Beatrice
Quando Lilith me viu sua expressão tensa relaxou um pouco e era a minha vez de ficar tensa, eu estava com raiva dela, com raiva do que ela tinha feito com Ava, com o que ela fez com a OCS e toda essa raiva não deixou de ser expressada quando falei.
-Bom, você queria falar comigo, aqui estou, fala logo. – basicamente cuspi as palavras nela.
-Bea, é a Ava, eu...eu acho que a Ava esta viva, eu...- ela falava mas parecia não acreditar no que saía de sua boca.
-Eu estou muito viva e não graças a você. – Ava falou saindo das sombras atrás de mim e a expressão de Lilith se desfez, ela não acreditava no que seus olhos mostravam, parecia até que ela estava com medo mas não era de Ava.
-Não, não, não...se...se Ava esta viva, a outra coisa que eu venho sentindo também é real...não, não pode ser...vamos todos morrer. – Lilith falava mais para ela do que pra mim ou Ava, ela estava agitada, acuada, seus olhos brilhavam de medo.
-Lilith, Lilith se concentrar, fala comigo. – mudei o tom de voz, falando mais suave com ela, mesmo com raiva, eu cresci com aquela mulher, esse é um dos motivos de reter tanta raiva mas eu não poderia deixa-la daquele jeito, a Lilith sem poderes em uma crise de ansiedade já era de dar medo agora então...digamos que eu não queira tirar a prova. – O que você vem sentindo?
-Bea, a guerra...a guerra que eu falei pra você quase um mês atrás...ela esta chegando e não é nem perto do que eu achei que seria...é bem, bem pior. – ela falou agora um pouco mais calma mas ainda estava agitada.
-Pior como? – dessa vez Ava tomou a dianteira.
-A uns 3 ou 4 dias e comecei a sentir algumas coisas, a primeira coisa que eu senti foi o halo, sentia como se ele estivesse alcançável de novo, foi quando cheguei a conclusão e que você estava viva mas então comecei a sentir um frio mas não era um frio comum...
-Um frio do espectro, aquele que gela a espinha. – elas falavam e eu observava mas sabia exatamente a sensação desse frio.
-Sim, quando...quando eu estava com Adriel eu não sentia esse frio, mesmo ao redor de inúmeros espectros eu nunca tinha sentido isso, não até eu ajudar a Bea te atravessar pelo portal, logo que sai de lá eu vi um espectro e senti esse frio, foi então que percebi que não acreditava mais no que Adriel pregou para mim, e desde então eu estive escondida, com medo de voltar aqui. – ela falou arrependida e envergonhada das coisas que fez e ver Lilith verdadeiramente vulnerável dessa forma era no mínimo estranho.
-Certo mas, Lilith você ainda não falou exatamente o você sentiu. – falei um pouco impaciente, quando ela citou a guerra santa a primeira vez ela já parecia tensa mas agora?! Ela estava prestes a explodiro que ME deixava da mesma forma por não ter todas as informações.
-Eu comecei a sentir esse frio, mas foi muito mais intenso do que somente um espectro, eu sinto onde estão se reunindo, mas Bea...não é só essa leva de espectro que me preocupa, eu comecei a sentir uma presença maior, uma presença muito parecida com a de Adriel mas eu não sei quem é.
-O que você esta querendo dizer Lilith?! Um novo Adriel esta nesse mundo?! – Ava perguntou um pouco afobada. Eu apenas observava todas as reações de Lilith, queria saber se podia confiar no que ela estava falando e se ela realmente estava do nosso lado de novo.
-Eu não sei Ava, eu quis vir até aqui antes pra avisar a Bea que eu achava que você estava viva porque se um novo Adriel está aqui a única pessoa capaz de mata-lo seria você. – ela falou com uma sinceridade palpável e dessa vez eu acreditei um pouco mais em tudo o que ela tinha falado e acho que Ava também, ela estava um pouco mais relaxada na presença da Lilith.
-Você falou que sente onde eles estão se reunindo, onde é?! Essa presença maior esta junto? Fale tudo o que você acha que sabe, vamos conferir se as informações batem e ai pensamos o que fazer com você. – falei de forma mais calma mas ainda firme.
-Em Roma e sim a presença está junto.
-Ok, vamos conferir essa informação, até lá você vai permanecer aqui.
-Tudo bem, eu não esperava nada diferente, principalmente vindo de você. – ela falou, olhou para Ava e abaixou a cabeça como se estivesse arrependida de fato.
Olhei para Ava que observava uma Lilith acuada em sua redoma de vidro, estiquei a mão para chamar a atenção de Ava, quando ela me olhou fiz sinal para sairmos, assim que passamos pela porta a Madre apareceu e falou.
-Uma de nós precisa ir até Roma.
-Eu vou Madre. – Yasmine falou.
-Eu vou junto. – completou a irmã Dora e elas trocaram um olhar cúmplice.
-Feito, arrumem suas malas, vocês partem no final da tarde. – a Madre falou dando uma leve batida no chão com a bengala e saiu dispensando todas nós, Yasmine e Dora sairam logo em seguida.
-Vem comigo, vou mostrar onde vocês vão ficar...- foi então que eu pensei, como eu e Ava vamos ficar?! Apesar do fato de eu ter aberto mão dos meus votos, esse lugar foi meu lar por anos a fio e eu não ficaria bem dormindo ali colada a Ava...em contrapartida eu não quero me afastar dela, passar sei lá quantas noites longe dela.
-Mila eu...
-A Madre pensou em você Bea, vocês vão ficar juntas mas não exatamente DENTRO do Berço, só no mesmo terreno, lembra daquela cabana meio abandonada que você gostava de usar pra se libertar da sua dor?! Sim, eu sei que você ia lá só para chorar, gritar e esmurras as coisas, enfim, arrumamos ela o máximo que deu e vocês vão ficar lá. – obviamente não me surpreende o fato dela saber do meu lugar secreto, mesmo eu achando que ninguém sabia, mas precisava falar assim?!
-Você podia ter sido um pouco mais sutil. – falei chegando mais perto dela e Ava estava apenas observando tudo.
-Ela já sabe também, não é mesmo Ava?!
-Hmm?! Sei o que? – ela falou na maior cara lavada e eu apenas olhei para ela um pouco mais séria. – Okok é eu sei, quando voltamos do Vaticano no dia que libertei o Adriel você chegou e logo em seguida sumiu, ninguém sabia onde você estava, quando perguntei pra Mila ela apontou a cabana mas falou para eu deixar você sozinha pois precisava de um tempo para processar tudo, bom eu não segui isso muito a risca e fui até a cabana, vi você chorar e socar um saco de areia, pensei em entrar e conversar com você mas decidi apenas ficar ali na retaguarda caso você piorasse. – ela falou com sinceridade e uma leve pontadinha de vergonha e eu me enchi de amor pois percebi que desde aquele tempo ela já se importava comigo da mesma forma que eu me importava e me importo com ela. Lhe estendi a mão que ela recebeu de bom grado e seguimos para a cabana, não demorou muito mais para chegarmos.
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Live your Life - in the next
FanficExatos 5 anos, cinco fodidos anos que estou presa nesse lugar, que eu sei muito bem que não é a minha casa, mesmo sem lembrar da minha casa, ou ate mesmo como vim parar aqui, eu sei que aqui não é o meu lugar, se fosse a única coisa que me lembro...