Vinte e cinco

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Larissa
São Paulo (02/08)

— Vai com Deus, filha — beija a minha testa — tchau, pequena — fala com a minha filha.

— Tchau, pai. Cinco dias, passa rapidinho — beijo a bochecha dele.

— Não passa não! — o rei da coitadolândia ataca — 5 dias longe dos meus bebês. Ainda mais quase todo dia você tá indo lá em casa.

— Cê vai ficar bem, tá bom? Beijo.

A viagem é mais tranquila do que eu imaginava, por ser a primeira vez que a Céu viajou de avião.

— Gostou de viajar de avião? — ela acena com a cabeça — o que cê gostou mais?

— De você e da nuvem!

— Cê gostou de ser só nós duas viajando? — concorda com a cabeça — eu também gostei. A nuvem grandona, né? Agora nós vamos pra onde o titio João e a titia Ju está.

— Titia Ju! — diz pulando. Às vezes acho que ela gosta mais da Juliana do que de mim.

Do aeroporto até o hotel são pouco mais de vinte minutos. Ainda não estrada mando mensagem para a Juliana e para o João, mesmo sabendo que provavelmente ele não vai me responder. Em dia de jogo é concentração máxima.

— Oi, amiga. A minha princesa está dormindo? — indaga mais baixo — deixa eu te ajudar.

— Ela dormiu enquanto estávamos no carro. Leva a mala por favor.

— Claro! Já tomou café da manhã? Acho que ainda dá tempo.

— Já tomei amiga, pode ficar tranquila — ela abre o quarto — Meu Deus, o quarto é grande. Ai meus bracinhos não aguentavam mais. — comento quando coloco a Céu na cama — Minha menina tá crescendo.

— Daqui a uns dias tá adolescente e te dando dor de cabeça.

— Garota, nem fale isso. É incrível vê-la crescer, porém, bate uma saudade dela neném. Mesmo que tenha sido uma fase difícil.

— Faz outro, é só fazer outro — pisca os olhos rapidamente — é que por enquanto eu quero ser só titia.

— Eu pensei nisso esses dias — sorrio — Acho que perdi o medo de ter outro neném… não tô dizendo que terei, até porque eu e o João nunca falamos sobre. Estamos pouco tempo juntos e ele tem uma filhinha também.

— Mais uma criança, mais gasto. Mas o que fez você perder esse medo? Pelo menos pensar “e se tivesse mais um?”

— Tô passando mais tempo com a Céu, e o João me faz sentir segura. Acho que isso me fez pensar em viver a experiência com alguém do lado.

— Eu tô orgulhosa de você, toda mãezona — me abraça de lado — Se um dia esse neném vier será muito amado, o João já é um pai incrível pra Lunna. Se vocês tiverem um filho, ele será babão.

— Não tenho dúvidas disso.

— Sendo menina ou menino, ele vai mimar para um caramba. Vai ser Flamengo, futebol, luta… vai querer carregar pra cima e pra baixo.

Por alguns segundos a minha mente vagueia. Eu imagino ele ninando um bebê, todo sorridente. Não havia pensado nada assim.

— Cê quer que eu engravide amanhã, né? Porra.

A Céu acorda um perto das 12 horas. Nós três almoçamos juntas e depois isso vamos para a piscina.

— Minha sereia. Nada igual um peixinho.

— Mamãe, olha — ela toca no fundo da piscina e volta.

— Depois você tem que me ensinar a fazer isso — a minha filha acena com a cabeça — promete? — levanto o dedo mindinho.

Destino - João GomesOnde histórias criam vida. Descubra agora