Capítulo 2

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APF: Jisung: (o/ele/dele/-o)

TW/CW: -

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Já era tarde da noite, as ruas estavam desertas. Naquela cidade pequena a maioria das pessoas estavam em sono profundo, então talvez para os desavisados que passeavam pela madrugada a tão misteriosa casa atraísse alguma atenção.

A casa azul e desbotada da tão conhecida e amada senhora Hwang causava burburinhos naquela pequena cidade. Luzes que se acendiam quando a casa estava vazia, barulhos de passos e até mesmo sombras nas janelas durante a calada da noite traziam um mistério que muitos céticos desacreditavam.

O acidente de mais cedo só foi mais uma faísca para os fofoqueiros e supersticiosos falarem sobre como aquela casa era assombrada, enquanto os mais céticos insistiam que aquilo não passava de uma coincidência e muita imaginação.

Seja o que fosse, ali, naquela casa azul, nada disso importava, afinal, não importava o quanto as pessoas falassem e comentassem nada disso atravessaria a soleira da porta.
Em um único momento de liberdade, um ser protegido pelas sombras da noite surgia sem se importar com seus arredores, sabendo muito bem que a escuridão o protegeria. Ninguém o veria, ninguém se importaria. Uma alma fadada a ser esquecida.

O que talvez esse alguém não esperasse, fosse um adolescente insistente e curioso demais para seu próprio bem quisesse ver o que todo mundo não via.

「❀」

Jisung raramente tinha sonhos e talvez fosse melhor assim, afinal não ter sonhos era melhor do que ter uma noite como essa em que ele acordava suado e ofegante de uma memória vívida que mais parecia um pesadelo.

Mesmo quando acordava o pesadelo não ia embora, várias memórias de situações que ele estava cansado de reviver vinham como uma enxurrada, não dando descanso para a mente cansada e já frágil de tudo aquilo.

Quando acordava assim a única coisa que o acalmava era abraçar Nico, o ursinho que replicava um teddy dwerg, e ficar se balançando até as memórias irem embora. De longe, aquele coelho de pelúcia era o seu favorito, mesmo que ele se recusasse em falar isso em voz alta para não magoar as outras pelúcias. Era só que o pelo, o formato e tudo em Nico era tão realista que Jisung não podia deixar de lembrar bons momentos.

Sem ter noção de quanto tempo tinha se passado, o Han não pode deixar de agradecer a pelúcia por finalmente deixar de respirar como um pug depois de uma corrida. Levou ainda mais um tempo para ele conseguir se situar e perceber onde e quando estava.

O Han suspirou fundo e num súbito pico de agonia e energia começou a arrancar a roupa suada jogando-a para o outro lado do quarto (o que não era muito inteligente visto que o quarto ainda estava uma bagunça por si só, mas isso era um problema para o Jisung de mais tarde, o de agora tinha outras preocupações).

Um cheiro delicioso do bolo favorito de Jisung (o único que Hyejin era capaz de fazer, ela nunca foi muito boa na cozinha) sendo assado dominou a sala. Apenas aquele cheiro tinha o poder de relaxar o corpo todo dele, então ele não pensou muito antes de descer correndo as escadas em direção à cozinha.

- Jisung, quantas vezes eu vou ter que te falar para usar roupas quando não estiver no seu quarto?

Foi a primeira coisa que o mais novo ouviu quando desceu aos tropeços para a cozinha. Hyejin estava com os cabelos castanhos presos em um coque meio desfeito lavando a bagunça que estava na pia com uma careta. Jisung podia não ser muito bom com expressões, mas conhecia muito bem a mãe para saber o quanto ela odiava lavar a louça.

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