𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟏𝟐

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𝐂𝐡𝐥𝐨𝐞

Vejo quem eu menos esperava naquele momento, sim ele. O fatal camisa 31, "Gustavo Mantuan". Eu não estava delirando, não era um sonho, era ele em carne e osso. De repente sinto meu estômago embrulhar com borboletas, me sinto paralisada e meu sangue parece parar de correr naquele exato momento. Tudo parecia estar em câmera lenta. Mas sou tirada do meu transe quando Pedro me cutuca.

— Ei, ei tá tudo bem? — Pedro me observa.

— Está sim, eu apenas estava em outro mundo — digo, rindo, tentando esquecer o que eu acabei de ver.

Ele concorda com a cabeça e volta a prestar atenção no campo, o jogo começa e eu continuo sem reação, sentada no meu lugar.

— O time adversário está ganhando. Os meninos devem estar bolados, af —  Pedro diz cabisbaixo com a mão na cabeça.

— Aí gente mas fala sério, achei os jogadores da Rússia uns verdadeiros gatinhos. Até tem alguns brasileiros.. — Marina diz com sorrisinho pro lado.

— É realmente — digo só para parecer normal, quando na verdade estou um caos. — uma pena que nenhum me interesse, já tenho o Pedro. Né gatinho? — Digo, lhe depositando um beijo na bochecha.

— Aí como o amor é lindo — Marina debocha.

— Eu preciso ir ao banheiro, já volto tá? — solto minha mão da de Pedro.

Preciso ligar para Catarina, só minha melhor amiga sabe o que acontece na minha vida e só ela saberia me aconselhar de tudo, ela me entende. Mas fala sério, quem eu estou tentando enganar falando do Pedro? As vezes sinto que estou tentando enganar a mim mesma.

— Oii linda, saudades! Qual babado da vez hein? Catarina diz do outro lado da linha.

— Adivinha quem está jogando aqui? Isso mesmo ele, Gustavo Mantuan digo, roendo minhas unhas de tanto nervoso.

— Nossa Sartori, que sorte você tem. Ataca a presa amiga — Catarina ri.

— Ah tô atacando sim, nos seus sonhos, será? Tá doida menina? — digo revirando os olhos.

— Aí amiga verdade você está pegando o boy gatinho daí né?! Pois bem se faça de sonsa igual ele fez no grupo — ela sugere.

— Pois irei continuar assistindo meu jogo quietinha, quando eu chegar em casa te conto mais detalhes. Beijos, amo você — me despeço.

— Ok, me aguarde que também tenho fofoquinhas. Beijos, te amo — ela encerra a ligação.

Decido tomar um copo de água e então volto a arquibancada, me juntando novamente com as meninas e o Pedro. O jogo foi tranquilo, o time visitante venceu por 2 a 1, do lado oposto víamos a torcida do Zenit comemorando bastante.

Marina e Eloísa, estavam bastante animadas com o jogo. Porém percebo que não tiravam os olhos dos jogadores do time, que por coincidência, estavam jogando com a camisa do tom exato da minha. E convenhamos, eu não podia culpa-las, eu também não tirava o olho de um jogador específico ali. A vida não é uma maravilha.

Mas não estou usando Pedro pra esquecer o Gustavo. Bom, assim eu espero.

— Gatinha, sou amigo de um dos jogadores do Olympique e vai ter um after lá no loft de um deles —  Pedro diz, me retirando dos devaneios —, e ele nos chamou, vai ser aqui pertinho. Alguns meninos do Zenit vão estar também, vai ser legal a resenha. Vamos? — Pedro pergunta com os olhos pidões de uma criança.

𝑫𝒆𝒔𝒕𝒊𝒏𝒆𝒅 𝒍𝒊𝒗𝒆𝒔 - 𝑮𝒖𝒔𝒕𝒂𝒗𝒐 𝑴𝒂𝒏𝒕𝒖𝒂𝒏Onde histórias criam vida. Descubra agora