Capítulo 14

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— Alô? — Keigo atendeu seu telefone que estava preso entre seu ombro e sua orelha.

Foi um de seus raros dias de folga - sem missões, sem vilões, sem trabalho secreto - absolutamente nada para afastá-lo de Hiyori hoje. Sua querida garotinha estava rindo e gritando e pulando animadamente na frente dele enquanto ele segurava suas mãos para ajudá-la a ficar de pé. Ela ainda não conseguia ficar de pé sozinha, é claro, mas adorava se levantar e dar pequenos passos e saltos com ajuda. Ela tinha músculos que outros bebês não tinham - seus músculos de vôo. Keigo teorizou que suas asas e seus músculos de vôo lhe davam equilíbrio extra, mas era difícil dizer com certeza de um jeito ou de outro.

— Hawks! Você precisa vir buscar o chefe. — Era Burnin.

— Por que? O que está errado? — Keigo perguntou automaticamente preocupado. Os ajudantes do Endeavor não ligavam no meio do dia assim, a menos que algo estivesse realmente errado.

— Ele faz isso toda vez que pega um resfriado! — Burnin gritou para outra pessoa fora do telefone.

— Ele está doente? — Keigo perguntou tentando chamar a atenção dela de volta.

— Sim! Ele está incapacitado para o trabalho hoje e não admite que precisa ir para casa! — Burning gritou a última parte - provavelmente para o próprio Enji.

— Estou a caminho. — Keigo disse a ela.

— Obrigado, Hawks. Fico feliz que um de vocês tenha algum bom senso. — Ela disse.

°°°

Keigo e Hiyori chegaram à Agência Endeavor sem nenhum problema, mas quando as portas do elevador se abriram para o nível superior do prédio onde ficava o escritório de Enji- Burnin, Onima e Kido estavam todos de pé com os braços cruzados e com olhares ligeiramente irritados em seus rostos.

— Onde ele está? — Keigo perguntou a eles.

— Em seu escritório "trabalhando". — Burnin deu a ele aspas aéreas.

Keigo foi até as grandes portas duplas e bateu com firmeza.

— Enji, sou eu. — Ele chamou lá dentro.

Não houve resposta.

Keigo abriu a porta e colocou a cabeça para dentro, Enji estava em sua mesa preenchendo papéis... não tão incomum.

— Keigooooo, o que você está fazendo aqui? — Enji perguntou a ele, pronunciando seu nome de forma exagerada.

— Disseram-me que você está doente. — Keigo se aproximou da mesa.

— Não estou doente, estou bem. — Enji argumentou, mesmo arrastando um pouco as palavras.

Keigo olhou para a papelada que estava preenchendo e não era nada além de palavras sem sentido - apenas palavras aleatórias alinhadas com uma caligrafia elegante e curvilínea nas páginas.

— Enji, nada disso faz sentido. — Keigo apontou enquanto ele vasculhava a pilha de papéis e lia as palavras sem sentido que preenchiam as páginas.

— Onde está meu submarino? — Enji perguntou seriamente.

Keigo levou a mão à testa de Enji e estava quente ao toque. O corpo de Enji sempre ficava um pouco quente por causa de sua peculiaridade Hellflame, então nas raras ocasiões em que ele conseguiu desenvolver uma febre, elevou sua temperatura perigosamente alta. Com o quão quente ele estava agora, não era surpresa que ele estivesse delirando.

— Você está queimando. Vamos levar você para casa, garotão. — disse Keigo.

— Não, tenho que ficar aqui e trabalhar... tenho que trabalhar e... trabalhar. — Enji tentou lutar contra isso.

The Unforgivable OneOnde histórias criam vida. Descubra agora