P.o.v Duda
Eu estava conversando com Antonella, num café do Saguaçú em que a gente sempre costuma ir. Ela estava toda feliz, falando da transa maravilhosa que teve com a Clarice, sem esconder nenhum detalhe. A sinceridade da argentina sempre me deixava impactada, pois ela não tinha pudor algum em usar uma linguagem vulgar.
Às vezes eu olhava para o celular, esperando que a qualquer momento Danilo me mandasse uma mensagem. Depois daquela noite, daquela balada na Vila Olímpia, a gente transou mais duas vezes. Claro que houve todo um clima preparado para isso. Antes ele me levou para jantar, e depois fizemos sexo em seu apartamento.
Uma pena que ele morava longe, e eu não dispunha de condições de ir todos os finais de semana para São Paulo. E ele tinha as mesmas dificuldades.
A verdade é que ficamos apenas amigos, mas sempre trocávamos mensagens. E se surgisse uma oportunidade para a gente ficar, por que não?
— Por qué éstas aburrida? — a loura argentina me questionou.
Eu estava com inveja da Lupita. Ela podia transar quando bem entendesse com a fisioterapeuta da escola, estava feliz, e eu, sofrendo de carência afetiva.
— Não é nada — tentei desconversar.
Conversamos até que as primeiras estrelas surgissem no céu. Pagamos nossas respectivas contas, nos despedimos trocando beijinhos no rosto e cada uma foi para o seu lado.
Me joguei no sofá ao entrar no meu apartamento. Com dores nos músculos das pernas, tentando não esquecer as orientações que o professor Kovalenko nos passou, cruzei os braços por trás da nuca e fiquei durante um bom tempo olhando para o teto.
Pensei nas apresentações que vínhamos fazendo por Santa Catarina, meditei sobre os compromissos que a Companhia Jovem teria antes do Natal, e por mais que meu corpo pedisse por descanso, meu coração estava feliz, já que a dança era meu oxigênio e, como uma força pulsante, sempre me impelia a ir além das minhas possibilidades.
Até que um dia tudo isso acabasse, até o momento de eu fechar atrás de mim a porta do camarim depois da grande apresentação da minha vida, e olhando meu rosto no espelho, dizer já chega, vou ser uma pessoa comum, eu vivia intensamente cada passo de dança, cada espetáculo, como se fossem únicos.
Às vezes eu me perguntava como era ter outra vida. Tipo, poder sair sempre com os amigos nos fins de semana, viajar, visitar parentes. Kovalenko, frio e metódico, dizia que bailarinas não têm vida social.
De tanto Antonella ficar falando na sua transa com a Clarice, de como as duas esfregaram boceta com boceta, de repente comecei a ficar excitada. Não que eu fosse lésbica e tivesse desejo por meninas, mas só de imaginar alguém me chupando, mexendo com meus pontos sensíveis, comecei a sentir um calor percorrer minha pele negra.
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Contos eróticos de bailarinas ousadas
ContoSexo. Se o tema por si só desperta interesse, imagine feito por bailarinos que desconhecem o significado da palavra pudor. Em cada conto uma história picante, narrado por Danielle, Duda, Antonella, Bombom e todas as principais bailarinas da cronolog...