the cannibal men

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Eu estava encostada em uma árvore, sentada com a cabeça apoiada, tentando me proteger do calor intenso

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Eu estava encostada em uma árvore, sentada com a cabeça apoiada, tentando me proteger do calor intenso. Enquanto isso, Noah se encostava em outra árvore, rindo de algo que só ele achava engraçado. Eu me abanava, sentindo o suor escorrer pelo rosto.

Fazia duas horas, exatamente duas horas que estamos aqui, e nem mesmo um jatinho veio nos buscar. Olhei para o meu relógio à prova d'água, a única coisa que me restou. A preocupação com minha mãe invadiu meus pensamentos—certamente, ela deve estar surtando e me mantendo presa em casa durante as férias.

— Ei, Sina, por que o jacaré tirou o filho da escola? — Noah perguntou, segurando o riso.

Eu fiquei em silêncio, sem responder. Desde que chegamos, ele não parava de falar.

— Porque ele é réptil de ano! — Ele gargalhou alto, repetidas vezes.

— Noah, qual é o seu problema? — franzi a testa, o olhar fixo nele.

Mesmo aqui, em uma ilha deserta no meio do Pacífico, Noah conseguia ser ridículo.

— Sina, estou tentando me entreter.

— Por que não tenta fazer isso sem falar comigo? — Cruzei os braços. — Queria estar na minha casa agora, não ouvindo sua insuportável voz.

— Se tivesse um lugar para escolher, também não estaria aqui com você, Deinert. Sua presença não é tão agradável assim.

Estávamos prestes a discutir mais, mas um barulho entre os matos interrompeu a tensão.

— Xi! — Noah sussurrou, se aproximando de mim, o corpo rígido.

— O que foi? Acha que é algum bicho? — Perguntei baixinho, meu tom hesitante revelando o meu medo.

— Um homem das cavernas, é o que não é. — Ele se levantou, ligeiramente.

— Hahaha, sempre engraçadinho. — Respondi, mas a leveza da situação se dissipou quando o barulho aumentou.

Noah se aproximou de uns galhos mais à frente, sua expressão mudando rapidamente.

— O que é? — Fiquei de pé, irritada com o silêncio do garoto.

Os olhos dele se arregalaram, quase saindo das órbitas, e a cor em seu rosto sumiu. Uma sombra passou sobre seu semblante, e ele ficou paralisado, como se tivesse visto um fantasma. Não consegui entender imediatamente o que estava acontecendo até que ele gesticulou com a mão, indicando para que eu me calasse.

— O que foi? — perguntei novamente, mas ele não respondeu, apenas apontou discretamente na direção a frente. O gesto era sutil, mas eu percebi a tremulação em sua mão.

Em meio à vegetação, vi um grupo de homens. Eles estavam cobertos de barro e ornamentos de penas, suas expressões eram ferozes. Os olhos de Noah refletiam terror e incredulidade. Ele parecia captar algo que eu não entendia.

𝗔 𝗟𝗔𝗚𝗢𝗔 𝗔𝗭𝗨𝗟 - 𝑵𝒐𝒂𝒓𝒕 Onde histórias criam vida. Descubra agora