Capítulo 2 - Preguiça. Romance e Gaivotas

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Castelo de Monsanto, Portugal – 275 km de Lisboa;

Na Península Ibérica, construída sobre a rocha salgada moldada pelas ondas, estava o castelo de Monsanto. As bandeiras vermelhas tremulavam sobre os mastros com o forte vento que soprava as ondas na direção da praia.

21 de Junho era o primeiro dia do verão e o sol das onze serpenteava por dentro das brechas dos blocos da magna construção.

 Os guinchos agudos dos ratos eram ouvidos por entre os corredores e também nos quartos já que os pequenos roedores corriam a todo fôlego pelo forro do telhado.

No entanto, na suíte principal o som dos ratos não era audível até por que era aonde o temível felino Tortilla dormia sobre o guarda roupa de pau-brasil.

Na imensa cama de frente para o guarda roupa, haviam dois seres exaustos que ao invés de dormir ficaram "brincando" a noite inteirinha comemorando o solstício de verão.

– Eu te odeio Porto. – resmungou o espanhol com a cara enfiada no travesseiro. Em suas costas passeava uma mão leve cheia de calos que vacilava ao passar pelas cicatrizes profundas das costas do espanhol.

– Estais a mentir. – cantarolou o português. A voz melódica e rouca fez Espanha arrepiar-se sobre os lençóis. De fato estava mentindo, não havia sensação melhor do que arrepiar-se aos toques de Portugal. – Conheço-te bem o bastante para saber que estais a gostar do meu carinho.

 Espanha rosnou uma risada contra o travesseiro quando a mão do parceiro desceu por seu quadril e chegou as coxas deixando varias marcas de arranhões rosados devidos as unhas.

– Tienes fuego em tu culo? – indagou o espanhol virando-se e rindo de nervoso sentindo seu interior se contrair, lembrando-se dos espasmos de prazer deixados pelo português. Deixando os cabelos de cor castanho canela caírem pelo rosto, Portugal se colocou por cima de Espanha.

– Tens toda a culpa. – sussurrou Portugal no ouvido do parceiro.

 – Que diablos esto significa? – provocou Espanha admirando o peito malhado sobre si. Sem sentir nenhuma vergonha, passeou a mão para o alto do braço musculoso e desceu os dedos pelo tórax até chegar ao coração.

– Tens toda a culpa por seres tão lindo. – sussurrou roubando o beijo do espanhol. Passando os braços pelo pescoço do português, Espanha entremeou os dedos nas madeixas castanhas e ergueu o quadril como mais uma de suas provocações. – Pelo visto não estas muito a fim de andar hoje.

– Me excitas hablando rouco asi. – Espanha arqueou as costas sentindo a mão de Portugal passear por sua barriga e passar de raspão pelo meio de suas pernas agarrando com força sua coxa e afastando ambas as pernas para se colocar no meio delas. Espanha não perdeu tempo e enlaçou-as nas costas de Portugal. – Eres mio por siempre y para siempre.

Portugal inalou o perfume com o rosto afundado no pescoço do esposo enquanto beijava e mordiscava a pele morena e cheia de outras marcas feitas por ele.

 Porem o casal foi interrompido com uma musica latina que só faltava estourar as vidraças das janelas de tão auto que tocava.

– Quem infernos coloca Olha A Onda pra tocar ? – indagou o espanhol indignado.

Portugal deu um sorriso de canto para o marido.

– A resposta é obviamente o nosso filho. – respondeu rindo contra o pescoço do esposo.

– Serio mi amor aonde foi que a gente errou? – questionou Espanha afagando os cabelos de Portugal.

– BOLUDO! Vuelve aquí! – berrou o argentino provavelmente da cozinha.

O Nó Que Nos Liga - França e CroáciaOnde histórias criam vida. Descubra agora