i'm so in love that i might stop breathing

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thiam

Liam confessa seu amor.”

Liam estava muito chapado.

E não só porque se sentia leve como uma pena, como se estivesse flutuando sob as nuvens e isso fosse uma sensação que o fazia rir; mas porque ele não conseguia parar de olhar para Theo.

Ele deveria estar delirando, certo? Quer dizer, era o único motivo para Liam não parar de pensar que isso era um encontro. Era? Theo não tinha falado nada. Mas por que ele falaria? Eles não tinham nada de especial. Nada além de amizade. Theo nunca o chamaria para um encontro. Até porque os dois estavam sempre juntos no apartamento do Theo. Quando ele não o levava para lá depois dos seus treinos de lacrosse e trazia Liam para sua casa tarde da noite, Theo sempre encontrava seu caminho para o quarto dele através da janela que Liam deixava aberta todas as noites. Conversavam e liam as constelações brilhando no teto do quarto de Liam, reluzindo de sua lâmpada de galáxia que o ajudava a dormir (estranhamente melhor na presença de Theo). Liam sempre caía no sono nos braços de Theo, a cabeça descansando no peito do garoto como se fosse o seu travesseiro; as batidas compassadas do coração tocando como a canção de ninar pessoal de Liam. Guiando-o para o conforto e a paz. Era como se Liam fosse a Rapunzel, e Theo, o Príncipe Encantado. Sempre ali para salvá-lo. Só que, diferente de um final feliz, Liam acordava sozinho na manhã seguinte.

É, ele estava mesmo chapado.

E talvez — só talvez — ele tivesse sentimentos por Theo.

Isso deveria explicar porque se sentia como em um transe, apaixonando-se mais a cada segundo pela maneira como a brisa gélida dançava ao redor do cabelo desgrenhado de Theo, enrolando-se na sua testa e atrás de uma das orelhas; as bochechas coradas pelo friozinho daquela noite de outono, e os olhos mágicos que pareciam uma mistura brilhante entre azul e verde. Nem mesmo com a imensidão azul noite de pano de fundo salpicada de estrelas pontilhando o céu e envolvendo a lua como um escudo protetor pareciam tão interessantes quanto observar Theo.

Ele estava sentado ao seu lado na caçamba da caminhonete dele, cheirando a sabonete de erva-doce, amaciante e felicidade. Talvez porque ele também estivesse chapado (a ideia tinha sido dele, afinal). Liam sabia que Theo não parecia tão bem humorado normalmente, podia pegar vislumbres aqui e ali quando os dois estavam juntos; mas não como naquela noite.

Agora, no entanto, Theo estava radiante. Como o sol em seu pico num dia de verão.

Vestia o moletom de lacrosse de Liam, que havia usado no dia anterior; jeans preto e desgastado com rasgos e costuras que indicavam a sua idade (Liam se perguntava se ele não estava sentindo frio) e seu único par de botas surradas balançavam no ar, enquanto fumava seu baseado pela última vez; fazendo anéis de fumaça com a mesma animação de uma criança fazendo bolas de sabão.

E Theo estava tão bonito, Liam pensou, um suspiro apaixonado escapando em seguida.

— Eu te amo — soltou de repente, sem perceber.

O corpo de Theo endureceu e o baseado caiu entre seus dedos. Antes que pudesse machucá-lo, Liam se aproveitou de suas habilidades sobrenaturais para pegar a bituca a tempo de queimar a parte a mostra da pele de Theo, e a jogou em direção a floresta.

— Desculpe — Liam adicionou, sentindo o rosto esquentar. Mas não ousou desviar o olhar do de Theo, que ao contrário dele, tinha os olhos arregalados e brilhantes. Parecia um gato assustado. Era fofo. Liam sorriu suavemente para ele. — Acho que você não sabia, né? Achei que estava muito óbvio. Você sabe... coisa sobrenatural e tal.

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