Capítulo 4.

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Me lembro como se fosse ontem, como tudo aconteceu.

Era 2018 vésperas de um feriado no qual, iríamos nos reunir com os empresários, músicos, a galera toda da empresa enfim... para então definir e marcar a data do tão esperado dvd reflexo.

Recapitulando.

Cheguei em casa com a ajuda dos meus assessores  pois eu estava muito bebada, com a cabeça rodando,  até fedendo eu estava não que consiga explicar, só sei que nunca havia sentido álcool bater desse jeito em meu corpo, até meus ouvidos emitiam um zumbidos inquietante.

Quebrada, carregando meus pedaços pelos degraus do apartamento.
Sem dúvidas, acabada,

— Maraisa o que aconteceu. - diz a Maiara após eu ter uma leve lembrança, de ter informado que não queria ver ninguém.

— porque você tem a chave do meu quarto? - falo em tom abafado porque minha cabeça está afundada no travesseiro.

— isso não vem ao caso agora. - ela fala e se deita ao meu lado, encostando a cabeça nas minhas costas e então com muita doçura em sua voz continuou — metade, eu quero te ajudar e não julgar... só, apenas saber o que aconteceu, meu amor você nunca faria isso com alguém que tanto ama.

Levantei a cabeça e então com um resquício de força conto para ela cada detalhe do que passei, onde era para ter sido o início de um sonho, se tornou um trauma, meu pior pesadelo.

Minha irmã me deu o conselho mais lindo que alguém poderia me dar, com todo cuidado do mundo disse:

— eu entendo a sua reação, e no seu lugar irmã, não sei o que faria e por não saber poderia sim apontar erros que não cabe a mim e nem ninguém julgar... o melhor a se fazer é deixar nas mãos de Deus, Ele sabe de todas as coisas e talvez esse seja o seu milagre, pois você poderia ter descoberto a traição dele após casada, sem ter a chance de fugir ou com tudo a perder. - ela sorri com ternura e me abraçar logo em seguida deposita um beijo na minha testa.

Conversamos mais um pouco, pedi para que ela orasse por mim e assim fez, acalmando meu coração.

Maiara me ajudou a trocar de roupa, me deu banho gelado e pedi para que essa noite dormisse ali comigo, pois nada melhor que um aconchego de alguém que me cuidou desde antes de nascer.

Lembro foi essa noite que eu tive um sonho muito estranho, com os acontecimentos marcantes e recentes, algumas palavras martelavam na minha cabeça incansavelmente.

tais palavras como;
Sucesso, trair e pessoas.

Cheguei até pesquisar se aquelas palavras teriam significado em sonhos, pois o tanto que elas me perseguiam, não tava escrito.

Após o decorrer dos dias, uma melodia me fazia companhia, era estranho mas muito engraçado e me acostumei com a ideia de fazer da minha vingança uma música. Você queria ser sucesso então tá aí, seu nome na boca do povo.

Trai sim nego.

O dvd Reflexo foi um sucesso, tudo muito chique, perfeito e cheio de emoção por conta das surpresas que os fãs planejaram para nós.

Mas ao fim da gravação e de toda a resenha com o público, algo aconteceu, marcamos um after com os amigos no camarim e adivinha quem tava lá...

— eu gostei da música: nem tchum. - disse com um sorriso bobo.

— Wendell, o que ta fazendo por aqui? - digo bastante surpresa mas sem esboçar muita reação, mas o meu coração estava para sair pela boca a qualquer minuto.

— eu recebi o convite, achei pertinente vir prestigiar de perto... por mais que eu esteja bloqueado em tudo. - sorri envergonhado.

— pois é, eu esqueci de tirar você da lista de convidados, para você ver como não me faz falta alguma. - pisco em tom de ironia. — e não sei se notou, mas a música nem tchum diz mais sobre a dor que senti.

Ao responder, tento inventar desculpas boas para sair da minha própria festa no qual também, todos os amigos pararam suas vidas para participar desse momento único, inclusive os cantores participantes do dvd.

— foi muito bom o papo, mas eu preciso ir. - tento me desvencilhar dele mas o mesmo me deu um abraço e o seu cheiro adentrou minhas narinas e lá se vai minha postura de superada, quando ele me abraça.

— por favor, Maraisa, me perdoa. - ele diz em meio ao abraço. — eu não aguento ficar sem você.

Não retribuo o abraço, não o correspondo mas também não tento sair, eu só precisava de mais uns momentos ali, pensei que fosse me ajudar a cair na real.

— Wendell... Wendell para por favor. - saio do seu abraço. — aqui não é Lugar pra isso.

— vamos para outro lugar então, por favor. - implora e então eu respiro fundo.

Sem mais nem menos o pego pela mão, indo em direção ao meu carro, com pressa.

Eu sei que não pensei direito, mal raciocinei e eu não mereço passar por isso mas foi tudo, muito recente e eu meio que estou com saudades.

Fomos para um hotel cinco estrelas, no qual sabia que minha privacidade iria ser respeitada.

Entramos no quarto e sem deixar ele falar nada, o jogo ele na cama, tirando nossas roupas e transamos como se o mundo fosse acabar, foi a melhor foda da minha vida, eu não queria fazer amor com ele, até porque o que ainda sinto ainda é raiva, ele fez o amor se transformar em ódio, me permiti pensar no que aconteceu, tô trauma, em absolutamente tudo o que me fez passar, todas as mentiras, eu não merecia isso.

Contei as vezes que gozamos juntos essa noite e foram cinco, um recorde entre nós dois.

Ainda nua, juntei meu corpo no seu sentindo seu peito subir e descer lentamente enquanto me recuperava de mais um orgasmo, foi muito bom, não posso mentir, só não sei se faria novamente por mais que meu ego queira, não posso abandonar tudo e todos por um homem que não me respeita.

— e ai? A gente tem volta? - pergunta, acariciando meus cabelos.

*****

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