;[ the music plays, time runs ];

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Euronymous havia nos parado no meio do caminho, eu e Per já sabíamos do que se tratava, Faust e o seu repugnante assassinato.

Eu olhei para pelle que engoliu o seco de sua saliva, eu tentei disfarçar a minha cara de desconforto, entramos para dentro da casa todos os membros estavam reunidos no sofá da sala, menos Faust obviamente pois ele já havia sumido há dias.

- tá, oque aconteceu pra conseguirem reunir todos ao mesmo tempo? - pergunta Necro jogando-se no sofá.

- é sobre o Faust. - diz euronymous depois de ser interrompido por varg.

- e oque a gente tem haver com os problemas desse cara? não somos a babá dele. - rir de relance.

- é mas o problema é que o Faust assassinou um cara e isso vai foder com a gente!

- espera oque?! como assim? - hell pergunta confuso.

- puta que pariu! eu tô ouvindo isso mesmo?! - necro apesar de ser o mais zoeiro dali aparentava está supreso e chocado com a notícia.

eu e Pelle nos olhamos mas não falamos sequer uma palavra.

- não é você que diz que precisa de uma banda satânica e bizarra Oystein? - Varg estava com um saco de amendoim em suas mãos rindo igual um psicopata, ele mesmo não estava ligando pra essa situação de Faust.

- tá mas se a polícia chegar até o Faust a banda inteira se fode por cumplicidade! você acha mesmo que eu vou perder o meu preciosíssimo tempo sentado em um banco de concreto e jogando jogo da velha com as fezes daqueles presos?

- caralho que nojento. - Per fez cara de enjoado.

- ah sim... - concordei com ele.

- vocês querem isso? - pergunta euronymous. - como eu já havia pensado. - ele conclui.

- ok e oque você vai fazer? - pergunto revirando os olhos esse assunto já estava me dando nos nervos.

- nada, ele tá fora da banda. - ele diz.

- e você reúne todo mundo pra falar o óbvio? - Per dá de ombros.

- vocês precisavam saber oque o Faust tinha feito, quando ele me contou o mesmo sumiu já faz  cerca de uma semana, eu falei pra ele que não tava com ele nessa, resolver isso para ele era prioridade para ele mesmo.

- ok, e se a polícia vier aqui? oque a gente fala? - necro franziu a testa.

- é só manter calma e passar confiança de que não sabem de nada! apenas isso. - de repente uma batida na porta, Pelle saiu pulando do sofá e foi ver quem era.

- Boa noite! Polícia do Condado de Oslo posso entrar? - pergunta o policial segurando uma lanterna e um bloco de notas.

todos olham para Necrobucther que fez sinal de rendição.

- O quê foi??!

O policial havia nos feito perguntas como do tipo, se conhecíamos Faust ou se sabíamos do ocorrido, prontamente falamos que o conhecia e que fazia parte de Mayhem mas que desconhecíamos o caso e que o mesmo já estava desaparecido há semanas. O policial anotou tudo em seu bloco de notas e depois saiu, eu fico pensando se ele tivesse vindo vasculhar a casa e encontrasse as gravações... eu tenho que me livrar delas ou entregá-las para as autoridades... ainda não sei oque fazer...

Subi com pelle para o quarto, estávamos abraçados na cama ainda com pensamentos a mil, Pelle achava melhor entregar as gravações para evitar mais problemas.

- espera só passar mais um pouco de tempo que irei fazer isso... mesmo estando um pouco com medo...

- eu vou com você, não precisa se sentir assim não vai acontecer nada ok? - Per acariciava o meu rosto com a sua mão que estava bem quente.

- ok... - repito e lhe dou um beijo, são tantas coisas para se raciocinar que fica difícil me sentir bem mas com Pelle além de me sentir assim eu também me sinto segura.

- que tal uma música? - ele diz levantando-se e colocando um  disco de vinil, estava tocando Fleetwood Mac, especificamente Dreams.

- oque que dizer com "você diz que quer a liberdade, bem quem sou eu para te prender"?

Per rir.

- eu não quero dizer nada... mas a liberdade é algo que quero ter com você, não quero me sentir preso por mim mesmo, espero conseguir sair... sair dessa confusão toda...

ele sentou-se na ponta da cama então eu fui até ele e o abracei por trás, afastei os seus cabelos para o lado e beijei o seu pescoço.

- você vai sair meu bem, estou com você... - pude notar um sorrio genuíno em seu rosto.

então dormimos ao som de Fleetwood, a noite que parecia conturbada estava silenciosa e calma.

acordei pela madrugada, estava nevando bastante o frio também estava intenso, coloquei a mão sobre a cama mas Pelle não estava nela pude sentir o vazio nas cobertas, calcei as minhas pantufas e coloquei um casaco quente de repente ele aparece na porta com duas xícaras de chás quentes e biscoitos.

- oh você acordou... - ele fala indo em direção a escrivaninha.

- por que tá acordado a essa hora da noite? - o pergunto sentando-me na cama novamente.

- eu ainda estou processando muitas coisas em minha mente... então tô aqui compondo algumas músicas e desenhando... eu trouxe duas xícaras porquê eu sabia que iria acordar... mas não agora. - ele rir me entregando o chá de pêssego. - está perfeito e na medida! - digo em seguida comendo algumas bolachas.

- posso ver oque tá escrevendo?

Per fecha o caderno isso chamou a minha atenção até parecia que o mesmo não queria que eu visse oque ele estava fazendo.

- agora não... eu ainda tô terminando quero que seja uma supresa. - Olhin parecia um pouco nervoso e atordoado, ele guardou o caderno na gaveta de sua escrivaninha e fechou com uma chave.

- nossa é tão secreto assim pra você ter que trancá-lo? - rio fraco.

- não é nada demais fica tranquila. - ele vem até a mim e me dá um beijo na testa.

- o seu cabelo tá muito cheiroso, na verdade tudo em você é. - Per tira a xícara de minha mão e coloca sobre a mesa em seguida ele me puxa para que eu sente no seu colo.

- sabe oque eu estava pensando?

- em que? - acaricio os seus cabelos levemente.

- oque acha de irmos para o Brasil?

eu franzi a testa.

- próximo ano? - pergunto sem entender.

- não, amanhã mesmo! - Olhin diz super empolgado.

- espera! você tá falando sério?

- sim. - ele diz prontamente.

- tipo sério, sério mesmo?! - eu ainda não estava acreditando em Pelle parecia até um delírio coletivo.

- sim Mel, sério sério sério. - ele rir e passa sua mão levemente em meu rosto. - você topa?

- uau, e você ainda pergunta? - nós rirmos, eu o beijo por longos segundos e então paramos por falta de ar.

- tá cicatrizando... - aponto para o pulso de Olhin. - que bom... - sorrio de canto.

- eu tenho a melhor enfermeira comigo. - Per também sorri de lado.

- e aqueles comprimidos?... você ainda está tomando?

percebi um desconforto

- Mel... um pouco às vezes... mas eu tô diminuindo a quantidade, então não se preocupe, eu irei parar... algum dia.

Olhin olha de relance sobre a janela cabisbaixo.

𝐻𝑒𝑙𝑣𝑒𝑡𝑒  (𝐿𝑜𝑟𝑑 𝑜𝑓 𝑐ℎ𝑎𝑜𝑠) Onde histórias criam vida. Descubra agora