;[Now I have to go];

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o dia amanheceu eu não sei como eu contaria oque fiz com os pertences de dead, eu não sei se o mesmo me entenderia e viria isso pelo lado positivo, eu queria o seu bem apenas isso.

não consigo dormir direito, me viro de um lado para o outro dead estava ainda parado no seu canto dormindo de bruços ele roncava um pouco. não entendo aquela ameaça estupida de varg ele acha mesmo que pode me detonar desta forma?

me levanto e vou tomar um banho visto uma blusa de manga longa preta e uma jardineira opto por deixar o cabelo solto, hoje ele estava bem bonito até, longo e loiro. passo um lápis de olho básico e volto para o quarto, escrevo uma mensagem em um papel qualquer e deixo na escrivaninha para pelle ver. decido da uma volta pela cidade tomar um ar... eu estava precisando, enquanto isso eu escrevia o restante da música que confundia os meus sentimentos com pelle, eu poderia perdê-lo por qualquer atitude brusca minha, eu não posso perdê-lo de forma alguma.

vou para o parque, olho ao redor vejo as crianças brincando de pique esconde... que saudades de ser tão inocente, sem nenhum tipo de problema, senti uma falta dos meus pais imensa... eu não queria pensar muito vendo aquelas crianças felizes então decidi ir embora procurei um telefone para ligar pra minha vó.

- oi minha querida está tudo bem por aí?
- sim vovó está tudo bem...
- pare de mentir senhorita melissa, é por causa do seu namorado que você está assim?

tossi tentando entender essa frase dela.

- nós não somos namorados - disse.
- ainda não... mas serão

sorrio de canto torcendo para que este momento chegasse.

- mas me diz como está por aí? em são paulo? que saudades do brasil... você ainda vem pra cá?
- quantas perguntas menina - vovó diz rindo. -sim meu amor está tudo bem por aqui, e estou vendo esta possibilidade de ficar com a minha netinha.
- quando eu conseguir uma casa e conseguir cantar por aqui... eu trago a senhora - digo com uma esperança de que daria tudo certo.

a ligação termina, estou no ônibus novamente chego na casa dos meninos e vou para o quarto de pelle, ele ainda estava lá, me aproximo para abraçá-lo mas sinto algo quente, minhas mãos estavam com sangue pelle estava se cortando com uma faca.

- Oque você tá fazendo?!! - digo desesperada jogando o objeto fora.

ele apenas me olha de canto.

- por favor!! por que isso pelle?! - eu chorava enquanto tentava estancar o seu sangue com um blusa que estava na cama.

- eu não sei... sinto que estou morrendo.

- e você vai me abandonar assim?!

dead imediatamente saiu do seu transe e começou a limpar o meu rosto, ele me pedia calma enquanto me abraçava.

- me desculpa você não merece isso.

acho que ele estava sob o efeito dos comprimidos.

o ajudei com o curativo em seu pulso e depois coloquei os lençóis com sangue no cesto de roupas... o sangue de dead estava tão frio...

dead penteava os cabelos ele decidiu que nós iríamos sair para um restaurante próximo daqui, vi ele analisando o seu pulso por alguns segundos e depois colocou um casaco para cobri-lo. saímos de casa e fomos jantar fora, pedimos um vinho e ficamos rindo de piadas tolas, dead estava com o seu braço sobre o meu ombro e de vez em quando beijava a minha cabeça.

a noite foi incrível, estávamos voltando para casa quando damos de cara com varg.

- por que a puta brasileira ainda tá aqui?
- cala a boca seu merda! - dead iria avançar contra ele mas impedi.
- não perde tempo com esse idiota! por favor dead vamos entrar pra casa!... - pedi insistimente.
- é vai entrando mesmo, pelo visto ele ainda não sabe oque você fez com os...

- vai se foder seu filha da puta! - agora era a minha vez de querer da uma surra em varg. - eu te odeio e espero que você morra no inferno!- grito.

varg começa a rir e entra pra dentro da casa, dead estava um pouco distante mas se afasta quando tento chegar perto.

- por acaso você está escondendo alguma coisa de mim? - ele pergunta sério. - oque você fez que o varg sabe?

- eu não fiz nada! ele é um idiota vamo entrar agora?

- melissa. - dead pronuncia o meu nome perfeitamente.

paro para ouvi-lo.

- se você estiver mentindo eu nunca vou te perdoar por isso. - ainda mais se o varg estiver falando a verdade... eu não sei oque eu vou fazer na hora.

coloco as mãos no cabelo, o desespero e o choro me consomem, eu não queria dizer a verdade agora.

- pelle por favor me escuta... - disse puxando a manga de seu casaco para perto de mim. - eu juro pra você que eu fiz oque fiz porquê... -soluço. porquê amo você...

- então o varg tá certo?

- sim e não! ele iria inventar de que eu dormir com o euronymous mas isso nunca aconteceu!

- puta que pariu... - ele sai de perto de mim tentando entrar em casa.

- isso nunca iria acontecer! e o que eu fiz não vejo algo como uma coisa grave mas eu deveria ter pedido a sua permissão! - eu falava aos prantos enquanto pelle estava de costas. - eu achei os seus comprimidos... aqueles que você sempre toma e os joguei fora... ontem a noite.

- bem que eu estranhei o sumiço deles mesmo, pensei que alguém da casa tivesse pego menos você. - dead suspira. - aqueles comprimidos me ajudam a sair dessa porra de realidade que eu vivo e você ainda me vê como um drogado, não é diversão melissa, eu só odeio essa vida mesmo.

- por favor a gente pode conversar, só essa noite... pelle... - chamo o seu nome. você tá bebado e nem sequer me escuta!

dead para e olha para mim.

- e eu não quero mesmo.

- se eu for embora... é por sua causa!... - digo chorando. - se eu terminar você quer isso?!..

dead não responde, então saio de sua frente e vou correndo para a casa da dona que me hospedeu no mês anterior. eu estava entorpecida pela bebida, não racionava direito e só queria sumir.

amanhã eu iria largar tudo e seguir a proposta musical, eu já estava decidida.

𝐻𝑒𝑙𝑣𝑒𝑡𝑒  (𝐿𝑜𝑟𝑑 𝑜𝑓 𝑐ℎ𝑎𝑜𝑠) Onde histórias criam vida. Descubra agora