𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟗

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𝐂𝐡𝐥𝐨𝐞

2 meses depois...

Estou sentada na beira da cama pensando na vida, pensando em como minha vida mudou em dois meses. Estou indo fazer faculdade em Paris e confesso que senti receio de ir tão assim do nada, mas sinto que não tenho nada à perder e a vida é tão curta.

Desde que Gustavo se mudou para a Rússia não mantemos mais tanto contato, às vezes conversamos sim mas, nada que seja demais. Corinthians foi campeão paulista e não ver ele conquistando um título junto com os demais, me deixou cabisbaixa.

— Filha, sabe que vou sentir saudade né? Da minha companheira de ir ao CT — diz meu pai com lágrimas nos olhos.

— Aí papai nem me fale — digo olhando para ele com carinho. — E não chora, porque eu choro também — sorrio. — Está na hora de buscar novos ares, sabe?! — olho para ele me segurando para não cair no choro também.

— Filha, papai sempre estará aqui pro que você precisar, sabe disso né? E venha nos visitar o mais rápido possível. Os meninos irão sentir saudade também — ele diz rindo e me abraçando.

— Papai, quando der eu sempre estarei aqui e sabe que eu não vivo mais sem aquele clube e sem os meninos né? Se tornaram minha segunda casa, sem sombra de dúvidas — digo sincera.

Sem dúvidas os meninos se tornaram como irmãos para mim, eles sempre me ajudam quando eu preciso e me dão os melhores conselhos do mundo. Confesso que vai ser difícil ficar longe deles e da Cat principalmente. Vou sentir falta das melhores resenhas.

Saio dos meus pensamentos com meu telefone tocando em uma chamada de vídeo com os meninos e Catarina.

— Olha só quem está aí, a famosa amiga abandona, que vai se mudar e vai esquecer dos amigos. Ou melhor, já esqueceu — Raul diz do outro lado da linha revirando os olhos.

— Sem drama Raulzinho, vocês sabem que nas férias vão poder ir me visitar e conhecer a cidade maravilhosa que é Paris — digo toda animada.

— Vamos sentir saudade de atentar você no vestiário e nos treinos no CT — Adson diz todo borocoxô.

— Meninos, eu sempre vou estar aqui e, outra, saibam que vou torcer por vocês no Corinthians mesmo de longe. Esse ano é tudo nosso bebês! — digo sorrindo.

— Aí Sartori, você e Gustavo abandonaram a gente, definitivamente — Cat me olha fazendo um falso olhar de drama.

— Aí como é dramática — reviro os olhos, rindo. — Logo, logo, Gustavo vai estar aí com vocês. Vai ser por pouco tempo também, assim eu espero né — digo os olhando com um olhar de sem graça.

— Esperamos você aqui em breve, Chloe — os meninos dizem e eu quase me emociono.

— Vou precisar desligar meus amores, daqui a pouco estarei partindo. Até mais, amo vocês — digo fazendo bico.

Termino de arrumar minhas coisas e fico fitando um porta retrato meu e dos meus pais. Eles são meu porto seguro e prometo deixá-los com muito orgulho de mim.

Saio dos pensamentos, respiro fundo e levanto da cama, colocando minha mala no chão e vou em direção ao carro. Meu pai coloca minha mala no porta malas e entramos no carro, saímos de casa e vamos ao aeroporto. Passo o caminho inteiro olhando pela janela e perdida em pensamentos e memórias, vou sentir falta do Brasil, vou sentir falta das coisas que criei aqui, mas não sou boba de recusar essa oportunidade incrível na minha carreira e uma oportunidade de criar novas memórias.

Sou arrancada dos devaneios quando chegamos no aeroporto e meus pais me chamam pra descer do carro. Faço o check-in e vamos pra direção do embarque internacional, onde teremos que nos separar, chegando lá meu coração se aperta e quero chorar até me acabar, mas preciso ser forte por mim e por eles.

𝑫𝒆𝒔𝒕𝒊𝒏𝒆𝒅 𝒍𝒊𝒗𝒆𝒔 - 𝑮𝒖𝒔𝒕𝒂𝒗𝒐 𝑴𝒂𝒏𝒕𝒖𝒂𝒏Onde histórias criam vida. Descubra agora