Capítulo 40

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Hailee

A rebelião foi pacífica. Os enfermeiros ficaram prostros, caso os pacientes os atacassem. Mas antes que eles nos detessem, ouvimos sirenes e sabíamos que a polícia chegou, logo polícias fardados entram na clínica, e os enfermeiros são obrigados a se desarmar.

Madelaine logo veio ao meu lado, apreciando o show.

- O mutirão serviu pra alguma coisa.

Comentou ela assistindo os polícias interrigarem os pacientes e os enfermeiros. Eu não acreditava que finalmente estaria livre e que o Peter veria seus planos caírem.

- Serviu sim. E eu sou grata a você e a Vanessa por me ajudarem.

- Você quem nos ajudou Hailee. Vamos ser testemunha do seu apoio a causa. Lamento que muitos não vão se convencer da sua mudança - ela se refere a comunidade lgbt - Mas você foi corajosa, lutar contra o próprio pai nem sempre é fácil.

- Foi justo Madelaine. Isso o que importa, para ele não foi difícil me internar e me dopar de remédios, foi simples - falei com amargura na voz - Eu o devotei durante anos, e ele nunca fez nada por mim e nem por ninguém. É um imoralista ingrato. Recebeu o que merece, a clínica será fechada e a imagem dele exposta, ele me criticava, agora é ele quem receberá muitas críticas.

Logo um policial vem falar conosco e eu dou o meu depoimento. Certamente irei para casa depois das coisas que Vanessa publicou no vídeo.

- Hailee!

Aquela voz...

Entrando no refeitório, eu via Ella, seus olhos viajam sobre os meus. Meu coração dispara, e sem mais delongas, Ella vem correndo me abraçar. E quando ela chega e me puxa para um abraço apertado, eu rodeio com os meus braços, firmando nosso toque. Fecho os olhos apreciando a saudade que eu sentia dela.

E ela me aperta como se garantisse que eu não fosse sumir. Lágrimas saem dos meus olhos, é tanta emoção pra um só dia.

- Ella - afundei minha cabeça em seu ombro - Eu sentir tanta sua falta.

- É mútuo - afirmou ela sua voz soprando na minha orelha e um leve arrepio percorre minha nuca - Não imagina a agonia que eu sentir e não puder fazer nada. Mas daí Camila me informou que tinha um plano B. E viemos correndo para cá.

Afasto minha cabeça e ela o mesmo, nos olhamos como se gravassêmos cada detalhe de nossos rostos e expressões. Seus olhos estão vermelhos, sua face abatida e leve.

- Finalmente estou livre - disse e deslizo meus dedos em sua bochecha - Sem amarras. Pronta para revelar ao mundo o que sinto por você. Este lugar me ensinou uma lição.

- Qual?

Perguntou ela emocionada e fechando os olhos apreciando o meu carinho em seu rosto esculpido.

- Que devemos assumir o risco, não importa o que aconteça.

- Você quer mesmo fazer isso?

- Ella, já tem gente que sabe da minha sexualidade. E eu não ligo em expôr pro mundo quem eu sou, quero assumir nossa relação. E desejo muito namorar a você.

Antes que ela me respondesse, eu aproximo nossos rostos, e colido meus lábios nos dela. Beijá-la depois de dias, é como um bálsamo. É como finalmente voltar para casa, depois de longos dias de tormenta. Nossas línguas mesclam e se fundem em sintonia, meu braço vaga em seu cabelo curto, enquanto o outro desce deslizando pelas suas costas.

É a primeira vez que nos beijamos em público. E eu não estou nem aí do que vão falar, Ella gruda nossos corpos ainda mais, como se assegurasse que eu não fosse sumir. Suas mãos apertam meus ombros, e a outra vagueia por entre minhas costas, e para na minha cintura.

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