| 01° Capitulo. |

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01°

AVISO: ESSE CONTEÚDO ESCRITO PODE CONTER ALGUNS GATILHOS!

POV: Ariel Salles.
PAÍS: Itália/Milão.

A vida é justa com algumas pessoas, outras não. Eu estou presa em uma gaiola de ferro há 14 anos, pois minha querida mãe diz ter com ela uma coisa valiosa. Agora eu atingi a maior idade, e todo dia eu espero pela minha liberdade. Está fazendo um mês que completei 18 anos.

Vocês se perguntam como eu vivo em um gaiola de ferro, ainda mais em um porão... Então, essa gaiola de ferro é feita com aço da grossura de um braço, feita perfeitamente para que eu não saía daqui. Ela é gelada e sombria, me fazendo sentir frio e um pouco de medo todo dia, muito mais quando a noite cai... A jaula obtém algumas coisas para que eu possa me virar aqui dentro, as coisa que consigo fazer são bem limitadas, por exemplo, comer a comida que a minha querida mãe traz, ler e escrever no caderno frases de livros que ela trouxe com muito custo, analisar o ambiente a minha volta e esperar o momento que a minha mãe vai parar, pensar e me tirar daqui. A minha genitora impõe que uma virgindade possa tirar ela da miséria e valer muito para ela, inclusive ela disse que isso sairá de mim. Todo dia desde o meu nascimento, ela faz questão de me lembrar que eu não sirvo para nada e que sou um atraso na vida dela.

Eu aprendi a ler, escrever e cozinhar, e também consegui decorar todas as receitas do livro... Cada passo.

Ler e escrever eu aprendi com o pouco que minha mãe ensinou, o resto eu fui pegando de exemplo o modo ensinado para aprender cada vez mais. Cozinhar eu julgo saber pelo livro de receitas que eu ganhei de presente de um amigo dela, pois no livro ensina cada passo de cada prato que mostra lá. A minha mãe me ajudou muito no início que ela me colocou aqui na gaiola, eu tinha quatro anos de idade quando isso aconteceu, mas ela ainda vinha me visitar. Os anos foram se passando e eu completei treze anos, foi aí que o meu inferno começou. Ela passou a me visitar só para humilhar e me dizer a mesma coisa todo dia que eu sou um atraso na vida dela. Eu me considero inteligente, apesar de tudo que passo e já passei... Nunca vi o famoso pôr do sol que mostra nos livros, mas eu sei que ainda irei realizar esse sonho um dia. Eu também nunca fui a uma escola... Na minha opinião eu não perdi muita coisa, mas creio que se eu tivesse tido a oportunidade... Tudo seria diferente.

O porão tem uma "janela" bem pequena, mas eu não consigo chegar perto. Inclusive, eu tenho plena certeza que aquele buraco só está ali para não me matar asfixiada aqui. Eu sou ruiva, olhos azuis, cabelos longos porque a minha mãe nunca me deixou cortar, pele alva, estatura baixa, cheia de sardas pelo corpo e rosto, coxas grossas e uma bunda bem generosa em comparação a minha estatura. Em parte, eu queria que o meu corpo fosse mais magro e que eu não tivesse o cheiro de uma criança.

-Essa miserável está fedendo a leite estragado! Leve ela logo e me dê o dinheiro. -Minha mãe entra na sala, muito amorosa como sempre.

-Você tirou ela da gaiola durante esses anos, Lucinda? -Um estranho pergunta de forma ríspida.

-Não, Dominik. -Minha mãe abre a porta da gaiola e me puxa para fora com força. Eu penso que estou livre, mas não me parece ser isso. Ela me joga aos pés do homem alto, ao qual eu não consigo enxergar o rosto desde então.

-Ela precisa de um banho. -Eles acham que dois banhos por semana, com os minutos contados limpa alguém. Eu solto um gemido de dor quando sinto um chute na minha perna.

-Asquerosa, nojenta! -Ela continua me chutando até que eu tento me afastar por impulso.

-NÃO ENCOSTA NELA! -Eu me assusto com o seu grito, mas pelo menos ela para de me machucar. A voz dele é rouca e potente, aparentando ser mais velho que eu. O corpo robusto e o frio que chegou com ele no ambiente me causam medo.
-Levanta logo, deixa de frescura.

-Quem é você? -Pergunto abaixando o meu vestido que estava um pouco erguido.

-Seu noivo, minha doce Ariel. -Fico confusa.

-O que é noivo? -Ele sorri de forma medonha. O que eu fiz de errado?

-Daqui uma semana você saberá. -Sinto algo em meu pescoço, o local arde antes do meu corpo apagar por completo.

|Algumas horas depois...|

Eu estou em um lugar macio, já ouvi falar disso em algum livro, é uma cama. Na gaiola eu tinha um colchonete fino e rasgado, mas eu lembro de ter ficado bem feliz quando ganhei, pois não teria mais que dormir no chão tão duro e frio. Aperto os lençóis contra meus dedos, o tecido fino me faz sorrir e ficar com preguiça de sair daqui.

-Pensei que não fosse acordar nunca. -Ele me analisa da poltrona.

-O que faço aqui? -Eu estava totalmente exposta, exceto pelo fino pano que cobre o meu corpo. Estou só de peças íntimas em uma casa totalmente desconhecida. Nem na minha suposta moradia eu andava desse jeito.

-Poderia me dar alguma roupa mais apropriada? -Minha voz baixa ecoa pelo local depois de minutos em silêncio.

-Você é totalmente ruiva.

-O que tem nisso? -Eu estou sem entender.

-Os seus pelos são ruivos e ralos, me fascinou, apenas. -A sua forma ríspida me deixa mal.

-Onde estamos? -Sinto o meu corpo ficar tenso.

-Na minha casa. -Ele traga o seu charuto e logo solta a fumaça. O ambiente tem um cheiro bom de um perfume que não consigo identificar. Dominik vai até um local no quarto e sai com uma blusa branca em mãos.

-O que é isso? -Ele para na minha frente.

-Isso o que, Ariel? -Ele me olha de forma sombria e com um tanto de impaciência.

-O lugar atrás daquela porta... -Fico constrangida com o seu olhar sobre meu corpo.

-Veste essa blusa em seu corpo e vai lá ver. -Ele continua ríspido. Eu saio da cama e visto aquela blusa social, a qual fica igual um vestido em meu corpo... O que me faz lembrar do meu vestido velho.

-Aonde está o meu vestido?

-Aquele pano podre? Joguei fora. -Ele fica parado ao meu lado. -Anda, vai lá matar a sua curiosidade. -Eu caminho lentamente até aquela porta, abro e me deparo com várias outras portas e gavetas fechadas. Entro no local por completo e puxo uma delas, me deparando com algumas peças de roupas. -Isso é um closet. -Ele respira fundo. -Serve para guardar o que quiser, mas eu uso para guardar roupas, acessórios, peças íntimas e outras coisas.

-Legal... -Eu abro outra porta gigante e encontro vestidos e roupas femininas.

-Esses acessórios e roupas são todas suas.

-Obrigada. -Agradeço. Mesmo eu não sabendo o real motivo de estar aqui.

Eu saio do closet e me sento na enorme cama, sentindo o mesmo cheiro que sinto quando estou perto de Dominik. Ele senta na poltrona com sua postura inabalável e séria, me fazendo sentir calafrios.

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Olá meus/minhas diabinhos(as), tudo bem com vocês? Eu espero que sim!

Beijos da Titia Jacke
Adoro todos vocês!

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