Se sentir bonita é uma dádiva do universo. Quando Mônica se olhou no espelho e percebeu que seus cabelos estavam brilhantes como cetim, que seus lábios estavam acentuados em vermelho, combinando com sua roupa simples - mas que adornava seu corpo perfeitamente, um sorriso se esticou em sua face.
Olhando rapidamente o celular, notou que já eram dezenove e meia. Mônica era uma garota pontual, mas ao se tratar de aparência, sempre se atrasava se olhando longas horas no espelho e desejando não achar nenhum defeito.
"Desgraça desse tênis" pensou, descendo as escadas com um pé, arrumando o outro com um All Star vermelho.
— Mãe, tô indo — avisou a garota, passando pela cozinha, vendo sua mãe no fogão, como todas as sextas.
Virou um ritual fúnebre. Dona Sousa, desde quando sua filha fez nove anos, nunca mais saiu às sextas feiras. Ela ficava em casa e preparava uma costela com gorduroso molho madeira, que Mônica descobrirá ser o prato preferido de seu pai, que adorava comer antes de morrer.
Dona Sousa colocou uma forma prateada no forno, fechando em seguida e se virando para sua filha, ao notar sua presença.
— Já vai, filha? — assentiu Mônica, se deparando com sua mãe dando um beijo em sua bochecha. — Se cuida viu, não vai fazer bagunça na casa da Magali.
Mônica comprimiu um sorriso amarelo.
— Mas o mais importante — falou a mãe, se aproximando e tomando as mãos da filha —, não vacila.
Um silêncio pedante surgiu entre as duas, com Mônica arqueando as sobrancelhas.
— Não vacila — repetiu a Dona Sousa, apertando levemente os dedos da filha. — Se você dar um vacilo, sair a noite, aprontar na madrugada, deixar a casa aberta, o perigo pode aparecer mais rápido do que você imagina. — Mônica sentiu a dor em seus dedos aumentar, com o olhar incessante de sua mãe preenchidos com um véu de pânico, não parando de fitar o seu.
Mônica se desprendeu de sua mãe rapidamente, notando as ondas de calor deslizando pelas frestas do forno, tocando os curtos cabelos da Dona Sousa que cerrou o punho fortemente.
— Essa vizinhança não tá de brincadeira, Mônica. Toma cuidado. — Afirmou a mãe novamente.
— Eu sei, mãe. Fica tranquila, não vai acontecer nada — respondeu, massageando os dedos doloridos.
— Eu espero
Foi a última coisa que Dona Sousa falou, antes de sua filha partir para fora da cozinha.
•••
Titi atendeu rapidamente quando Mônica bateu na porta. Vestindo uma regata branca, ele abriu um sorriso e a garota sentiu cada músculo de seu corpo a envolvendo em um abraço.
— Entra — ele pediu, dando espaço para ela passar. — Eu pedi uma pizza, vamo
ver alguma coisa agora.Mônica e Titi sentaram no sofá e então não saíram mais de lá. Passaram-se duas horas, e os dois ficaram aproveitando a presença um do outro, rindo até seus estômagos doerem e ignorando o filme que estava passando, já que as piadas do garoto impedia a concentração de surgir.
— Também, Mônica, que filme ruim — Titi admitiu, vendo Peter Kavinsky entregar um bilhete para Lara Jean. — Muito meloso, dá até enjoo — a morena riu, sentindo o hálito quente do menino, uma mistura cálida de menta com cerveja.
Seus olhos estavam começando a pesar e se aproximaram da face de Mônica, deixando um beijo prazeroso. A língua de Titi invadia cada parte da boca da morena, gerando gemidos baixos involuntários, até o soar do telefone na cozinha interromper eles.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐒𝐜𝐫𝐞𝐚𝐦 - Turma da Mônica Jovem (TMJ + Pânico)
Action↳ Assassinatos sangrentos estão ocorrendo no bairro, acabando com clima de paz no limoeiro e levando a turma a ir achar o causador das mortes: um mascarado encapuzado, que se batiza como Ghostface. +16 anos Conteúdo/Gatilhos: Violência, sangue, pre...