reality show

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A gente lutava contra as ondas no pequeno bote salva-vidas, e cada remada parecia uma maratona

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A gente lutava contra as ondas no pequeno bote salva-vidas, e cada remada parecia uma maratona. O sol queimava nossas peles, e a água respingava, mas a cada movimento, a exaustão só aumentava.

— Não acredito que você me fez remar tudo isso — reclamou Noah, a voz soando pesada e arrastada, enquanto se apoiava no lado do barco. Ele parecia prestes a desabar.

— Estamos quase lá, seu preguiçoso —respondi, forçando os braços, que já estavam dormentes. O esforço era imenso, como se cada remada quisesse nos empurrar de volta para o mar.

A ilha estava se aproximando, e a visão da areia clara era um alívio. Sentia a batida do coração acelerada, mas a dor nos músculos fazia tudo parecer um pesadelo.

— URFA! — Noah gritou ao ver a praia. — Sina Deinert, você vai me pagar por isso! — Ele pulou do bote, e a energia parecia ter voltado a ele.

Não consegui conter o sorriso ao vê-lo tão vermelho de sol, parecia um tomate maduro. Eu devia estar parecida, mas aquele espetáculo me fazia rir.

— Vamos, você que teve a brilhante ideia de remarmos até aqui — falou.

Pulei do iate e senti a areia quente e macia sob os pés. A areia era tão macia que parecia um tapete de nuvens.
Ao meu redor, a vegetação era simplesmente surreal. Árvores enormes e verdinhas se erguiam como se fossem as donas daquele lugar, suas folhas brilhando sob a luz do sol, e o vento fazia uma sinfonia de sussurros. Algumas flores coloridas se destacavam, parecendo até que alguém jogou tinta nelas — roxos, amarelos e vermelhos vibrantes que pulavam aos olhos.

Olhando para o horizonte, a água era de um azul tão profundo que parecia um sonho, e as ondas se quebravam na praia, fazendo um barulho relaxante que me deixava com vontade de deitar e ouvir.

Mas, ao mesmo tempo, a ilha tinha uma vibe meio misteriosa. O canto de pássaros estranhos ecoava entre as árvores, como se estivessem de olho na gente. Um frio na barriga surgiu ao pensar no que mais poderia estar escondido ali — tipo insetos, animais e bichos esquisitos e asquerosos. Era tudo tão bonito, mas ainda estava apreensiva.

— UAU! — A boca de Noah se abriu em um "o" de espanto. — Você já assistiu Largados e Pelados? — Ele riu.

Franzi a testa, sem entender.

— O que é isso?

— Sério? Não me diga que você nunca viu? — Ele parecia chocado, quase engraçado. — É um programa de tv, sobre pessoas que ficam largadas em ilhas ou florestas e têm que sobreviver sem nada. Eles enfrentam desafios de verdade, tipo caçar comida, construir abrigo, É bem legal! Imagina a gente aqui, gravando tudo. Ia ser tipo um reality show com nós dois. — Ele parecia empolgado. — Pensei em um título, Imagina só: "Como sobreviver na natureza com o galã da escola" — Deu um sorriso sacana que me fez revirar os olhos.

— Parece mais uma tortura — respondi, meio cética.

—  Isso ia bombar na internet!

— É, claro. E depois a gente vira meme quando estivermos mortos. — retruquei, balançando a cabeça.

𝗔 𝗟𝗔𝗚𝗢𝗔 𝗔𝗭𝗨𝗟 - 𝑵𝒐𝒂𝒓𝒕 Onde histórias criam vida. Descubra agora