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No subúrbio, toda noite vinha cheia de suspeitos

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No subúrbio, toda noite vinha cheia de suspeitos. Naquela não foi diferente. Um grupo de silhuetas anônimas se movia sem medo na escuridão. Armados, eles vieram para roubar o carro. Tinham ordens diretas para isso.

Mas todos pararam no limite da iluminação precária da rua, no momento em que viram outra pessoa roubando o carro antes deles. Era só um garoto, mancando com um hematoma escuro no rosto e uma mochila pesada no ombro. Eles poderiam desarmá-lo tão fácil, fazê-lo cair de joelhos sem esforço. Mas aquele à frente do grupo fez sinal para que todos continuassem no mesmo lugar, escondidos e em silêncio.

O garoto não quebrou a janela nem forçou a porta. Ele tinha as chaves. Só era possível saber que ele estava mesmo roubando por causa do quão furtivo ele agia: escondido sob o capuz do casaco, agachado atrás da porta, empurrando o carro antes de ligar o motor para fazer o menor barulho possível perto da garagem da casa. Tudo para não ser notado.

O estado do carro era dos piores e não valia tanto a pena: para-brisa rachado, lataria amassada, modelo ultrapassado e desvalorizado. Mas, para aquele garoto, o roubo não era pelo valor do carro; era muito mais pelo quanto ele podia leva-lo para longe dali.

Aquele à frente do grupo quase lamentou por ele. Se o garoto considerava que escapar era uma opção real, então ele não conhecia em nada as regras de um mundo como aquele. De um mundo como o deles. Ele não sabia que existiam lados a serem escolhidos e que, em cada lugar onde pisasse, haveria alguém para quem prestar contas. E que, quando se pegava algo deles, eles pegavam algo de volta.

O garoto não sabia mesmo de nada, a não ser de que precisava sair de perto daquela casa.

O grupo de silhuetas escuras, ainda no mesmo lugar, esperava por um novo sinal, um comando de ação. Eram treinados para seguir ordens, até na hora de se mover. Cães de caça em guarda, feito os cachorros perdidos no acostamento da estrada, com suas orelhas levantadas, esperando os pneus rolarem para latir com raiva para o ar. Mas aquele à frente deles não mandou que perseguissem nem fossem atrás. Tiveram que observar parados, enquanto as luzes traseiras brilharem em vermelho e o carro dava a partida. Então lá estava ele, deslizando pela estrada. Uma presa fácil escapando.

Corpos indistintos no escuro se viraram em conjunto.

— Carter, o que fazemos agora? — Questionou a voz de um que poderia ser a de qualquer outro.

A mira do olhar de Carter seguiu o carro sem nunca desviar, mesmo de longe. Ele foi até ali pensando na ordem superior que tinha de levar o carro. Agora pensava no que ganharia quando dissesse que poderia oferecer algo melhor.

— Agora nós vigiamos.E assistimos.

E assistimos

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Bem, começamos diferente dessa vez! Um prólogo inédito do ponto de vista dos antagonistas, que agora apareceram bem mais cedo na história, né

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Bem, começamos diferente dessa vez! Um prólogo inédito do ponto de vista dos antagonistas, que agora apareceram bem mais cedo na história, né... 👀

Gostaram da imagem e da impressão formada?

Se não fizer muito sentido, não se preocupem, porque essa é só uma pontinha de informação mesmo. O importante é guardar essa cena para quando ela for importante lá na frente.

No próximo capítulo, a narrativa volta a acompanhar o nosso protagonista, e teremos o momento mais importante: o primeiro encontro com aquele que vai mudar a vida dele para sempre (seja pro bem ou pro mal, hehe).

Até lá! ♡


Colisão [2ª edição 2024]Onde histórias criam vida. Descubra agora