23° - A Tumba

217 32 30
                                    

Ava

Chegamos rápido e quase uma hora antes, o que nos daria tempo de aprontar as câmeras com certa calma, de acordo com os planos entramos pelo buraco, eu junto com o grupo A fizemos o reconhecimento rápido do lugar, pelo menos naquela primeira seção da Necrópole estava vazia mas tinha dois pares de pegadas marcadas no pó do chão, Dora como um ótima rastreadora se abaixou nas pegadas mexeu um pouco naquele pó e levantou novamente.

-São recentes, pela diferença sutil da temperatura diria que foram feitas a cerca de 20 minutos atrás, vê aquela ali?! – ela falava baixo e apontou pra pegada menor, estava perigosamente próxima da pegada um pouco maior, eu assenti para Dora em concordância. – é da Bea, a numeração bate e a marca condiz com a bota que ela estava aquele dia, ela esta machucada, eu diria que esta com algumas costelas do lado esquerdo quebradas, o peso da pisada direita esta bem mais marcado o que indica que ela esta depositando o peso do corpo pro lado mais saudável, ela não esta mancando o que é muito bom. A pegada maior é a da Nuriel, ela é alta e a pegada se destaca entre as nossas.

-Você é muito boa nisso Dora, pelo menos ela ainda esta viva e espero que não esteja tão machucada. – falei com certo alivio por ela estar viva e medo por saber que ela estava machucada e eu não sabia a extensão desse fato.

-Vamos encontrar sua garota. – Dora me confortou e como duas palavras podem me deixar tão feliz e triste ao mesmo tempo “sua garota" foi a primeira vez que alguém falou isso e confesso que gostei.

Avisamos o grupo B que podiam entrar entao não demorou muito e a Mila pulou para dentro do buraco logo recebendo no colo uma mala cheia de câmeras e lanternas.

-Não acendam as lanternas ainda elas já estão aqui, de acordo com a análise da Dora só tem duas pegadas, da Bea e da louca. – falei baixo para a Mila e Yasmine que desceu logo depois da mala, elas assentiram e começaram o trabalho, não sabia como elas conseguiam fazer isso tão rápido e tão silenciosamente, menos d 15 minutos depois estava tudo instalado e todos em posição e então eu segui sozinha até a tumba de Adriel, a primeira coisa que vi foi Bea largada no chão com a respiração um pouco fraca e tive que conter muito o impulso de correr até ela mas ela me impediu com apenas um olhar, Nuriel estava de costas observando algumas marcações na parede.

-Eu achei que você iria trazer um exército mas você realmente veio sozinha. – Nuriel falou sem se virar, essa declaração me deixou realmente aliviada, significa que os coletes funcionaram.

-Eu não brinco com a vida das pessoas que eu amo além disso eu dou conta de você sozinha. -falei soado o mais natural e confiante mesmo morrendo de medo, ela se virou rindo.

- Criança você não é tão invencível assim, a prova disso é essa daqui. – ela falou e apontou pra Bea que se levantava com dificuldade.

-Melhor do que você que esta vingando um cara que te abandonou no meio da guerra e isso resultou em milhares de anos de prisão para você, pelo menos eu tenho por quem lutar e sei que ela luta por mim também.

-Bom, você entendi tudo sobre abandono não criança de Reya?! – ela falou com graça na voz, Bea reagiu me olhando com os olhos arregalados, mas eu não entendi bem o que ela quis dizer e acho que isso estava estampado na minha cara. – O quanto você conhece da sua própria história? – minha confusão só aumentou. – Reya não te contou não é mesmo?! Você passou cinco anos com ela e ela não te contou quem você é...ou quem você é para ela...- ela foi chegando a essa conclusão e o riso foi se formando em seu rosto.

-Do que é que você esta falando? – perguntei e vi Bea balançar a cabeça em negação.

-Estou falando da sua família sua lesada.

Live your Life - in the nextOnde histórias criam vida. Descubra agora