i vowed i would always be yours

40 5 0
                                    

thaycy (hayden x theo x tracy)/chimera pack

Theo percebe que o que ele quer esteve bem debaixo do seu nariz o tempo todo.”

Você não precisa parar...Você não precisa parar...Você não precisa parar...

Era o que Theo repetia incessantemente, voz rasgada, como se tivesse um nó preso na garganta, o choro se intensificando. Uma dor aguda pinicava em seu peito, como agulhas afiadas. Lado direito. Onde seu coração batia de forma ensurdecedora, pulsando em seus ouvidos em meio ao silêncio. O alvo dela. O coração de Tara. Ele podia sentir sua pele rasgando, dedos ambiciosos afundando em sua carne, procurando pelo prêmio. Dor. Muita dor. Mas era dela. Sempre foi. Então ele a deixaria fazer o que fosse necessário. Ele não lutaria contra. Tara merecia tê-lo de volta.

Theo, ele ouviu a voz dela chamando pelo seu nome mais uma vez, arrepios eriçando seus pelos da nuca, dançando por todo o seu corpo.

Você pode ficar com ele, implorou num murmúrio ininteligível, engasgando-se com o choro e apertando os olhos para evitar assistir o que estava por vir.

A resposta, porém, não era o que Theo esperava. Ao invés de ter seu coração arrancado bruscamente de seu peito, ele ouviu... um rosnado. Seus olhos se abriram por instinto. Tara não estava mais ali. Eram os olhos dourados de Hayden que o encaravam assustados, preocupação, culpa e medo brigavam entre si para saber qual cheiro se destacava mais naquele quarto. Um pouco mais embaixo, estava a mão de Theo, envolta pelo aperto firme de Hayden. Ele teria brigado com ela... se não tivesse visto suas garras manchadas com sangue brilhando como um farol diante de seus olhos. Seu sangue.

— Estou bem — ele disse, voz rouca e meio chorosa, puxando o seu pulso e fechando a mão em punho. Queria retrair suas garras manchadas, mas não conseguia se concentrar, suas mãos tremiam e já conseguia sentir sangue se acumulando nas pontas que pressionavam sua palma. — Vai sarar.

— Não se você continuar se machucando desse jeito — A voz preocupada de Tracy ecoou por cima de seu ombro, onde colocou sua mão. Theo sentiu o calor agradável do toque gentil de Tracy, suavizando um pouco da dor cortante em seu peito, só então dando-se conta de sua presença. — A gente não te trouxe de volta pra ver você se matando.

Theo não estava prestando muita atenção, dentes cerrados. Dessa vez, suas garras perfuraram muito fundo na sua carne, e ainda podia sentir os dedos de Tara, gelados como gelo, afundando no seu peito. Como se não fosse um pesadelo, do qual você se livra ao abrir os olhos para o mundo real. O fantasma da sua irmã sempre estava ali: no canto do quarto, em sua visão periférica, por cima do ombro... assombrando Theo para todo o sempre.

Essa era a vida que ele merecia. Uma vida amaldiçoada pelo trato que fizera anos atrás. Trocar o coração da sua irmã por uma vida em que ele não seria um garotinho medroso com bronquite asmática.

Bem... esse era o preço.

Os olhos de Theo esquadrinharam o quarto, procurando, a visão desfocada; vozes e sons ao seu redor abafados... com exceção das batidas violentas de seu coração que socavam seu peito de segundo em segundo. Theo sempre dormia sozinho. Ele e os fantasmas. Ninguém deveria vê-lo assim, descontrolado, fraco, inútil. Um fracasso. Não era assim que sua vida deveria ser. Mas a dor rasgando seu peito parecia se intensificar a cada lufada de ar. Não parecia estar cicatrizando. Parecia que estava morrendo.

Lágrimas se acumularam em seus olhos, Theo sentindo cada vez mais dificuldade em respirar. O que era isso? Perdera seus poderes e voltara ao passado, para sua doença ridícula? Tentou contar sua respiração, algo que sempre costumava fazer quando precisava de foco, mas o problema era que isso não funcionava desde que ele voltara do inferno. Theo sabia. Ele ia morrer. Tara ia alcançá-lo outra vez, já podia sentir os dedos dela rastejando por sua pele, o peso de seu corpo sobre o seu, mantendo Theo parado em seu lugar. Ele apertou os olhos e... Um suspiro escapou sem sua permissão, leveza se espalhando pelo seu corpo em seguida, a dor gritante diminuindo gradativamente, mais suportável. O teto do seu quarto estava de volta, em foco, os grunhidos de Tracy e Hayden se tornaram mais claros. Estava deitado na cama agora, e as duas garotas tinham os dedos entrelaçados em cada uma de suas mãos. Tomando sua dor. Puxando-o de volta à realidade. Salvando-o de seu maior pesadelo.

thiam promptsOnde histórias criam vida. Descubra agora