Capítulo 35

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— Eu amo a praia! — Hiyori chorou pela décima vez naquele dia.

— Mas você nunca foi à praia. — Keigo diz atrevidamente do banco do passageiro do carro.

— Você me amava antes de me conhecer. Deve ser de família. — Enji reflete enquanto dirige.

— Você vai encher meus brinquedos flutuantes quando chegarmos lá, papai? — Hiyori perguntou ainda cheia de entusiasmo pelo dia na praia.

— Só se o papai ajudar. — Enji faz uma careta ao lembrar quantos deles existem.

— E uh, não pergunte às crianças como elas aprenderam a nadar... não é uma história lisonjeira sobre mim. — Enji diz.

— Deixe-me adivinhar. Você os jogou sem piedade na parte rasa da piscina e gritou para eles afundarem ou nadarem. — Keigo dispara.

— O fundo do poço. — Enji corrige vergonhosamente. — A pobre Fuyumi ficou tão assustada que congelou a piscina inteira. Eu tive que derreter para tirá-la de lá. — Enji geme.

— Bem, você sabe como meu pai me ensinou a nadar? — Keigo se gaba.

— Como?

— Ele não fez isso. — Keigo sorri sarcasticamente.

Nenhum deles sabe ao certo qual é a pior lembrança.

— Você sabe nadar? — Enji pergunta.

— Tenho certeza de que tenho alguma flutuabilidade... como um pato. — Keigo adivinha.

Um horizonte cintilante de água se ergue além da estrada enquanto o oceano os cumprimenta. Hiyori grita alegremente enquanto eles estacionam o carro, Enji levanta o porta-malas e começa a juntar as muitas sacolas e o cooler e Keigo desabotoa Hiyori da cadeirinha.

— Não corra para a água sem nós ou você será devorada por um monstro marinho. — Keigo diz a ela.

— Não, eu não vou! — Ela argumenta enquanto ele a coloca no chão.

— Sim, você vai. Eles adoram o gosto das crianças pequenas. — Keigo insiste.

— E você e o papai? — Ela pergunta.

— Estamos velhos demais. Temos gosto de caça e cheiro ruim. — Ele responde.

— Mas você não cheira mal! — Ela protesta.

— Para monstros marinhos nós fazemos. — Keigo pega algumas sacolas de Enji.

Hiyori considera isso seriamente e então concorda com a cabeça. Ela ficaria perto deles.

Enji cometeu um erro de novato e acabou puxando um músculo enquanto estava de serviço, então ele estava andando mancando um pouco. Hiyori teve que se esforçar muito para não correr para o oceano, mas ela foi rapidamente distraída pelos outros membros da família acampados na areia. Keigo imaginou que depois do que todos fizeram por ele quando Enji se machucou no mês passado, ele deveria agradecê-los de alguma forma e um bom dia na praia parecia uma boa maneira de fazer isso. Natsuo não pôde ir porque estava trabalhando hoje, então Keigo teria que pensar em outra maneira de agradecê-lo. Mas Shouto e Midoriya estavam lá, comendo picolés enquanto dividiam uma toalha de praia e Rei e seu namorado estavam em cadeiras de praia sob um guarda-sol com um pequeno cooler entre eles. Nenhum sinal de Fuyumi e Tensei ainda, mas Keigo sabia que eles estavam chegando.

— Oba! Oba! Olha como é grande! — Hiyori está pulando para cima e para baixo ao lado da cadeira de Rei e olhando para a vastidão do mar.

Hiyori naturalmente estava chamando Rei de oba, ou tia, já que ela conseguia falar. Assim como ela chama Burnin' e Miruko. Rei era infinitamente querida por isso porque, como Enji, ela não tinha irmãos e nunca poderia ter sido uma oba de outra forma.

The Unforgivable OneOnde histórias criam vida. Descubra agora