Mulher divorciada leva garota de cabeça raspada para seu apartamento

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          P.o.v Alice

      Poucas vezes me arrependi do que fiz

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      Poucas vezes me arrependi do que fiz. Mas combinar o valor de uma tatuagem com um cliente, começar o trabalho e de repente a ficha cair e você sacar que cobrou barato, dá vontade de cortar os pulsos.

      Ainda bem que a gente aprende com os erros. O que seria da gente se continuasse a repeti-los?

      Minha história começou com um dia de trabalho. Sou bailarina e também tatuadora. Tenho um estúdio em Higienópolis, mesmo bairro onde moram meus pais, mas não vivo com eles. Judeus ultraortodoxos, do tipo que, assim que o sol se põe na sexta-feira, se trancam dentro de casa e celebram o Shabat, lêem a Torá e entoam orações, ficaram transtornados quando eu, a filha bailarina que eles educaram com mão de ferro, me assumi lésbica.

      Aquele foi um dos dias mais tristes da minha vida. Meu pai me chamou de degenerada, minha mãe chorou e perguntou onde eles haviam errado comigo. Eu entrei em parafuso. Corri chorando para o meu quarto, e me olhando no espelho, desejei destruir a imagem daquela garota ruiva, de cabelo curtinho e com franja caída nos olhos cor avelã. Abri uma das gavetas do meu armário, e soluçando, tosquiei meu cabelo. Não satisfeita, sai correndo de casa, escondida dos meus pais, e entrei numa barbearia.

      — Raspa tudo. Com pente zero — pedi.

      — Tem certeza?

      — Raspa tudo. E passa gilete.

      Como um profissional que jamais contesta um cliente, o barbeiro fez o que mandei. Por mais bizarro que parecesse, me senti outra pessoa ao me olhar no espelho e me ver com a cabeça pelada e lisa, como uma bola de boliche. Eu me sentia livre. Gostei tanto do meu novo visual, que uma semana depois, fiz depilação a laser, definitiva. Nunca mais nasceu um mísero fio de cabelo na minha cabeça.

      Passei a morar no estúdio da Letícia, minha professora de balé, em troca de dar aulas pra uma turma de garotas de baby class. Eu não gostava muito de crianças, mas consegui me reinventar. Com o dinheiro que eu recebia como professora, estudei sobre desenho e tatuagens, comprei um kit e comecei a tatuar. Não demorou muito e passei a trabalhar para um tatuador dali de Perdizes, que fez vários desenhos no meu corpo. Tive que parar de fazer balé em tempo integral pra poder trabalhar, o que me deixou chateada, mas fazia parte, já que eu era adulta e tinha que ganhar dinheiro. Mas logo eu voltaria a dançar.

      Não gosto de me gabar, mas meus traços eram firmes e delicados ao mesmo tempo, e eu fui sacando que os clientes do estúdio aumentaram por causa do meu trabalho.

      Então, pra quê ser empregada se eu podia ser minha própria patroa? Foi difícil no começo, pedi dinheiro emprestado, mas valeu a pena: depois de muito trabalho, aluguei um prédio em Higienópolis e montei meu estúdio de tatuagem: Alice Tattoo. O melhor de tudo é que eu pude voltar a fazer balé.

      Meus clientes eram variados, a maioria artistas. Eu fazia todo tipo de desenho, embora meu estilo predileto fosse o oriental. Aquela coisa de dragões, tipo Yakuza, carpas, tigres. A tatuagem mais louca que eu tive foi tatuar o ânus de uma ex-colega minha, a Danny, que hoje dança no Novosibirsk Ballet. Eu tatuei no contorno do cu dela a frase Spit first and fuck me. Nós fizemos sexo casual algumas vezes, quando ela vinha para o Brasil com a companhia russa, mas nada sério.

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