𝗔𝗣𝗣𝗟𝗔𝗨𝗦𝗘 | 𝗠𝗜𝗚𝗨𝗘𝗟 𝗖𝗔𝗭𝗔𝗥𝗘𝗭

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Dias e dias, noites e noites, finalmente chegou o dia. O grande dia da minha apresentação chegou.

Confesso que estou um pouco nervosa, mas confiante. Não importa o quão difícil a coreografia seja, eu sempre vou ganhar.

Acordei com a luz do sol que batia contra minha cortina indo direto para meus olhos, me espreguiçei e em um pulo levantei. Peguei minhas pantufas e fui direto ao banheiro, fazendo minhas higienes pessoais e logo saindo. Fui ao closet e vesti uma calça jeans wide leg junto de um cropped com alças finas da cor amarela. Arrumei meu cabelo em um rabo de cavalo, arrumando alguns fios rebeldes que ficavam para fora, e logo descendo.

— Não coma tanto, Violet, sabe que você sempre "tufa" quando come muito, não quero você com uma aparência gorda hoje. — minha mãe disse ao me ver chegar, suspirei com sua fala. — está animada?

— Não. — falei seca, pegando o prato que minha mãe trazia para mim, que tinha apenas algumas frutas cortadas.

— Não? Quero você disposta hoje, Violet! — ela disse enquanto aumentava um pouco o tom de voz — Ah, que bom que está arrumada, vamos sair daqui a pouco para lhe arrumar, vou lhe esperar na sala. — ela disse enquanto saia da cozinha

— "Sabe que você sempre tufa"! Ah sebosa!  — falei baixo relembrando de suas frases.

Mas em uma parte ela estava certa, eu devia me sentir disposta hoje, não queria parecer cansada na frente do público. Me levantei ao terminar de comer, deixando meu prato em cima da pia, e indo em direção da sala, onde vi minha mãe mexendo em seu celular.

— Vamos. — ela disse ao me ver, guardou seu celular em seu bolso e se levantou, indo em direção a porta, apenas segui a mesma.

Saímos de casa e entramos no carro, fui no banco da frente ao seu lado, logo ela ligou automóvel, e saímos de casa.

— Violet, parece que chupou um limão! Azeda! Por favor melhore. — disse minha mãe  enquanto dirigia, revirei os olhos

— Ah mãe, então me de açúcar! Vai que eu fique mais doce. — disse e vi a mesma suspirar

— Não estou com saco para suas gracinhas hoje, Violet. — disse ela.

Em alguns minutos, chegamos no local, onde fomos recebidas por algumas mulheres, que me olhavam de cima abaixo. Umas eram simpáticas, outras nem tanto, eu ignorava, mas dava atenção para todas, afinal, era meu trabalho. Uma das funcionárias me levou até uma parte, onde me sentei ficando de frente para a mesma, que começou a fazer minhas unhas.

— Quero você perfeita hoje, querida. — falou minha mãe

— Eu sempre estou. — falei e vi a mesma dá um sorrisinho de lado, gostando de minha fala — Aí! — dei um gritinho baixo recuando minhas mãos, a tirando de cima da mesa onde a manicure tirava minhas cutículas — Arranca meu dedo logo — resmunguei, devolvendo minha mão para que ela continuasse, pude vê sua cara constrangida, voltando a fazer seu trabalho.

E o resto do dia foi assim, unhas, cabelos e maquiagem. As cores eram vermelhas, minha cara estava repleta de glitter, e a roupa era apertada, e pinicava com os glitters e as costuras por todo o meu corpo. Eu tentava descer a saia, que era em vão, já que ela era muito curta, toda vez que minha mãe percebia ela vinha até mim e me dava um sermão, enquanto subia minha saia novamente, dizendo que esse é o estilo da roupa mesmo. E de fato é, mas não gosto tanto, já que aparece muito minha coxa e minhas pernas, me dando um pouco de insegurança.

Minhas unhas eram vermelhas, um vermelho mais escuro, nos dedos anelares tinha glitters e algumas decorações. Meu cabelo estava em um coque bem preso, junto com uma presilha vermelha em volta dele, e adivinha? Também tinha glitter.

Saímos do salão, indo direto ao carro, vesti meu roupão preto, e fomos direto para o ginásio, onde eu me apresentaria.

MIGUEL CAZAREZ

Minha mãe chamou minha irmã hoje para nossa casa, mesmo que não fosse sua filha, ela cuida como se fosse uma. Alondra gosta muito de vir passar um tempo com sua tia Wendy, que é minha mãe.

Hoje, a famosa Violet Black iria se apresentar no Arizona, minha mãe soube que Alondra gostava e apreciava Violet, então a chamou para levá-la em sua apresentação, e eu fui obrigado a ir junto.

Não que eu estivesse reclamando, mas, eu acabei de ficar famoso. A alguns meses fiz um filme, e de um dia pro outro eu já tinha milhares de fãs. Era bom, mas tinha seu lado ruim, e um deles era que eu não podia pisar para fora que já tinha várias garotas me seguindo, e isso era exaustivo. Tentei convencer minha mãe para que eu não fosse, mas ela veio com o papo de "Vá pela sua irmã, ela gostaria que você fosse junto com ela." E eu não pude resistir, e decidi ir.

Vesti uma blusa preta larga, e uma calça cargo, junto de um Jordan preto. Amarrei meu cabelo longo que vinha até um pouco abaixo dos ombros em um rabo de cavalo baixo, e coloquei meu nome preto e vermelho. Peguei algumas pulseiras que algumas fãs tinham me dado, e também coloquei uma correntinha em meu pescoço, passei meu perfume de sempre e sai do quarto.

— Mikey! Como estou? — falou minha irmã alegremente quando me viu, dando uma voltinha para que eu olhasse sua roupa

— Está bonita! — falei sorrindo, botando minha mão no topo de sua cabeça e bagunçado de leve seus cabelos. Ela vestia uma blusa grande preta, com uma estampa que eu não conseguia decifrar, junto de um shorts preto e um Jordan igual ao meu, e seu cabelo estava preso para trás, assim como o meu também.

Ela sorriu saindo do local. Desci as escadas e fui até a sala, me sentando no sofá esperando elas —— minha mãe e Alondra —— se trocarem.

— Por que vocês mulheres demoram tanto pra se trocarem? Eu tava quase mofando aqui. — falei ao vê as duas descendo as escadas, e vindo em direção a mim.

— Não exagera, cabeludo. — falou Alondra passando sobre mim

Observei ela passar, o olhando incrédulo. Minha mãe pegou a chave do carro, saímos de casa, entrei no banco da frente junto de minha mãe, enquanto Alondra se sentou no banco de trás, colocando sua cabeça para fora da janela.

— Tá parecendo uma cachorra. — falei rindo e recebi um tapa de minha mãe, ela me olhava com uma cara de reprovação. — continua parecendo uma cachorra.. — disse baixo para que ela não ouvisse, enquanto ria baixinho.