Capítulo 6

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APF:  skz (ele/-o)
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Já fazia quase duas semanas que Jisung escrevia cartas e cartas sem parar. Pelo menos uma vez por dia ele se via na mesma situação, sentado no batente da janela com a caneta e o caderno na mão, só para pouco tempo depois borrifar um pouco de perfume na carta e muito cuidadosamente se pendurar na árvore por tempo suficiente para deslizar outra carta pelo vão da janela da casa vizinha.

Sendo honesto, o jovem se encontrava em muitos momentos refletindo toda aquela situação, onde ele queria chegar com tudo isso? Por que tanto esforço? O que ele estava esperando?

Perguntas e mais perguntas, rodeavam o cérebro do Han. Até mesmo Hyejin tinha percebido isso, seu pequeno esquilo normalmente tão falante quando pintava o cabelo, parecia perdido em uma outra realidade que ela não conseguia alcançar.

- Ji, não está gostando da cor do seu cabelo, filho? Se quiser a mãe pode passar na farmácia e comprar um matizador novo. - Mesmo sabendo que era uma guerra perdida, tentou animar o filho, afinal ela era mãe e uma mãe que se preze não poderia desistir de ver seu filho sorrir, ela tinha cometido esse erro uma vez e não cometeria mais.

- Não, não, eu gostei, o castanho claro ficou legal, meu cabelo tava precisando se recuperar mesmo depois de tanta química, obrigada, mãe.

- Então você poderia contar para a sua linda mãe o que passa nessa sua cabeça? - Tentou mais um pouco.

- Nada...

- Não parece nada.

- Mãe, você acredita em fantasmas? Você acredita que talvez pessoas mortas possam se comunicar com a gente?

- Eu... - Hyejin estava sem palavras, de todas as coisas que ela esperava seu filho falar, aquela com certeza não seria uma delas, será que Jisung estava desviando o assunto? Mas isso não era do feitio dele. - Filho, eu não sei se entendo muito bem o que você está falando.

- Você acredita ou não? Você acha que é possível pessoas mortas podem viver entre a gente? - Continuou, o que confirmou ainda mais que Jisung de fato não estava tentando desviar o assunto, mas sim estava pensando naquela questão por um bom tempo.

- Eu... Eu não sei, talvez sim? Não sei, não faz pergunta difícil, Jisung.

- Changbin e Minho acham que um fantasma vive aqui na casa do lado, o Minho até falou que os  mortos dão sinais. - Se voltou para a mãe, olhando com aquele olhar determinado brilhante e aquelas bochechas cheias que faziam o coração de Hyejin se contorcer.

A Han mais velha nunca foi a mais supersticiosa em relação a coisas sobrenaturais, sendo até mesmo um pouco cética em relação a essas coisas, mas mesmo assim preferia manter distância de todas essas coisas de fantasma, seu filho por outro lado sempre foi um curioso sem salvação.

Um toque do celular foi o suficiente para tirar sua mente das divagações.

- Para de falar bobagem, menino, vai lavar esses cabelos que amanhã você tem aula, vai vai. - Apressou o mais novo, praticamente empurrando o garoto em direção ao banheiro.

Quando finalmente estava sozinha novamente, suspirou com pesar, deixando algumas poucas lágrimas caírem ao ver a notificação do celular.

Não responder/atender, dizia o nome do contato e ainda assim ela respondeu.

Quando aquele pesadelo acabaria?

「❀」

- Bom dia, gente, eu perdi alguma coisa? - Perguntou Jisung, tendo mais uma vez para a surpresa de ninguém se atrasado para a aula, recebendo um olhar pouco amigável do professor de matemática.

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