Capítulo 6.

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quinta-feira, 1 de fevereiro de 1996.

Severus está me encarando há quinze minutos.

Eu sei que é um teste. Eu sei que ele provavelmente está me lendo neste exato momento.

Mas caramba, estou entediado.

Venho ao escritório dele duas vezes por semana há um mês. Tenho meditado e limpo minha mente três vezes ao dia de acordo com suas instruções. Construímos muros – muros literais. Na semana passada, cheguei e havia tijolos e argamassa esperando por mim. Duas horas depois, eu tinha feito uma parede de tijolos de um metro de altura.

Mas ele não mencionou a maldita caixa de joias nenhuma vez. Ela ainda está no fundo do meu baú, escondida debaixo de cobertas sobressalentes e pergaminho velho.

Eu não tiro meus olhos dos dele. Mas eu começo no meu ensaio de Runas Antigas. Mentalmente. Dez minutos depois, ele finalmente fala.

— Acho que você está pensando no egípcio tardio. Não escandinavo.

Pisco, pelo que parece ser a primeira vez em meia hora. Ele levanta uma sobrancelha para mim.

— Parabéns, Draco, — ele diz. — Você falhou em seu primeiro teste. — Ele cruza os braços e se afasta de mim.

Minha boca abre e fecha. Eu bufo. — Como fui reprovado se não sabia qual era o teste?

— Você acha que o Lorde das Trevas lhe dará um aviso antes de vasculhar sua mente? — Ele aquece uma chaleira em sua mesa. Minhas bochechas esquentam com isso.

— Isto é ridículo. — Eu me levanto, agarrando minha mochila escolar. — Você não me ensinou nada! Você é péssimo nisso, sabia? — Eu giro nos calcanhares, um movimento que aprendi com ele e corro até a porta.

— Você quer saber o que eu aprendi enquanto você estava trabalhando em seu ensaio de Runas Antigas?

— Não. — Estou alcançando a maçaneta da porta.

— A senhorita Granger bebe café, não chá. — Isso me para, minhas costas ainda voltadas para ele. — Ela ri sozinha com mais frequência do que em voz alta. — Eu engulo. — Ela gosta de Penas de Açúcar. E essa revelação me levou a uma toca de coelho de fantasias sombrias que eu gostaria de nunca ter seguido...

— Pare.

— ...O fato é que sua mente não está tão bem preparada quanto você pensa. A senhorita Granger não está segura enquanto você permanecer incompetente.

Eu giro de volta para ele. — Segura?! Como vou colocá-la em perigo? Ela faz um ótimo trabalho sozinha!

Ele me estuda. — Ele tem planos para você, Draco. Você deve saber.

Eu pisco para ele. Eu finjo que sei. — E?

— E sua lealdade será testada.

Eu marcho de volta para ele. — Eu sou leal ao Lorde das Trevas, — sibilo.

— Pelo bem da senhorita Granger, espero que sim.

Eu o encaro. A chaleira apita. Ele se vira e se serve de uma xícara.

— Você está pronto para começar de novo? — ele pergunta.

O músculo do meu maxilar lateja. — Não consigo compreender a ideia de que o Lorde das Trevas passaria horas vasculhando minha mente. Suas lições não fazem sentido, — eu fervo.

All The Wrong Things | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora