Capítulo 9.

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segunda-feira, 18 de outubro de 1999.

Não há nenhuma carta do meu pai. Não ontem. Ainda não hoje.

E sinto que estou numa bolha estranha até ela chegar. Uma bolha que pode estourar, sim, mas ainda flutuando.

Passo as mãos pelo cabelo pela décima quarta vez, mexendo nas laterais. Borrifei uma borrifada da minha colônia mais do que o normal e imediatamente me arrependi, então tive que tomar outro banho.

Depois de um último sorriso ensaiado para o espelho, sigo para as lareiras, pego minha maleta de Mippy e vou até o átrio do Ministério. Fico de olho nela, mas chego mais cedo do que o normal e ela gosta de chegar na hora e ficar até tarde.

Eu me acomodei e me encontrei com Robards.

— Não posso dizer que sei muito sobre Runas. Fui monitor para não fazer esse curso, — Robards resmunga. Concordo com a cabeça, olhando para o arquivo que temos. — Mas se você tiver alguma ideia, — ele continuou. — Eu adoraria ouvi-la. Avise-me se precisar de um segundo par de olhos.

Eu olho para ele. Eu respiro fundo e mergulho. — Eu suponho que eu poderia usar outra pessoa. Alguma chance de você achar que Granger poderia ser poupada do andar de baixo?

Robards me encara como se eu tivesse dado a ele uma ideia brilhante. — Granger? Sim Sim! — Ele sorri amplamente. — Vocês dois formam uma ótima equipe!

Eu dou de ombros. — Ela recebeu notas excelentes em Runas. Isso é tudo que eu quis dizer.

Estou assobiando quando saio do escritório de Robard, oferecendo-me para descer com seu bilhete para ele. Eu o duplico, entrego o original para Mathilda e me ofereço para contar pessoalmente a Granger.

Estou girando minha varinha em meus dedos quando passo por O'Connor, e nem mesmo seu sorriso bobo pode tirar meu humor.

— Bom dia, Malfoy!

— Bom dia, O'Connor, — eu digo. — Granger está?

— Ainda não. Mas deve chegar a qualquer minuto!

— Excelente. — Estou me afastando dele quando ele começa a perguntar sobre meu fim de semana.

Seu escritório está arrumado. Vários arquivos com os quais ela trabalhou na sexta-feira estão empilhados em uma pilha organizada. Ela tem uma foto de Potter, Weasley e ela do terceiro ano, e outra de duas pessoas que devem ser seus pais, também tirada na mesma época.

Eu ouço a voz dela vindo da direção do elevador. Sento-me na cadeira dela. Eu fico? Não? não vou sentar?

Puxo um arquivo da pilha para o meu colo. Eu ouço o clique de seus sapatos, seus sapatos ministeriais feios, sem dúvida. No último momento, pouco antes de ela virar a esquina, eu chuto minhas pernas para cima de sua mesa. Perfeito.

Ela para na entrada quando me vê.

Eu sorrio para ela. — Olá, amor.

Ela fica vermelha. Sua respiração a deixa em uma risada. E observo enquanto ela desvia os olhos de mim.

— Bom dia, Malfoy. — Ela se ocupa com o casaco e a bolsa. — O que te traz aqui?

Minhas pernas – Não, não seja ridículo, Draco.

— Robards.

— Oh? Mais sobre os ovos de dragão?

Ela fica lá, inútil. Eu a joguei completamente fora.

Excelente.

— Oh não. Tudo resolvido na sexta-feira. Comprador pego e sob interrogatório. — Eu envio a ela um sorriso. — Eu pensei que isso iria aparecer nos jornais, mas aparentemente havia coisas mais importantes para relatar neste fim de semana.

All The Wrong Things | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora