcão enquanto sua memória voltava para a cena de mais cedo. Ele ainda se lembrava com clareza o grito horrorizado de S/N e a expressão de choque em sua face, encarando seu tão querido noivo no chão com o rosto ensanguentado. Ainda com os olhos arregalados, ela voltou sua atenção para Sehun e só desviou o olhar quando outras pessoas começaram a se aproximar. Talvez sua mente ainda estivesse tentando processar o que tinha acontecido naqueles breves momentos e por isso ela não havia feito um escândalo. Por isso ela não havia caído em seus joelhos, segurado o rosto de Vincent e perguntado se ele estava bem, mesmo que claramente não estivesse. Talvez seu cérebro demorou a processar, e por isso ela ficou encarando Sehun em silêncio ao invés de gritar com ele e mandá-lo embora enquanto o praguejava. Por isso ela deu sua atenção a Sehun e não ao seu noivo.

— E por que você fez isso? - Jongin questionou, mesmo que soubesse que seu amigo tinha mais que muitos motivos para socar a cara daquele infeliz. Respirando profundamente, Sehun passou a mão por seu rosto, sentindo seu corpo cansado ao mesmo tempo que assistia Junmyeon voltar a encher seu copo.

— Eu quis. - Disse curto, como se aquilo justificasse algo. Em sua mente, justificava.

— Você sempre quis e isso nunca foi o suficiente para ir para cima dele. - O mais velho falou com um olhar inquisitivo. Sehun deu de ombros, voltando a beber enquanto sentia suas mãos começarem a tremer levemente. O homem odiava quando seu vício em nicotina aparecia, coisa que acontecia sempre que ele não tinha um cigarro entre seus lábios por um tempo. Tempo esse que era consideravelmente curto.

— E a garota estava lá? - Jongin voltou a falar com um sorriso esperto, como se soubesse a resposta. Sehun não respondeu. Ele não estava exatamente no humor para contribuir para aquela conversa mais do que já havia contribuído a minutos atrás. — Vamos lá, Sehun. Você só faz as coisas por impulso quando realmente tem motivo para tal. O que aconteceu? - Os dois tinham os olhares atentos recaídos nele e Sehun arqueou as sobrancelhas começando a se irritar.

— Achei que vermelho combinaria com a roupa dele. - Disse, colocando algumas notas no balcão e se levantando.

— Ele sempre acaba sendo um debochado filho da puta. - Ouviu Jongin falar humorado, enquanto ele caminhava para fora do bar.

Sehun sentiu o vento gelado bater em seu rosto e pegou um cigarro e isqueiro, acendendo e tragando profundamente. Em poucos minutos, a nicotina já havia acalmado seus nervos, o deixando respirar mais levemente e diminuindo a sua irritação. Com a mão livre escondida em seu bolso da calça, andou até a sua moto estacionada no final da rua. Se sentando no banco de couro, ele olhou para a rua vazia e porcamente iluminada pelos postes quebrados. O homem respirou fundo, sabendo que seus amigos não deixariam o assunto de lado e o perturbariam por alguns dias, igual o resto dos filhos da puta intrometidos daquela pequena cidade, que lançariam olhares assustados e enojados para ele. Boa notícia era que Sehun já estava acostumado e não poderia se importar menos, a não ser que estivesse de mau humor. Mas o álcool e a nicotina tendiam a ajudar no controle de seu temperamento.

Semeone else - SehunOnde histórias criam vida. Descubra agora