APF: Jisung: (o/ele/dele/-o)
Hyejin: (a/ela/dela/-a)
TW/CW: —Mudanças nunca foram fáceis, especialmente as feitas de última hora no meio de uma madrugada chuvosa. Não é como se a possibilidade de se mudar a qualquer momento não existisse – com a vida inconstante que levavam seria uma surpresa se não -, mas ainda assim era difícil ter que lidar com seu mundo virado de cabeça para baixo, mais uma vez.
Jisung podia sentir pontadas de dor de cabeça se formando. Como disse, tudo foi decidido de última hora no meio de uma madrugada, então não teve mais do que cinco horas de sono consecutivo. Era óbvio que a mãe dele estava tentando ser positiva, forçando um sorriso e colocando as músicas que ele amava repetidamente como uma estranha forma de se desculpar ou fazê-lo se sentir melhor. Não estava funcionando, mas ele apreciava o esforço.
Desde criança, Jisung não era o maior fã de mudanças, sempre causando as maiores “birras” – pelo menos era o que a mãe dele achava na época – pelas coisas mais simples. Apesar de não lembrar muito bem por na época ser muito jovem, se lembra da mãe contando ao médico sobre o dia em que se recusou a comer só porque o pai dele tinha trocado a marca de macarrão que ele estava habituado. Para todas as pessoas aquilo parecia algo mínimo, mas na época, para ele, era como se tivessem cometido o mais horrendo dos crimes.
Com o tempo o jovem foi aprendendo a lidar melhor com situações como essas e entender que nem tudo na vida seria como queria, mas isso não mudava o fato de que mudanças assim, ainda mais as inesperadas, faziam seus olhos encherem de água e um sentimento amargo apertar sua garganta. Hoje em dia, ele tentava manter pequenas coisas que sabia que tinha controle sobre e que não seriam inesperadas como uma forma de consolo nesses momentos.
E foi assim que Jisung acabou no banco do passageiro do carro vendo e revendo os mesmos vídeos sobre a produção de ursinhos de pelúcia tentando ignorar o desconforto de estar naquele carro há horas. Às vezes a mãe dele comentava alguma coisa sobre as músicas ou as paisagens, mas eram assuntos que não demoravam muito a morrer. A viagem percorreu a maior parte em silêncio, apenas com as músicas e o som da estrada como ruídos de fundo.
Já era por volta do horário do almoço quando eles chegaram e Jisung não sabia se ficava feliz por finalmente se ver livre do carro ou triste por ter que aturar as longas horas de arrumação que viriam. Ele não estava nenhum pouco animado em ter que desempacotar as caixas e ficarem os próximos dois dias com o nariz entupido do pó.
Apesar de tudo, mesmo sendo simples, a casa era bonita. Ela não era muito grande, mas tinha dois andares e espaço suficiente para os dois viverem a vida confortavelmente. As paredes eram pintadas de um verde claro meio desgastado que implorava por mais uma mão de tinta. O quintal era meio mal cuidado, com mato e ervas daninha que já tinham passado do tamanho para serem aparados, mas ele já podia imaginar o canteiro de flores que logo logo se tornaria com os cuidados certos. Não tinha cerca envolta da casa como na sua última, a única coisa que dividia o espaço entre os vizinhos eram uma árvore grande cheia de galhos fortes.
Falando em vizinhos, as casas daquele lugar pareciam ser padronizadas, tendo todas as mesmas formas e tamanhos, os únicos diferenciais sendo as cores e a decoração. Provavelmente seria fácil de se perder caso você não estivesse lá tempo suficiente para ter decorado, mas era duvidoso que pessoas se mudassem para lá com frequência para ser um real problema.
— Ji, vem ajudar a mãe, seu esquilo preguiçoso. — Jisung não havia ao menos saído do carro, perdido demais em pensamentos para tomar qualquer ação. A mulher não estava brava, era só o jeitinho de provocação que ela carregava, feliz por ver o filho admirar suas novas vidas. — Pelo menos pega aquelas tralhas que você chama de filhos porque eu me recuso a carregar tudo aquilo.
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Hello Stranger | Hyunsung
FanfictionFugindo de seu passado Jisung havia acabado de se mudar com sua mãe para uma pequena casa em uma cidade isolada; tudo estaria bem se não fosse o mistério da sombra de alguém inexistente. Ou Hyunjin e Jisung compartilhavam muito entre as janelas de s...