Vinte e três

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Larissa
(19/06)

Marquei com a Marília de nos encontramos hoje. Estou a espera dela em um café conhecido da região. Minhas pernas não param de mexer, inquieta.

A Marília virou alguém especial. Sei que posso contar com ela.

— Oi, desculpa o atraso. O Totoi não queria desgrudar hoje — me levanto. Nos cumprimentamos com dois beijos de cada lado do rosto.

— Tudo bem, Lila. Quem é mãe e não se atrasa com filho?

— Impossível. Vamos pedir logo? — diz pegando o menu.

Eu concordo. Fazemos nossos pedidos. Aguardo chegarem para introduzir a conversa. Entretanto, é a Marília que começa.

— La, eu sei que você me chamou aqui porque precisa falar alguma coisa. Da pra ver pela sua carinha.

— Lila, lembra que conversamos no intervalo do jogo? Que eu falei que tinha uma coisa que eu precisava contar — ela acena com a cabeça — é sobre isso. Às vezes eu sinto como se você soubesse.

— Que você é mãe? — a olho surpresa — eu não podia observar menos. Você perdida em pensamentos quando observava as crianças. Quando uma grávida aparecia. Você falando de gravidez quando a Tai contou que ela teria mais um baby. Ou os incômodos quase imperceptíveis nas conversas sobre maternidade.

— Marília Nery definitivamente é uma boa observadora — ela solta um riso anasalado — há uns 4 ou 5 anos, engravidei. Nem namorava. Assim que o... dito cujo soube, ele sumiu. Enfrentei muita coisa pra minha filha vir ao mundo.

— Filha? Uma menina — ela sorri.

— É — abro a galeria do celular e mostro a ela uma foto — essa é a Céu.

— Que nome bonito! Combina com ela. E essa família, aí? Você, o João e ela, lindos!

— Ainda tem a Lunna.

— Sabe… eu cogitava que você tinha engravidado e perdido. Porém, depois da nossa conversa, eu fiquei na dúvida. Bem confusa. Agora eu entendi. Só uma perguntinha, o João reagiu bem?

— Depende… ele quis conhecer a Céu, amou ela. Mas, de início, ficou chateado e com razão. Deveria ter contado desde o início.

— Foi por isso que vocês ficaram uns dias afastados? — ela indaga e eu aceno com a cabeça — que bom que deu tudo certo. Cês dois se amam.

— Eu quero levar ela pra conhecer as meninas. Pensei no chá.

— Pode levar! Se juntar com os meninos. Vão brincar bastante.

— Eu gostaria que você falasse com as garotas antes, se puder, é claro. Pelo menos que vou levar a minha filha.

— Claro, claro que eu posso. As meninas vão entender. Tenho certeza que ela é um doce de criança, já quero conhecer.

— A Céu vai te amar, certeza. Hoje eu vou levar a Juli lá.

— Sabe o que eu pensei? Vou mandar mensagem no grupo falando que vai mais alguém. Elas vão ficar malucas.

 Elas vão ficar malucas

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Destino - João GomesOnde histórias criam vida. Descubra agora