𝐂𝐚𝐩 𝐥

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Você se lembrava, se lembrava de tudo que tinha sofrido na mão dele, de como a risada sádica dele aumentava cada vez que via você chorar, sofrer, se desprezar, afinal, aquele homem era o ser mais desprezível de todos, aquelas mãos que arruinavam tudo que se passava pelo caminho, inclusive seu sorriso e seu corpo. Aquele homem era o próprio monstro, em terra sem lei ele era rei.

Para seus pensamentos depois que vê os mesmos olhos te observando, sufocante, parecia não ter descoberto nenhuma saída pra sair desse desconforto, ouvindo seus passos se aproximando e seu assobio ficar mais forte, a coisa que veio a sua cabeça foi gritar. Porém, ouve de novo aquela risada, o mesmo afirmando pra si do quão burra aquela ideia era e quão idiota era você.

Você não quis saber, na mesma hora que você berra, sente seu telefone vibrar, vira o mesmo objeto, vendo que são 8:00, o que faz você abrir os olhos, levantando ofegante, sentido os seu lençóis e colchão.

- Um pesadelo de novo, droga! - reclama você, se batendo por ter esse tipo fraqueza te controlando.

Mudaria de escola, pois seus pais achavam que seus progressos no estudo regrediram, pra eles, você se distraia com tudo, matava aulas porque era irresponsável.

- Você não dá valor ao que damos de bandeja a você {Nome}, por que ainda vai à escola, se acha uma perda de tempo? - Seu pai repreendia você de uma maneira a se sentir um nojo, mesmo sabendo que a culpa não era sua. - Isso é culpa sua! Mimou demais essa criatura, agora, olha o nível de frescura, se fosse mais rígida com, não estaríamos tendo essa conversa agora. - Seu pai enervado desconta a culpa à sua mãe.

Você só abaixa a cabeça, falar com o seu pai de nada adiantava. Com a sua mãe era o mesmo que falar com uma parede, a mesma era submissa a um casamento que só estava firme em sua cabeça, já que seu pai não faz questão de mudar, ele continuava o mesmo babaca e cafajeste de sempre. Você detestava ele, mas tinha que o aturar pois o dinheirinho de casa era ele que trazia.

- Não é pra tanto amor, {Nome} ainda é adolescente, ainda é cedo pra aprender. - Dizia sua mãe preocupada com o que o seu pai faria a seguir. - Só vamos torcer para que {Nome} esteja melhor na nova escola.

- Sua sorte {Nome} é que eu não estou com paciência pra te ouvir chorar.

- {N/P}, por favor, pare! - sua mãe suplicava. - Não dá pra ter pelo menos um dia de paz nessa casa?

- Anh? Quer apanhar no lugar de {Nome}? Que coisa é essa agora? Quer desafiar seu próprio marido? Essa época é o fim dos tempos mesmo!

- Pai, eu peço desculpas por ser esse ser humano deplorável que você tanto despreza, mas só te peço uma coisa: não encosta na minha mãe, por favor! - você suplicava.

- Eu vou trabalhar, tenho mais o que fazer do que tratar de vocês agora. Amanhã faça as coisas direito {Nome}, eu 'tô ralando muito a minha pele por você, esforce-se pelo menos um pouco pra mostrar que ainda entra alguma coisa nessa jossa que você chama de mente.

Você não fala mais nada além de um "ok, senhor" e vai para o seu quarto. Aí você desaba até tomar um banho, você rezava pra não ter que morar no mesmo sítio que esse homem, era horrível, era um inferno.

Ia vadiar, mentindo a sua mãe que ia visitar uma sua vizinha amiga.

Andando pelas ruas só, com as suas mãos enterradas nos bolsos de seu casaco, vagueando em seus profundos pensamentos, nem notou uma viatura se aproximando. O carro deu uma travada brusca e você sentiu seu coração acelerado, viu também o dono se exaltando e reclamando no carro.

Fugiu de lá correndo, passando mais alguns minutos na rua até cruzar uma igreja.

Como era domingo, provavelmente acham que depois de ir a vizinha, você foi à igreja. Então você entrou, esticando sua presença por 25 min e indo embora depois.

True colors - 𝐅𝐞𝐢𝐭𝐚𝐧 𝐏𝐨𝐫𝐭𝐨𝐫🕷Onde histórias criam vida. Descubra agora