capítulo 12

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                        Julia Monteiro

Estou com um friozinho na barriga, e um nervosismo que não tô me reconhecendo, por essas emoções a muito tempo não sentidas.

A última vez que senti todas essas emoções, foi a dois anos atrás quando tive meu coração quebrado e traído.

Tinha encontrado o homem com quem planejei meu futuro, o amor da minha vida. Meu amigo e companheiro.

 Assim era, só que era somente na minha cabeça. Criei e amei uma pessoa que não existia. Que só era real na minha imaginação de menina iludida e apaixonada.

Eu amei e sofri sozinha, Otávio foi meu primeiro amor.

Nós conhecemos quando eu tinha quatorze anos, ele era o mais novo morador da minha cidade.

Minhas amigas me convidaram para ir na sorveteria de frente a praça, como fazíamos todo o final de semana. Ele era três anos mais velho que eu.

Quando fomos apresentados e eu olhei em seus lindos olhos pretos como a noite... Ali foi minha desgraça, e o começo da minha ruína, que durou até meus vinte e três anos.

Quando conheci de verdade o homem por trás dos olhos que eu tanto amava.

Começamos namorar quando eu completei dezessete. Ele me tratava como uma princesa.

Dizia que me amava, que quando nós estivéssemos formados, iríamos nos casar. Claro que a iludida aqui acreditava cegamente nisso.

O problema era que Otávio tratava todas as mulheres como uma princesa, não pensava duas vezes antes de agradar todas com seu pau fino de merda.

Fui corna por muitos anos por aquele bastardo.

 AFF.... Quando penso que deixei aquele bosta, me fazer de otária por tantos anos, tenho vontade de dar na minha cara.

Quando peguei ele fodendo a secretária em cima da sua mesa no escritório, meu coração se partiu em mil.

Quando arremessei o quadro com nossa foto de noivado no meio da sua testa. Ele ainda teve a coragem de me disser que me recompensou por todos os anos que estávamos juntos, com os presentes caros que ele me deu. Foi como um tapa na minha cara.

Ele estava me recompensando pelos os chifres que me pois, e eu achando que ele gostava de me dar presentes porque me amava.

Tirei o vestido que ele tinha me dado no meu último aniversário, e joguei na cara dele e da secretaria.

Ficando só de langerie. E sai de cabeça erguida do seu escritório, sem nenhuma vergonha, pois ele era o único que deveria sentir vergonha por ser um traidor de merda.

A partir daquele dia eu jurei a mim mesma que não ia ser otária de deixar homem algum pisar em meu coração outra vez. E muito menos aceitar “agrados”.

Terminei meus estudos e comecei a trabalhar para juntar dinheiro para minha faculdade, porisso vim para o Rio de janeiro. Para cursar artes.

Tenho um bom dinheiro guardado para a faculdade. Trabalho no quiosque para me manter aqui. Na verdade acho que estou com medo de fracassar e não conseguir pois são oito semestres, quatro anos de estudos.

É meu sonho, eu vou conseguir, e isso que eu quero para minha vida.

Escuto a buzina do lado de fora, e meu coração parece que vai sair do peito.

__ Se acalma coração, é só um jantar. Não vai querer ir por esse caminho? É isso mesmo... é só um cara me levando para jantar.

Pego minha bolsa de mão, e apago as luzes, saindo pela porta a trancando. Paro no topo da minha escada olhando o carro parado em frente a minha casa.

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