VENCEDOR DO WATTY AWARDS 2018 NA CATEGORIA CRIADORES DE MUDANÇAS
Para Kurt Young, a vida sempre foi dura. Mas o ruim conseguiu se tornar pior desde que ele saiu de casa com o carro que roubou do pai. Longe do subúrbio onde foi criado, ele se arrisco...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Ainda estava escuro quando desceram acelerados pelo declive que levava ao autódromo onde aconteciam as noites de loteria. Quando pararam, Nash subiu os olhos pelos altos muros do coliseu até lá em cima, nada menos do que espantado, ficando pálido.
— Quando a mãe ainda era viva, Paris ganhou um diagnóstico de megalomania. Mas isso... — Nash tomou um momento para recuperar o fôlego. — Não é mais sobre transtorno.
Camuflados nas sombras do fim da estrada, eles precisavam deixar logo o carro, antes que a luz fraca do amanhecer aumentasse e os denunciasse parados ali.
— Como vamos entrar? — Kurt mal teve tempo de questionar, e Nash puxou um revólver do cinto e entregou em suas mãos.
— Pela sua proteção — Nash explicou, no que dizia que ele esperava que Kurt realmente usasse aquilo. Do outro lado do cinto, ele arrancou a segunda arma e desfez a trava de segurança. — Agora se mantenha atrás de mim.
Kurt engoliu entre o tempo que Nash teve para puxar a maçaneta e saltar do carro, armado. Ele o seguiu, alarmado, sem acreditar que Nash simplesmente bateria na porta da frente.
Assim que chegaram mais perto, o segurança da entrada se sobressaltou, procurando a própria arma fora de alcance. O fator surpresa deu a eles a vantagem. Nash correu e golpeou o homem, sem precisar usar um tiro. Nocauteou o segurança com um golpe de coronha e uma técnica de asfixiamento por uma chave de braço. O homem desmontou no chão, flácido e inconsciente. Não restou tempo para que Kurt admirasse as habilidades dele. Nash já estava logo procurando o controle escondido no terno do segurança e testando os botões até abrir o portão.
Assim que a passagem cedeu, eles entraram em silêncio. Kurt reconheceu o caminho que conduzia ao estacionamento. Lá, ele sabia que haveria um elevador que podia levá-los até a torre de Paris, por isso arrastou Nash consigo. Ele estava muito concentrado para reparar que, quando esteve ali com Mackenzie, o monitoramento eletrônico do lugar havia sido desligado, como parte do acordo para que Mac aceitasse entrar no domínio de Paris. Mas, sem ele dessa vez, as pequenas câmeras seguiram seus movimentos, flagrando sua chegada.
Em reação, o portão se fechou sozinho. E, de repente, veio o alarme.
Kurt e Nash amaldiçoaram ao mesmo tempo enquanto corriam para o estacionamento escuro. Muitos outros passos começaram a segui-los, pisando duro e pesado. Em meio às vagas vazias, eles entraram juntos e apressados. Mas, assim que os primeiros tiros dispararam, os dois rolaram para caminhos diferentes, se separando.
Nash se refugiou atrás de um dos poucos carros e começou a trocar tiros. Kurt teve a impressão de que ele gritou algo, mas foi incapaz de decifrar o quê. Estava mais ocupado em correr para o elevador, socando o botão e depois se escondendo na estreita curva da parede, próximo ao extintor de incêndio.
Os seguranças estavam mais empenhados para cima de Nash, defendendo-se dos tiros dele. Por isso, na primeira oportunidade, Kurt pulou para dentro do elevador com o caminho livre.