𝑫𝒆𝒔𝒕𝒊𝒏𝒆𝒅 𝒍𝒊𝒗𝒆𝒔 - 𝑮𝒖𝒔𝒕𝒂𝒗𝒐 𝑴𝒂𝒏𝒕𝒖𝒂𝒏

𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟏𝟗

𝐂𝐡𝐥𝐨𝐞

Meu Deus. Como pode uma pessoa ter tanto poder sobre outra assim? Não é possível. Me encontro em estado de nervo e choque, com o coração acelerado, sinto um tremor terrível em minhas mãos.

Porra, eu acho que sou completamente apaixonada por ele. Sou arrancada dos meus pensamentos quando vejo Cat vindo em minha direção e me olhando com um olhar duvidoso.

— Amiga, os meninos irão fazer um churrasquinho com muito pagode lá na casa do Adson. Vai todos os jogadores, inclusive seu pai — ouço ela falar, mas ainda sem me recuperar do meu abalo emocional e prevejo que vem mais por aí.

— Vamos sim amiga, sei que você está doidinha pra ir pelo simples motivo: Y U R I — digo vendo-a revirar os olhos e dando uma risadinha

— Tá bom vai, mas ele é um gatinho, né? Não negaria dar uns beijos nele... e nem saber a verdade sobre alguns boatos que soltam por aí — Cat estala a língua na boca ao dizer.

— Vamos logo pro churrasco, me dá uma carona vai — deixo ela pra trás e caminho até seu carro.

...

O ambiente estava maravilhoso, os meninos estavam cantando muito. Adson estava no comando da churrasqueira, Raul cantava e sambava ao mesmo tempo. Praticamente o elenco inteiro estava ali, acompanhado de suas mulheres que são lindas. Estou distraída e vago meu olhar pelo espaço e, então, simplesmente vejo meu pai cantando pagode com o Gustavo. Tanta gente pra ele cantar junto e ele esta cantando justamente com quem? Aí minha nossa senhora, porque me castigas?

— Filha, não sabia que ia vir. Gostou do seu pai cantando? Nas horas vagas sou cantor também. Fala aí Gustavo — papai ri e dá um tapinha nas costas de Gustavo, que estava mais vermelho que um pimentão de supermercado.

— Sabe muito mesmo professor, te admiro. Agora se me dão licença, vou ali comer um pouco — Gustavo dá um toque de mãos com meu pai e sai sem nem me olhar.

— Esse cara é sensacional, quem dera se fosse ele meu genro — papai revira os olhos e me olha.

— Chega de graça viu? — digo sem graça. — Meu noivo é o Pedro. Aceita vai, pai. Ele é um amor — sorrio pra ele, que logo me retribui o sorriso.

Deixo papai conversando com alguns jogadores e amigos. E decido ir até o banheiro, subo os degraus e escuto risadas, vou em direção ao barulho e me deparo com Cat e Yuri aos beijos e risadas. Dou uma risadinha silenciosa. Ela quer, ela vai atrás.

Decido deixá-los lá e desço devagar as escadas onde me encontro com Sindy, mulher do Roger Guedes. Não conhecia ela pessoalmente, mas dizem que ela é um amor de pessoa.

— Você deve ser a Chloe né? Ouço falar sempre do seu nome — ela me cumprimenta com um beijo no rosto e eu retribuo. — É mais linda ainda pessoalmente — ela sorri.

— Eu mesma — sorrio para ela. — Você é a Sindy, certo? É um prazer te conhecer, o Guedes sempre ta falando sobre você e as crianças no CT.

Começamos a conversar e ela me puxa pra sentar em um canto ali perto. Batemos papo sobre tudo e estou amando ter a cabeça focada em assuntos que não me lembram a bagunça que esta minha vida agora.

— Então você foi estudar moda em Paris? — ela beberica a bebida de seu copo.

— Sim, por um ano — sorrio. — Agora tenho a opção de voltar pra cá ou ficar lá até acabar o curso — dou um gole na minha própria bebida.