𝐒𝐜𝐫𝐞𝐚𝐦 - Turma da Mônica Jovem (TMJ + Pânico)

8: A Visita Eletrizante

18:30

Magali chegará em casa após a conversa com a turma. Sua mãe a recebeu com o almoço quente e uma vassoura para, depois que comer, varrer a sacada da casa.

Passou o dia com os fones no ouvido, escutando o que seu gosto proporciona: Kpop. Tirou a poeira da sala ouvindo Twice, limpou o azulejo do banheiro ao som de Blackpink, colocou a ração para o Mingau ao fundo de Cookie, do New Jeans; e, no final da tarde, dobrou as roupas com a voz da IU.

No início da noite, recebeu a mensagem de Toni que fez suas bochechas borbulhar:

"Tô indo pra sua casa, maga"

Ter uma relação secreta com o idiota do bairro era minimamente eletrizante.

No ano passado, Quinzinho, depois de seis anos de namoro, na festa de halloween de Carmem, terminou com Magali dizendo que os dois precisavam seguir em frente sozinhos. Ela abalou-se completamente, achou que poderia ser fim do amor, que nunca mais encontraria alguém igual a ele, até perceber que existia meninos melhores no bairro.

Na véspera de completar 5 meses do término, Toni sentou-se ao lado Magali na aula de física. Ela já não gostava de prestar atenção nas fórmulas complexas e Toni nem se importava com a escola, por isso, os dois começaram a conversar e depois a se beijar nos cantos da escola, principalmente no estacionamento do colégio, longe dos olhares de outros alunos.

"Toni, vamo deixar isso em segredo?" Indagou Maga para loiro, encostada na porta do carro de Licurgo.

"Qual foi? Tem vergonha de mim, Maga?" Ela ficou quieta no mesmo instante. "Não precisa responder. Não me importo, se quiser deixar no sigilo, tudo bem."

Então, os dois viviam às escondidas, com dona Lina sendo a única parcialmente a saber — já que acha que os dois só são melhores amigos muito próximos um do outro.

Seis e meia da noite, Magali foi recebida com uma caixa de bombons e depois um beijo na bochecha, que se transformou em duelar de lábios em seu quarto.
Toni a pressionou contra o pôster da Nayeon pendurado na parede, segurando firmemente seus quadris.

— Eu tava com muita saudade de você — ele sussurrou nos ouvidos da morena, que contorceu um sorriso.

— A gente não se viu só por uma semana, Ton.

— E daí? Isso já é tempo o suficiente pra sentir saudade.

Ele a beijou mais uma vez e ela o empurrou em seguida, para longe, tomando fôlego.

Os dois então se deitaram na cama, afastados por alguns centímetros e passaram um bom tempo conversando, exercendo esse costume puritano após tanta libertinagem.

— O que você tá achando desses assassinatos? — perguntou Magali, olhando para um pequeno buraco que tinha em seu teto.

— Ah, Maga, tô pouco me importando. Se o próximo corpo não for o meu, tô bem tranquilo — respondeu despreocupado. — Porque tá perguntando isso?

— Ah, é que as pessoas tão bem preocupadas e eu também. Tão  preocupadas, que o Cebola queria começar a investigar o Ghostface.

Não demorou muito para Toni cair na gargalhada, sentindo quase suas entranhas saindo durante o riso.

— Não tô acreditando nisso, mano — falou durante o riso. — O que aquele calvo tem na cabeça? Serião, ele é maluco?! Como que ele acha que consegue fazer isso?

— Também não sei, Ton, meio que ele só deve tá muito desesperado e quer resolver isso logo. — Supõe a morena, enrolando um dos fios de seu cabelo. — Eu falei que não era uma boa ideia.