Três

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Larissa

Porra, eu não tenho a mínima ideia do que tá acontecendo, esse sentimento... essa sensação que me invade não tem explicação. Por que tá com ele é tão bom? Nós só nos vimos duas vezes, e eu já tô rendida assim?

— Ei, quer entrar não? — ele parece pensar e olha o horário no relógio — Tá cedo ainda.

— Amanhã cedo tenho compromisso.

— Tá com medo de eu te cansar e você perder a hora? — sorrio de canto e ele cruza os braços parecendo não acreditar no que ouviu — Relaxa João, bora lá — saio do carro e ele vem atrás, abro a porta da minha casa, é simples, mas é arrumadinha — Bem-vindo a minha casa, senta, pode ficar a vontade. Quer alguma coisa?

— Não, tô de boas. TV grande, hein? Melhor coisa — Ele se senta.

— É mesmo, ganhei do meu pai quando me mudei pra cá — Abro a geladeira pegando água pra mim. A cozinha daqui é estilo americano, então é um ambiente só — Vamos assistir um filme?

— Só se eu puder escolher — fala em tom de brincadeira.

— Já ia te pedir pra escolher — encosto atrás do sofá e coloco as minhas mãos nos ombros dele — vou lá dentro rapidinho, tá bom?

— Posso escolher o filme que eu quiser mesmo? — eu aceno com a cabeça — então tá, vai lá.

Entro no meu quarto e tiro umas coisas que estão em cima da cômoda. Entro no banheiro do meu quarto, tomo um banho gelado bem rápido pra aliviar o calor, visto um babydoll e volto pra sala

— Escolheu o filme?

— Esse daqui parece ser bom — aponta com o controle.

— Comédia romântica? — me sento do lado dele — Você realmente assiste esse tipo de filme?

— Sim, algum problema? — finge esta com raiva e eu só consigo rir. Até assim ele parece um fofo, não consigo imaginar ele com raiva de verdade. Dou um selinho nele e a farsa acaba na hora.

— Não adianta fingir que tá bravo. Não tem nenhum problema, só não achava que você gostava. Lembrei de uma coisa — me levanto — tem sorvete, quer? Só não é do seu sabor preferido porque ele é horrível, é de chocolate.

— Vou querer, pra que esse ódio contra o chocomenta? — Ele levanta e vem atrás de mim — com certeza você tomou um ruim. Onde ficam os potinhos de sobremesa?

— Ele só é ruim mesmo — abro o congelador pegando o pote de sorvete — no armário do seu lado esquerdo — ele pega as taças e eu pego o pegador de sorvete e as duas colheres. Abro o pote e coloco o sorvete dele que volta para o sofá enquanto eu coloco o meu e guardo o pote — Se esse filme for ruim você vai ficar me devendo — me sento do lado dele.

— De-devendo o quê?

— É falar em dever que você fica com medo, é? Relaxa, você fica devendo, mas é você mesmo que decide como me pagar

— Hm - ele dá play no filme — espero que não goste — sussurra olhando para o outro lado, porém eu escuto.

— Eu escutei isso, hein João Gomes?

— Desculpa — levanta os braços em rendição.

O filme vai passando e eu sinto o clima um pouco estranho pela primeira vez na noite, sabe quando a gente é adolescente e sai em um encontro no cinema? Que ninguém sabe quando se aproximar um pouco mais. Sinto ele me olhando, e quando eu olho pro lado ele disfarça, só não digo nada porque fiz o mesmo.

— Vou levar os potes lá pra cozinha — levanto pegando os potes.

— Vou pausar — diz e pausa.

— Nem precisava, ia perder só uns segundos — Ele fica me olhando até voltar e eu me sento novamente do lado dele — Ei — falo só pra chamar sua atenção, dou um selinho nele e ele me dá outro — posso deitar?

— Vai acabar dormindo.

— Não durmo tão fácil — deito colocando a cabeça nas pernas dele que mais uma vez começa a fazer cafuné e posso dizer que o cafuné dele deve ser um dos melhores do mundo. O filme acaba e eu achei legal, apesar de não ser meu estilo preferido de vídeo.

— Achou o que do filme?

— Eu gostei — me levanto — ainda bem que ela ficou com ele.

— Tava esperando que você não gostasse — nossos corpos estão tão perto e as mãos dele na minha cintura, apesar disso o clima é leve, não tem aquele desejo ardente um pelo outro, mas se tivesse não teria problemas. Ele me olha com ternura e talvez eu olhe assim pra ele também. Ele olha a hora no relógio e é como mostrasse que precisa ir.

— Passa essa noite aqui — as palavras saem sem eu pensar muito.

— Tenho que ir na casa da minha mãe amanhã cedo — a cara dele não nega que ele quer ficar.

— Eu sei - passo a mão no ombro dele — a gente só vai dormir, só dormir. Fica aqui.

— Tem como te dizer não? — eu aceno negativamente com a cabeça — então vou passar a noite aqui, mas vou ter que colocar o despertador pras 6 porque tenho que passar em casa pra depois ir pra casa dela.

— Zero problema, eu acordo cedo — abro um sorriso e ele se aproxima fazendo nossas bocas quase se tocarem — o que você tá fazendo comigo, hein?

— Me pergunto o mesmo — une nossas bocas e eu aprofundo o beijo, que termina com um selinho.

— Tá com uma carinha de sono — faço um carinho no rosto dele — vamos pro quarto. É bom que eu durmo mais cedo, ultimamente tô indo dormir de madrugada — Levantamos e seguro na mão dele até meu quarto — já deixo avisado que o lado esquerdo é o meu — entro no banheiro, escovo meus dentes e volto para o quarto vendo o João sentado mexendo no celular — João, coloquei uma escova nova lá na bancada da pia, tá fechada.

Ele levanta e eu deito do meu lado da cama, respondo minha mãe no WhatsApp. Pouco tempo depois ele volta para o quarto, vai pro lado da cama e tira a roupa ficando só de cueca. Como Deus pode fazer alguém ser tão gostoso e tão fofinho ao mesmo tempo?

O João deita do meu lado, apago o abajur e me viro pra ele abraçando-o, e recebo um beijo na testa, mais um cafuné começa. Posso falar que quero viver isso pra sempre?

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Oi galera!
Tudo bem com vocês?
Tô amando escrever com esses 2

É isso, beijos 💋

Destino - João GomesOnde histórias criam vida. Descubra agora