Capítulo 4 (POV: MARLENE)

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Toda vez que a vejo, eu simplesmente não consigo lidar com o quão linda ela é. Juro por Merlin que Dorcas é a exata representação do que eu imaginava dos contos de fadas de sereias dos trouxas.

Vejo-a conversando com Remus no sofá e eu até poderia sentir ciúmes, mas é completamente óbvio que ele é apaixonado por Sirius. Mesmo que não demonstre o mesmo panico que Sirius demonstra.

-Você tá babando, loirinha - caçoa Mary, se aproximando de mim por trás, quase sorrateiramente - Eu fecharia o queixo se fosse você.

Olho pra ela revirando meus olhos e tampando minha própria boca com indignação.

-Quase que você me ferra hein, sua venenosa?

Mary ri de mim e bagunça meus cabelos, me fazendo parecer uma pirralha emburrada brigando com uma tia amável.

-Como eu poderia saber? Ela tava te comendo com os olhos - abro a boca e me atraso em contestar, pois ela continua: - E você implorando. Imaginei que tivesse se declarado.

-Eu? Implorando? Até parece.

-É. Não é novidade - responde Mary, dando os ombros - Você já olha assim pra ela todos os dias.

-Quer parar de me torturar?

-Quer se declarar logo de uma vez? Sabe o quão difícil é guardar esse segredo desde o primeiro ano? Merlin, como você é encalhada.

-Você também está solteira! - acuso.

-É, mas se eu babasse pela mesma pessoa há quase oito anos, eu certamente não estaria. Eu estaria bem mais que comprometida, Marlene.

-Mary, como se toma iniciativa com alguém que você viveu a vida inteira tendo outro tipo de relacionamento? Não dá!

-Bem... a Dorcas consegue.

Torço as sobrancelhas, levantando-as alto sem entender.

-Como é?

-Lene, passar tantos anos afogada na própria desgraça amorosa fodeu com os seus neurônios? Ela estava tomando a iniciativa lá encima.

-Não estava! Ela só tava me ajudando com o delineado, sendo amiga, e o contato físico é normal entre amigas também. A Dorcas pode até ter um lado mais malicioso e sonserino, mas ela é uma garota doce. Ela morreria antes de ter sentimentos por mim ou tentar algo comigo.

Mary sorri e sai sem dizer mais nada. Por algum motivo, parece que eu que paguei de otária durante a conversa.

De repente, Peter me puxa pelo braço para uma rodinha de pessoas.

-Ué? - digo.

-Vem jogar com a gente. O James já ta chamando as meninas - ele informa, rindo e me guiando pela multidão.

Alguns poucos segundos depois, Lily, Mary e Dorcas chegam, acompanhadas de Sirius, James e Remus.

-Toda vez que a gente joga alguma coisa com bebidas, dá merda - Murmura Lily.

Mas é óbvio que ela está animada pra jogar.

Nós nos sentamos em um circulo no gigante tapete vermelho e Mary coloca uma garrafa de vodka com um teor alcóolico extremamente alto no centro. Eu vivi pra virar algumas dessa, e, Merlin, eu não quero ter que virar de novo.

-Ok, o lance é o seguinte - explica Mary - Eu pergunto algo pra alguém aqui. Uma pergunta que diga respeito a alguma outra pessoa. E a pessoa a quem perguntei me responde apontando pra essa pessoa. Se a pessoa que foi apontada quiser saber qual era a pergunta, vai ter que virar um shot. Deu pra entender?

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