P.o.v Lisanna
Eu teclava meu celular, trocando mensagens rápidas com minha mãe e olhando coisas sem importância enquanto ouvia uma playlist nos fones. Sentada no chão com as pernas abertas em espacate lateral, só me liguei que algo importante tinha acabado de acontecer quando vi Danielle se levantando e indo atrás do pessoal.
Estreitei os olhos. Vika, uma bailarina de traços tártaros, veio se aproximando sorridente de mim, então tirei os fones.
— Komarov escolheu os papéis — ela anunciou com euforia.
Sorrindo, me levantei e tirei o collant do bumbum, e andei de mãos dadas com minha colega a porta da sala do diretor Komarov, onde todos os bailarinos faziam burburinho enquanto liam os nomes escritos numa folha colada na madeira com fita crepe. Vi que eles davam abraços na Danny.
— Parabéns, princesa. Você mereceu.
— Amei a escolha.
— Ninguém merecia mais que você o papel de estrela do espetáculo.
Observei intrigada essas manifestações de carinho. Abri espaço entre as garotas e procurei meu nome. Consegui um ótimo papel, vou ser um dos cisnes do Pas de Quatre. Meus olhos correram pela parte de cima, e vi que a Danny ganhou os papéis de Cisne Branco e Cisne Negro.
Me virei atônita. A loura brasileira sorria emocionada, seu sorriso se misturando às lágrimas de felicidade. Ela havia conseguido. Ela agora era, na prática, Primeira Bailarina do Novosibirsk Ballet.
Ela se desvencilhou dos braços que a envolviam e seus olhos azuis claros encontraram os meus. Um sorriso brincava em seus lábios carnudos.
— Não vai me abraçar, Lisanna?
Insinuei um sorriso tímido e passei meu braço direito em torno de seu pescoço, lhe dando um beijo no rosto.
— Parabéns — balbuciei.
Danielle era uma garota quieta quando chegou aqui, mas não tímida. Logo de cara mostrou a que veio, mostrando saltos potentes e pirouettes controladas. Ninguém, além da Mustafina, girava fouettés com tanta perfeição como a garota de sardas. Era óbvio que um dia seria promovida a primeira bailarina.
Eu cheguei ao Novosibirsk Ballet quase na mesma época que ela. Eu estudava numa pequena escola de Tallin, e prestei audição junto com centenas de alunos que, como eu, sonhavam fazer balé na melhor escola da Rússia. Apesar das dificuldades, passei.
Ser estoniana não foi empecilho pra eu conquistar meu espaço. Num passado não muito distante, Rússia e Estônia faziam parte da União Soviética, portanto nossos povos têm algumas afinidades. Os professores eram legais.
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Contos eróticos de bailarinas ousadas
Historia CortaSexo. Se o tema por si só desperta interesse, imagine feito por bailarinos que desconhecem o significado da palavra pudor. Em cada conto uma história picante, narrado por Danielle, Duda, Antonella, Bombom e todas as principais bailarinas da cronolog...